Fluminense se une a outros 19 clubes e não participará da eleição da CBF

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O Fluminense, junto com outros 19 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, confirmou que não participará da eleição da CBF marcada para o próximo domingo (25), quando Samir Xaud será aclamado como novo presidente da entidade.

Em nota oficial conjunta, os clubes manifestaram discordância com o atual processo eleitoral da confederação, defendendo que “o futuro do futebol brasileiro precisa ser pautado pela democracia, transparência e representatividade”.

A posição do Tricolor se alinha a clubes como Flamengo, Corinthians, São Paulo, Santos, Cruzeiro, Internacional e outros importantes representantes do futebol nacional. Todos os signatários afirmaram estar “prontos para conversar com a nova gestão, a partir da próxima semana, para que juntos possamos debater como mudar o processo eleitoral e outras demandas dos clubes em prol de um futebol cada vez melhor”.

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Esta manifestação faz parte de um movimento mais amplo dos clubes brasileiros. No último sábado (17), 39 equipes das Séries A e B, membros das duas ligas do futebol nacional (Libra e LFU), se reuniram para discutir o processo eleitoral da CBF, resultando em um documento unificado de apoio à candidatura de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol, que era o nome preferido pelas agremiações.

O Fluminense, como integrante da Liga Forte União (LFU), também assinou na segunda-feira (19) um manifesto com cobranças à CBF, incluindo a alteração do sistema eleitoral, especialmente no que se refere ao peso dos votos.

Apesar da ausência dos clubes, a eleição seguirá com o apoio de 25 das 27 federações estaduais a Samir Xaud para assumir o lugar de Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF.

Como funciona a eleição na CBF: o sistema que gerou insatisfação dos clubes

O sistema eleitoral da CBF é um dos principais pontos de discordância entre os clubes e a entidade, sendo justamente a razão pela qual o Fluminense e outros 19 clubes decidiram não participar do pleito.

Estrutura de votação atual

  1. Composição do colégio eleitoral:
    • 27 federações estaduais de futebol
    • 20 clubes da Série A
    • 20 clubes da Série B
  2. Peso dos votos:
    • Cada federação estadual tem peso 3 (total de 81 votos)
    • Cada clube da Série A tem peso 2 (total de 40 votos)
    • Cada clube da Série B tem peso 1 (total de 20 votos)
  3. Resultado matemático:
    • As federações estaduais detêm aproximadamente 57% do poder de voto
    • Os clubes, mesmo sendo 40, representam apenas 43% do poder decisório

Principal crítica

Os clubes, incluindo o Fluminense, questionam este modelo por considerá-lo desequilibrado. Argumentam que as federações estaduais têm poder desproporcional, já que mesmo sendo minoria numérica (27 contra 40 clubes), controlam a maioria absoluta dos votos.

Esta distribuição permite que um candidato se eleja presidente da CBF mesmo sem o apoio dos principais clubes do país, como está acontecendo na eleição de Samir Xaud, que tem o respaldo de 25 das 27 federações estaduais, mas enfrenta resistência significativa dos clubes.

A reivindicação dos clubes por “democracia, transparência e representatividade” visa, entre outras coisas, reequilibrar esta distribuição de poder nas decisões que afetam o futebol brasileiro.


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