Técnicos que comandaram Lucca em suas melhores fases, comentam sobre como utilizaram o jogador
Em busca de um atacante após a venda de Evanilson, a diretoria do Fluminense anunciou a contratação de Lucca na última quarta-feira. O jogador estava no Catar e fechou com o Fluminense até 2022.
Em sua passagem pelo Catar, Lucca marcou 17 gols em 36 partidas, atuando pelo Al-Khor e Al-Rayyan. Por outro lado, nas suas últimas três passagens por clubes brasileiros: Cruzeiro, Bahia e Inter, onde foi comandado por Odair Hellmann, o jogador marcou apenas 1 gol.
Lucca viveu seus dois melhores momentos na carreira jogando pelo Criciúma e na Ponte Preta.
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Paulo Comelli treinou Lucca quando o jogador se destacou no Criciúma, o treinador explicou como foi avançar uma posição do novo atacante tricolor que antes da chegada do treinador, atuava como meio campista:
“Ele tinha vindo de outro time e tinha feito o Estadual jogando de meia. Aí peguei, vi as características dele, achava que prendia em demasia a bola para um meia, mas tinha velocidade, era forte no um contra um, inteligente… Então conversei com ele e passei a escalá-lo como atacante. Ele viu que ia jogar mais próximo do gol e aceitou de boa, se dedicou e foi bem demais, depois me agradeceu. Pessoal da imprensa deu uma questionada na época, mas ele começou a fazer gols”
Lucca, então, virou uma espécie de ponta-esquerda em um esquema parecido ao que vai encontrar no Fluminense: 4-3-3. Na época, aos 22 anos, ele sozinho marcou 19 gols em 43 partidas entre a Série B do Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.
– Foi muito bem comigo lá. Fez muito gol cortando para o meio e chapando. Ele chapa bem essas bolas tirando do goleiro. E tem uma batida muito boa, era cobrador de faltas e escanteios, além de ser um cara taticamente muito aplicado. Foi bem demais, tanto que apareceram vários clubes. Teve ainda uma infelicidade, um problema no joelho faltavam umas 15 rodadas e teve que fazer cirurgia. Mas se destacou, tanto que o Cruzeiro o contratou mesmo machucado, e ele acabou de se recuperar lá – completou Comelli.
Após passagens por Cruzeiro e Corinthians, foi na Ponte Preta onde voltou a ter grande destaque, em 2017, quando foi dirigido por Gilson Kleina e Eduardo Baptista. Foi Kleina que comandou o atacante por mais tempo naquela temporada e passou a usá-lo também centralizado, mas não como centroavante:
– As três posições, tanto centralizado, quanto pelos lados, ele fez comigo na Ponte Preta. Claro que a preferência dele é jogar pela esquerda, vindo para dentro. Nós fomos finalistas do Paulista e, depois, no Brasileiro, usando alguns recursos do Lucca. Como ele pode fazer um pouquinho ali por dentro, meia-atacante, nos jogos fora de casa nós utilizávamos essa situação. Ele tem uma transição e é muito inteligente para jogar nas costas dos volantes. Dentro de casa, minha frente era Clayson, Pottker e Lucca. E fora de casa nós abríamos mão de um dos atacantes para colocar o Lucca por dentro.
Hoje no comando do Náutico, Kleina destacou o protagonismo que o novo atacante do Fluminense assumiu naquele time e listou os pontos fortes do atacante, que marcou 24 gols em 61 partidas naquela temporada, entre Campeonato Paulista, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana:
– Ele gosta de trazer para dentro, tem grande finalização. É um atacante de muito repertório. Mesmo jogando pelo lado do campo, é um finalizador. Faz gol e é comprometido com o esquema tático. Também tem a bola parada. Na Ponte, batia falta lateral, escanteio, faltas centrais e também treinava o pênalti. E é um jogador intenso na marcação, chega a ser agressivo no sentido de pressionar mesmo o homem da bola. Tenho certeza que ele foi monitorado pelo sistema de jogo. Pelo que às vezes assisto do Fluminense, na transição tanto ofensiva quanto defensiva, vai ser fundamental para o Odair.
Questionados se Lucca e Fred podem atuar juntos, os dois treinadores opinaram que sim:
– Podem! É um jogador inteligente, mete bem a bola, se movimenta bem. Pode ser um segundo atacante também. Torço para que ele vá bem no Fluminense. Não sei como está hoje. Naquela época comigo, ele tinha muita força para voltar para marcar lateral, atacar, era muito tático – ponderou Comelli.
– Acho que sim. Eu vejo que o Fluminense joga com três atacantes, não sei se o Odair está tendo alguma variável para dois atacantes. Ele tem condições de jogar assim: pode ser um ponta de lança ao lado do Fred, ele tem essa situação para isso. Ele, na verdade, prefere do meio para o lado esquerdo. Eu acho que do lado direito vai ter um pouco de dificuldade – argumentou Kleina.
Lucca é esperado no CT Carlos Castilho nessa quinta-feira(01) para realizar exames médicos e começar a treinar com o grupo. O atacante, no entanto, só poderá jogar a partir do dia 13 de outubro, quando a janela de transferências internacionais abrirá no Brasil. Assim, a primeira partida em que estará à disposição de Odair será contra o Atlético-MG no dia 14 de outubro, no Mineirão.
Créditos: Globo esporte
Direitos autorais: 2017 Getty images
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