Pinheiro, para os íntimos

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Segunda, no instagram do Flu, houve um post em homenagem aos 88 anos de João Batista Carlos Pinheiro – ou Pinheiro, para os íntimos. 

E já que falaram nele, vamos em frente!

Ele era um atleta polivalente. Começando sua carreira em 1947 no Americano, atuou, além de zagueiro, como goleiro, meia e centroavante, passando a vestir a tricolor só em 1949. Chegou moleque ao Fluminense, por acaso, graças ao seu irmão, que era árbitro de futebol e viria acompanhar um clássico contra o Vasco. Pinheiro já jogava em Campos, sua cidade natal e, no dia seguinte ao jogo foi ao Flu acompanhar um treino. Estava sentado na arquibancada como quem não queria nada. O que ele não contava é que, naquele gramado, outros campistas que o conheciam, viriam a lhe “dedurar”, sendo então convidado a se juntar.

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Terminando o treino, foi intimado a ficar. E ficou. Aqui, construiria uma carreira vitoriosa como jogador e treinador, além de mencionar em suas entrevistas sua gratidão ao clube que lhe formou como pessoa.

A partir daí, dedicou sua vida ao Fluminense, sendo o segundo jogador com mais jogos na conta, somando 603 – contando aquelas em que foi técnico passa a ser o atleta que mais vezes defendeu nossas cores. Estreando com apenas 17 anos, não demorou muito para que se tornasse um dos jogadores mais importantes do time e titular absoluto. Depois de aposentado, virou técnico das divisões de base e do profissional, revelando atletas como Abel Braga, Delei e Edinho. 

O homem tinha tanta garra, que, quando a data do enterro de seu pai coincidiu com o jogo do tricolor, Pinheiro enterrou seu pai pela manhã e foi jogar à tarde. Ainda marcou o seu! 

Pelo Flu foram 50 gols, conquistando os Cariocas de 1951 e 59, a Copa Rio de 1952 (leia-se mundial) e o torneio Rio-São Paulo de 1957 e 60. Como técnico, ganhou a Copinha de 1971, 73 e 77. Com passagens pela seleção, marcou 1 gol e jogou a Copa de 1954. 

Aliás, é impossível falar em Pinheiro sem falar em Píndaro, sua dupla de zaga. Junto com Castilho – aquele com mais jogos vestindo nossa armadura -, formavam “santíssima trindade”, como eram chamados nossos últimos homens (qualquer semelhança com Muriel, Ferraz e Nino é mera coincidência). O esquema de marcação que jogávamos obrigava sempre o adversário a cruzar muitas bolas na área. Evidente que nossa zaga tirava tudo, de modo que Zezé Moreira, nosso técnico de 51 à 55, passou a chamá-lo de Marechal da Área ou Vigilante do Castilho.

Os três ídolos, ao lado de tantos outros craques, sagraram-se campeões do Carioca de 1951, título que consagrou nosso apelido de “Timinho”, como era chamada a equipe Tricolor. Dentre eles estavam Didi, carrasco dos nossos rivais nos primeiros clássicos do Flu na Era Maracanã, Carlyle e Telê. 

A alcunha surgiu porque, aos olhos de todos, inclusive dos tricolores, tínhamos um time fraco. Aquele que a gente olha e não dá nada. Com as expectativas mais baixas que as nossas colocações no Brasileirão nos últimos anos, a torcida assistia o Fluzão derrotando todos os seus rivais. O Timinho, como disse Nelson Rodrigues, “servira para despistar”. 

Queria eu um Timinho desses hoje em dia!

É claro que o futebol de hoje em dia está diferente, muito dinheiro e negociações envolvidas. Raro um atleta permanecer no mesmo time por muitos anos. Mas em tempos em que jogadores vendem seu amor à uma camisa e torcida, que tenhamos na nossa história mais jogadores como Pinheiro, que além de um zagueiraço, foi tão grato ao time que lhe formou.

ST! Domingo começa o Carioca!

 


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