SOB A LUZ DO REFLETOR – O Milagre da Derrota

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Comentado semana passada aqui na coluna, em 3 dias enfrentamos dois dos melhores times da América do Sul e a gangorra tricolor funcionou como nunca. Do céu ao inferno, ou melhor, do inferno ao céu. Da derrota para nosso rival pelo cariocão à vitória na Argentina, garantindo o primeiro lugar do grupo. Mas não foi só isso.

O desempenho no Fla x Flu foi horroroso. Nos dois. Sempre melhorando o segundo tempo, adversário cansando mais, as trocas funcionando melhor, mas de modo geral foram horrorosos. Time com medo, meio de campo espaçado, sem contra ataque, um horror. Eu até diria que no segundo jogo, o buraco no meio já estava menor, mas porque estávamos realmente dentro da área, nem meio tinha. Não foi por falta de aviso (título da coluna passada). Todos comentaristas esportivos foram percebendo, a torcida inteira percebeu e acredito que até o Roger também, mas as vitórias e alguns empates mascaravam demais isso. Foi preciso perder um título para o rival e estar ameaçado de rodar na Libertadores, para o Roger realmente agir.

A solução não era fácil. Torcedores queriam um meio de campo com mais pegada, dando menos espaços para o adversário, sugerindo até um terceiro volante. Torcedores queriam um time mais corajoso, marcando mais a frente, atacando mais. Eram os mesmos torcedores, nós. Como resolver? Coloca um terceiro volante e atacar mais? Complexo.

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Roger mexeu no principal problema do time, na minha opinião: Posicionamento do meia, no caso o Nenê. O cara foi colocado de auxiliar de atacante. Ficava a metros do Fred. Nunca vi essa função no futebol, tendo dois atacantes ainda abertos. Loucura. Meio de campo com 2 homens e 2 auxiliares de lateral. Quem sai com a bola? Só os volantes? Cadê o meia armador, para tabelar, distribuir e fechar o meio? Não que deva ser sempre o Nenê, não é a questão, mas precisa ser um meia e não um segundo atacante por dentro. Só isso já aproximou demais nosso meio de campo, fechando espaços e conseguindo articular melhor as jogadas.

Roger também mexeu nas peças, e realmente precisava. Kayke é craque, vai voar ainda no futuro, mas para a função que o Roger quer, ele não consegue evoluir como deveria. É franzino ainda, tem pouco poder de marcação e muito rápido e habilidoso na frente. Kayke precisa entrar no segundo tempo nesses jogos mais pegados, enfrentando adversários mais cansados, com o campo mais aberto. Luís Henrique é uma incógnita. Bom de bola, mas sempre aéreo. Uns dizem que está amarelando, eu já acho que não está nem aí para nada. Perde gol, ok. Perde bola, ok. Está sempre com o mesmo semblante. Precisávamos de sangue novo. Sangue mesmo, aqueles caras que correm pelo prato de comer e Caio Paulista e Gabriel Teixeira tem essas características. Jogam como se fossem o último jogo das suas vidas e estão em boa forma. Acertou na mosca.

A última tacada foi a troca dos laterais. Por mais que Egídio se esforce, ele não pode ser reserva do Barcelos. Sabe jogar, cruza bem, toca bem a bola, mas falha muito. Com mais concentração é o que temos de melhor. Calegari está fazendo uma Liberta ruim. Não sei se sentiu o peso da competição, não sei se está mais abandonado ali na latera direita, mas sei que o Samuel já merecia uma chance e aproveitou muito bem, com boas chegadas na frente e segurança atrás. As trocas dos 4 jogadores de lado e no posicionamento do Nenê foram perfeitas.

Roger ainda teve tempo de errar. Esperou muito para as trocas contra um River baleado. Entendo perfeitamente a substituição dos jogadores amarelados, estava com esse receio vendo o jogo, de que o Juizão poderia compensar a qualquer momento a expulsão do jogador do River. Nessas trocas, restaram uma para Gabriel Teixeira ou Nenê. Obviamente que o veterano saiu, mas só aos 38 do segundo tempo, quando também sacou o Martinelli, que já estava pedindo para ser expulso. Em suma nosso professor só não foi perfeito porque demorou demais a substituir e dar gás novo a nossa equipe, de resto parabéns pela atuação.

Esperamos que essa atuação e esse posicionamento do time, seja a base para as próximas partidas da temporada. Que os erros cometidos no passado sejam esquecidos e busquemos evolução, sempre em cima do que fizemos na terça.

Toque Curto:

  • Fred deu as cartas, mas tivemos vários destaques como: Gabriel Teixeira, Caio Paulista, dupla de volantes voltando a jogar bem, Samuel muito bem, Nenê com um belo gol e nossa zaga firme.
  • Meu amigo apelidado de “Maurício Fernandes” em homenagem ao “craque” que passou pelas laranjeiras, me perguntou a ordem de preferência no sorteio da Liberta. Apesar de termos que estar preparados para qualquer adversário, eu defini minha lista: Cerro, Católica, Olímpia, Defensa, São Paulo, Velez, Boca e River.
  • Sábado começa o Brasileiro. Campeonato longo e perigoso, não podemos tirar o pé nunca. Começar voando.
  • Incrível como sempre levam uma vantagem né?! Expulsão por dois amarelos óbvia do zagueiro dos caras. Eles não precisam disso, mas sempre usam.

SDT


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