Angioni não garante a continuidade do sub-23 e futuro dos jogadores
Paulo Angioni sempre foi um entusiasta na formação de um elenco sub-23 no Fluminense, assim como no futebol brasileiro em geral. Entendendo que os jogadores sofrem com a necessidade de maturação muito rápida e cada vez mais jovens – e que nem todos eles conseguem atingir essa maturação na faixa de 17-18 anos, ou até menos – o diretor tricolor esperava encontrar no sub-23 um lugar para desenvolvimentos e maturação de talentos que se perderiam, exatamente por não alcançarem o seu ápice precocemente. Agora, em entrevista ao Lance!, Angioni não garante a continuidade do projeto:
– Podemos dizer que temos bastante incerteza e estamos trabalhando com as duas hipóteses. A que seria melhor está um pouco distante em função de tudo que está acontecendo. E estamos trabalhando a outra alternativa para que no momento que soubermos que não terá competição, já tenhamos um caminho a percorrer. A luta do Fluminense neste momento, que tem participação ativa do presidente do clube, é fazer uma competição alongada, com um calendário estendido. Isso facilitaria manter a categoria e evidenciá-la no mercado nacional. Com essa transformação do mundo, todas as coisas se modificaram. Uma coisa é certa, aquilo que gostaríamos, de ter uma competição mais longa, passa a ser inviável. As preocupações com as orientações das secretarias de saúde dificultam ainda mais aglomeração, viagens interestaduais. Uma série de requisitos que colocam em risco a competição, que com certeza não será longa. Dizer que está em perigo é muito próximo de uma realidade. Estamos aguardando alguns pronunciamentos e nos preparando para a possibilidade de não ter competição. Em princípio estamos aguardando – avaliou.
Além dos motivos citados acima, a intenção de manter o time sub-23, com custos baixos e controlados, era segurar nomes que ainda precisassem desse tempo a mais para desenvolvimento, e servir de apoio ao elenco principal. No caso de alguma impossibilidade de atletas treinarem, ou até mesmo irem aos jogos, a comissão técnica “pescaria” ali um substituto, que já estaria trabalhando dentro da filosofia do técnico Odair Hellmann sob o comando do auxiliar técnico Marcão.
Você conhece nosso canal no Youtube? Clique e se inscreva! Siga também no Instagram
– Estamos vivendo um ano inimaginável. Uma série de incertezas e preocupações. A única coisa que temos próximo do certo é o isolamento social. Mudou toda vida do mundo de forma geral. Há prejuízos grandes nesse sentido. Dentro disso, tem algumas coisas que são evidentes, como a categoria sub-23. O Fluminense é extremamente adepto a isso por entender uma série de razões, inclusive a maturação mais longa do atleta. O Brasil passou a maturar jogador até 19 anos e descartar para frente. Isso causa prejuízo institucional e do mercado. Nem sempre todos estão plenamente prontos com 18 anos – afirmou.
Por fim, o diretor tricolor aborda a forma como a diretoria está vivendo esse momento e já consegue afirmar que o Flu não será surpreendido pelo futuro incerto na categoria, exatamente por estar trabalhando com transparência e em duas frentes:
– Estamos trabalhando com muita transparência. Esse é o norte da administração do clube. Temos monitorado os atletas e eles, como os outros, continuam em casa no primeiro momento. Vão fazer os exercícios monitorados e orientados pela fisiologia e preparação física da equipe principal. Enquanto não houver possibilidade de retorno, vamos continuar trabalhando com eles à distância. Assim que tivermos certeza de algo, falaremos. Eles com certeza já tem o conhecimento através das mídias de que é uma competição que está correndo risco. Mas vamos transmitir isso para eles e aguardar os próximos passos. Com certeza o Fluminense não será surpreendido pois já está trabalhando nas duas frentes – completou.
ST