Fala, professor! Abel: “hoje ficou provado que não tem time A ou time B”

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O Fluminense segue imbatível na temporada 2022 e já acumula nove triunfos consecutivos. Neste sábado (26/02), os comandados de Abel Braga encararam seu terceiro clássico no ano e fecharam os duelos contra os três rivais cariocas com 100% de aproveitamento na Taça Guanabara. Após o jogo, o treinador concedeu entrevista coletiva com transmissão da FluTV e comentou sobre os fatos da partida, o desempenho da equipe e a decisão de terça-feira (01/03) contra o Millonarios pelo jogo de volta da Pré-Libertadores.

Abel em coletiva pós jogo
O técnico Abel Braga exaltou a equipe durante coletiva (Foto: Lucas Merçon / FFC)

Entrevista completa:

Desempenho de Ganso, Cano e Arias e disputa interna por vaga 

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“Não (coloca dúvida). Temos muita consciência de que temos duas equipes. Vencemos porque eu acreditava nos jogadores e dessa equipe, que foi praticamente a mesma da partida contra o Volta Redonda e teve uma atuação muito boa também. O mais importante dessa relação humana que tem nesse grupo é que um torce para o outro e hoje ficou provado que não tem time A ou time B. O Fluminense tem um grupo bom e dois bons times para disputar muitas competições no ano. Então é dessa maneira que eu vejo. Alguns jogadores começam a se destacar, outros nem tanto. Mas é assim, estamos crescendo como um todo. Acho que foi uma partida realmente muito boa pela posse, pelo número de passes na bola, pelas finalizações, nunca em momento algum abdicamos de atacar. Claro, que com 2×0 tentamos chamar o Vasco um pouco para cima da gente para aproveitarmos o contra-ataque no momento que já tinha o Willian, o Luiz Henrique o Matheus Martins. Bom jogo, bom resultado e não dá nem para curtimos direito porque terça já temos outra decisão”.

Aproveitamento de 100% nos clássicos 

“Importante porque dá uma confiança muito grande você vencer os três clássicos como vencemos. Sem soberba, com humildade, respeitando, fazendo um segundo tempo muito bom contra o Flamengo, um bom jogo contra o Botafogo e um jogo hoje um jogo seguro. De uma visibilidade, quem viu o jogo deve ter gostado muito da partida e principalmente do que o Fluminense jogou.”

O que serviu de lição do primeiro jogo contra o Millonarios em Bogotá para a volta no Rio

“Terça-feira o que eu acredito é que o time deles não vai mudar nada, vai meter intensidade, vai meter velocidade, é um time de muito movimentação. Só que, nós temos que dar uma resposta melhor. Não vamos ficar naquela situação de “se eu for correr muito ali eu não vou poder voltar” ou “eu tenho que correr aquilo que eu tenho, os metros para frente tem que ser os metros para trás por causa da altitude”. Agora o negócio vai ser igual. Lá eu acho que apesar do resultado, tivemos uma desvantagem quanto a isso, meu time acabou morto. O bom disso é que vamos analisar até segunda-feira esse grupo também que jogou hoje porque pode ser que terça-feira a gente coloque alguma coisa desse pessoal que atuou com um brilhantismo muito grande. Não vai ser fácil. Vamos jogar da nossa maneira, não vamos mudar nada, mas aquele sofrimento do início, eu acho que não vai acontecer porque não tem a altitude. Aquela intensidade toda que eles botaram, é impossível à nível do mar”.

Ausência de Nathan

“Não vou individualizar, porque hoje era um jogo diferente. Na minha concepção, apesar do bom time do Vasco, dois jogadores que hoje nem foram tão bem, mas que são dois jogadores que vêm fazendo a diferença, que são o Juninho e o Pec, nós tivemos um cuidado grande com isso, com a entrada do Martinelli, e não do Nathan. Então, não vou responder, ele faz parte do grupo, quando tiver que jogar, vai jogar. Cada jogo depende de uma característica, e hoje, justamente, não querer forçar com o André, aquele receio com Felipe, tem que ser com calma. Vamos reforçar o meio, mas sempre colocar um jogador a mais no meio-campo, e foi isso que aconteceu. Chegaram a falar que eu tinha brigado com o Ganso, e está aí o Ganso jogando. Eu não vou responder, desculpa, mas não tem nada a ver”.

Lesão e ausência de Fred

“Hoje, nós fundamentalmente fizemos um jogo mais pelo corredor central. O Vasco joga muito de fora pra dentro, mas nós queríamos aproveitar aquele corredor colocando um jogador a mais no meio. Chegamos muitas vezes no fundo do campo, com cruzamento, bola pra trás, com jogador de área é muito bom. É um jogador que a gente espera, vai se recuperar e depois vai brigar pela posição. Em alguns jogos vai ser mais importante que o Cano, outros não. E eu não vou abdicar disso, vou fazer o que a minha consciência mandar. Independente de nome ou de valor, quero todo mundo inteiro, que é o mais importante”.

Mais de um time dentro do elenco?

“Em algumas posições, sim. Por exemplo, tem um que jogou só um pouquinho, ainda não foi usado, mas se analisar bem a atuação dos dois centrais, é algo extraordinário. Alguns jogadores que vinham sofrendo vaias e críticas, como é o caso do Samuel (Xavier) e do Wellington, eu me sinto no direito de apoiá-los. Se eu achar que tem que escalar, vou escalar. Nós temos um grupo que hoje, será que a outra equipe joga mais bola que essa aí? Não sei. Mas nós vamos disputar quatro competições, e o importante é que quando entrar, (não digam): “Pô, esse cara tá maluco, botou o time B!” Não tem time B. Tem um grupo que tá ganhando e invicto há nove jogos, conseguiu três vitórias em clássicos”.

Questões de violência extracampo nos últimos dias no futebol brasileiro

“Hoje, essa vitória ameniza um pouco aquilo que a gente vem sentindo pelo momento no mundo, tudo aquilo que acontece. Lamentavelmente aconteceu problema no Paraná, na Bahia, no Gre-Nal. Cara, a gente vai parar aonde? Isso não existe, estamos no século XXI. Chega. Se não consegue controlar a paixão, fica em casa, vê pela televisão, sofreu um gol gol, joga uma pedra (na TV), joga o rádio, quebra o vidro, não importa. Mas não vem… O cara está indo trabalhar. Aí joga um negócio no ônibus, quebra o ônibus. Aí tu viu a cara do Danilo (Fernandes), conheço Danilo pessoalmente, fui treinador no ano passado, no Inter, é um cara sensacional, surreal, um ser humano incrível. Aí tu vê aquela foto dele, com o rosto todo… Pelo amor de Deus, gente. Vamos parar um pouco, refletir. Vamos ver as pessoas lá da Ucrânia tentando sair e não conseguindo, tremendo, com problema seríssimo. O futebol até lá tá continuando, um jogo ou outro aconteceu. Ver isso aqui no Brasil…”.

O Time de Guerreiros volta a campo na próxima terça-feira, às 21h30, no estádio São Januário, para enfrentar o Millonarios pelo jogo de volta da segunda fase da Pré-Libertadores. A equipe comandada por Abel Braga leva uma vantagem de um gol conquistada após a vitória por 2×1 na ida. A eliminatória não possui o gol fora como critério de desempate.

ST


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