Fala, presidente: Estimamos 25% de perda de receita para o ano. Precisamos muito da torcida!

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Mário Bittencourt foi o convidado da nossa live de hoje. Um pouco mais de uma hora de entrevista, o presidente tricolor respondeu sobre calendário, coronavírus, montagem de elenco, Odair Hellmann, possíveis vendas, Maracanã, patrocínio master, Laranjeiras, futebol feminino e um muito mais. Confira os principais pontos:

Aumento do número de sócios na pandemia

Na verdade a gente fez uma campanha de redução de valores e promoções para o sócio-futebol. O grande atrativo é ir aos jogos. Como estamos sem, pensamos em algumas coisas para manter os pagamentos em dia. A gente encontrou um caminho, com uma campanha muito legal. Não tivemos perdas, e tivemos adesões, proporcionalmente maior do que meses que tem jogo. Não é muito significativo, mas tivemos mais entradas do que saídas. Eu procuro sempre pontuar as dificuldades. Os problemas são gravíssimos ainda, precisamos crescer o sócio-futebol. Teve essa paralisação, que parou o futebol mundial. A gente assumiu no meio do ano passado, trabalhamos 6 meses para manter o clube na Série A. E ai veio 2020, um planejamento pro ano, estávamos trilhando nosso caminho. Mas os 6 meses que ganhei em 2019 para fazer um diagnóstico do Fluminense, estamos perdendo agora.

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Patrocínio master

Eu acho que as pessoas tem uma fixação com esse nome. Eu já falei que só teremos um master quando pagarem o que entendemos que seja digno. As maiores receitas são cotas de TV e venda de atletas. Ele vem caindo de forma vertiginosa. A gente colocou um parâmetro para que o master seja de acordo com aquilo que ele vale. A prova de que o Departamento Comercial vem trabalhando de forma eficaz é que tivemos patrocínio em outras partes do uniforme.  Só o Azeite Royal saiu na pandemia.  Havia conversas sobre o master antes disso, mas a paralisação mudou tudo. Teremos uma marca quando condizer com o Fluminense. As empresas procuram, a gente mostra o valor que queremos. Não vou baixar. Eu sei o valor da camisa do Fluminense.

A torcida percebe uma melhoria do Dept de Marketing. Mas ainda pede algumas melhoras….

Eu acho sinceramente que melhoramos muito. Eu posso dizer que a equipe é a mesma, tirando a pessoa que comanda. A gente despolitizou a gestão. Não tiramos alguém porque trabalhou com X. Sou torcedor também. Tem muita coisa a se fazer, como tudo na vida. E vai ser gradual. Porque marketing precisa de investimento. E vemos fazendo isso. A FluTV é o nosso canal. Tinha muito pouco investimento. Não posso cobrar deles se a gente não tem condições minimamente adequadas. Ainda estamos desenvolvendo, isso custa dinheiro. A situação financeira não é fácil. A gente vai ter que começar tudo do 0 quando voltar. O clube não parou. Fazemos videoconferência sempre.

Lançamento da camisa UMBRO

No início não existia essa possibilidade. A UMBRO não queria.  Iríamos lançar a camisa no jogo contra o Volta Redonda. E algumas pessoas, de forma maldosa, vazaram as camisas. As conversas com a UMBRO seguem e hoje eles entendem que já podemos lançar. Essa reunião que falei que tive, foi sobre isso. A gente não sabe quanto tempo mais ficaremos parados. Precisamos criar alternativas pro clube girar. Não tem clube social, não tem jogos. Vamos discutir cotas, que não recebemos o que deveríamos. Temos feito um esforço sobre-humano para pagar os salários. As vendas serão online pois não há como ter venda física no momento.

Existe a possibilidade de jogar em Laranjeiras com portões fechados?

No momento não há condição nenhuma.  Para fazer uma reforma mínima é um dinheiro que o Fluminense não tem. Estamos passando por dificuldades financeiras e elas vão durar. Temos que fazer escolhas diariamente. O vestiário de visitante não tem condições de receber um time. O presidente da FFERJ falou que poderíamos jogar em alguns lugares com portões fechados. Hoje, neste momento, Laranjeiras não tem.

Maracanã

Fundamental para o nosso projeto de sócio-torcedor. Não temos dívidas com o Estádio. Quando fica algo em aberto, devemos a SPE (sociedade com Flamengo). Eu queria que o torcedor entendesse que o borderô é publicado no dia dos jogos não tem a questão do sócio-torcedor. Quem paga e vai ao jogo, entra no borderô como um percentual muito pequeno. Já está embutido o preço do ingresso. O Maraca é fundamental. É um estádio grande, é vantajoso para nós. O Maracanã não vem dando prejuízo a nós. Em 2019, não tivemos perdas, nem lucros absurdos. Se houver uma média de 35 mil por jogo, nós vamos passar a ter lucro, inclusive, no dia da operação. Eu estudo esses números sempre. Tivemos prejuízo quando abaixamos demais o preço do ingresso.

Montagem do elenco, renovações com jogadores que não agradam à torcida…

Se nem Jesus Cristo agradou a todos, imagina um jogador de futebol. A gente montou um elenco com um teto de folha, não teto salarial. Temos um limite e não vamos passar dele.

Dívidas, penhoras, dia-dia

Temos penhora para credores antigos. Não conseguimos passar a primeira parcela do Pacheco e do Michel Araújo. As dívidas chegam, a penhora chega. E muita gente pergunta sobre abaixar a folha. Mas também não posso fazer isso por causa da cota de TV, que está relacionada a performance. A redução é muito drástica. Tem que ter um equilíbrio entra a folha sacrificada e um time bom e barato. E aí sim a gente se mantendo na Série A, vamos brigar pra ficar la em cima. Nosso projeto é disputar em cima. Não chegamos acima do 10º desde 2014. Minha estimativa é que daqui 5, 6 anos, teremos estabilizado isso e vamos disputar o topo com frequência – no lado financeiro.

Fred

Não discutimos valores ainda. Ele está treinando em casa. Tem a liminar ainda. Todos sabem do interesse. Temos a ideia de por “dispositivos” no contrato, até para poder ter ele depois da aposentadoria. Ele quer vir, eu quero que ele venha.

Mariano

Não acontece nada de fato. Eu queria saber qual a lógica de falar abertamente sobre Fred e não querer falar sobre Mariano. As pessoas plantam, cavam. Eu vi uma entrevista dele, que falou que foi procurado por nós. Pelo que entendi depois, foi na outra gestão…. Não há contato efetivo, negociação efetiva, conversa com empresário…. Mas é um jogador que, se estiver em condições, vai  interessar sempre.

Cotas de TV

Antes eram fixas, com uma cláusula de queda. O contrato atual, assinado em gestões anteriores, vai até 2024. A gestão vai até 2022. Hoje 40% é fixo, 30% de pay-per-view e 30% performance. Eles antecipam até 50% da cota fixa. A gestão anterior antecipou tudo até 2024. Ainda tem uma porcentagem que entra mês/mês. E tem os bloqueios e penhoras em cima dessas cotas. A gente recebia quase 0 da Globo. A gente veio pagando dívidas, fazendo acordos. E aí abriu fluxo para nós. Continuamos com penhoras, mas recebemos um pedaço do 50% que é fixo. Os outros são compra de pay-per-view e performance em campo – que é recebida em Dezembro, depois do Campeonato Brasileiro acabar. A briga ainda é muito grande.

Venda de jogadores

Eu falei na live da Aline… Deixei muito claro que é a maior fonte de receita do clube. Vamos ter que vender agora, no final do ano, no meio do ano que vem. E os valores altos são os que produzimos aqui. Vendemos jogadores que não performaram por valor menor… mas vamos ter que vender.

Confira a live em vídeo, em nosso canal:

ST!

 


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