Mudanças que surtiram efeito – Roger altera peças e posicionamento e arranca o primeiro lugar do “Grupo da Morte”

Compartilhe

Mais do que “seis por meia-dúzia”. Ontem, o técnico Roger Machado fez mais do que simplesmente trocar peças de sua linha titular e mudou a forma como o Flu vinha se comportando em campo. Muito contestado, e já com olhares desconfiados de parte da torcida tricolor, o treinador tricolor conseguiu corrigir, ou pelo menos mostrar evolução, em um dos problemas crônicos do seu time: o buraco no meio de campo.

A princípio, quem olhava apenas para o time titular, com as entradas de Caio Paulista e Gabriel Teixeira – nos lugares de Kayky e Luiz Henrique – e a troca nas laterais, com a entrada de Samuel Xavier e o retorno de Egídio – nos lugares de Callegari e Danilo Barcelos – imaginou que o Fluminense não apresentaria nada diferente em campo, uma vez que essas mudanças não representariam, em tese, qualquer alteração tática no time. Mas o que assistimos foi uma equipe mais organizada no meio de campo, que conseguiu pressionar a saída de bola e melhorar a transição para o ataque.

Primeiro porque todos que entraram fizeram boa partida. Enquanto Samuel trouxe profundidade e conseguiu dialogar bem com Caio Paulista, além de conseguir fazer um balanço defensivo mais seguro, do outro lado Biel e Egídio trouxeram vida à ala canhota, apagada nos últimos jogos. Biel, inclusive, foi muito bem na contenção e, quando o Flu perdia a bola, ele conseguiu fechar o meio, tumultuando a saída de bola adversária e evitando contra-ataques, melhorando o posicionamento do meio tricolor. Já Caio aparecia com frequência, sendo opção de passe, ajudando a saída de bola. Mas o “pulo do gato” do Roger foi um posicionamento diferente de duas peças: Fred e Nenê.

Você conhece nosso canal no YoutubeClique e se inscreva! Siga também no Instagram

Roger conseguiu explorar uma das principais características do capitão. Colocou ele para ajudar na armação das jogadas, fazendo o pivô, atraindo a atenção dos zagueiros para fora de seus posicionamentos naturais e abriu brechas na defesa do River, aproveitadas pelo ídolo. Primeiro ele recebeu aberto pela ponta – após excelente roubada de bola de Samuel Xavier – e cruzou na medida para Caio Paulista abrir o placar; depois recebeu na entrada da área, girou e achou Nene entrando pela canhota e meteu uma bola açucarada para o Vovô pegar de primeira e ampliar. Além de ser mais uma opção na armação, Fred ainda teve duas chances de deixar o seu, na sua principal função, que é a de artilheiro. Jogou muito!

 

Quanto a Nene, o treinador trouxe um novo posicionamento para o meia, que mudou o meio como um todo e fez reascender o futebol de Martineli. Na recomposição, o experiente jogador recuava mais, e junto aos pontas – que também tiveram uma postura diferente – ajudava a meiuca a formar uma linha mais compacta, com cinco jogadores por ali. E essa proteção trouxe um maior equilíbrio e melhorou, inclusive, o desempenho individual dos jogadores. Mais organizados, os volantes conseguiram correr “certo”, pressionando os adversários, acertando os botes nas bolas e o resultado foi positivo.

Com um time mais organizado, Yago e Martineli subiram de produção e conseguiram mostrar um melhor futebol. Enquanto o primeiro se aproximou mais da área e até guardou o seu – que deu números finais ao jogo, após meter uma bola na trave – o segundo voltou a ser o maestro do meio, organizando as jogadas na saída de bola. E com um meio mais consistente, a defesa também se comportou melhor. Nino e Luccas Claro fizeram uma partida muito segura.

Roger manteve suas convicções e corrigiu problemas sérios no seu time. Muitos ainda podem refutar a boa atuação sob o argumento de que o River vinha combalido pela pandemia, que assolou o seu elenco. Mas não se pode tirar o brilho de uma vitória MAIÚSCULA, dentro do Monumental de Nuñes. Resta saber como o time vai se comportar daqui para frente.

ST

FOTO: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.


Compartilhe