O absurdo que fazem com o futebol brasileiro
Uma verdadeira VARgonha o que vem acontecendo nos gramados brasileiros. Ou melhor, fora deles. O VAR, que chegaria para acabar com as “dúvidas” do futebol, na realidade veio referendar a pouca vergonha. Sim, não há outro nome para o que acontece se não POUCA VERGONHA. Isso porque agora a roubalheira é provada, de forma cabal, a cada lance controverso anotado em favor de um ou outro que, curiosamente, também eram favorecidos pelos erros de arbitragem sem a presença do VAR.
Não vamos discutir aqui um lance isolado ou outro, em que o queridinho da mídia foi beneficiado, de forma isolada. Mas vamos apenas ilustrá-los para que sirvam de exemplo. Esse último lance do goleiro pegar a bola fora da área é um deles. Outro podemos falar sobre o Fla x Flu, em que foram procurar um impedimento no lance em que Maldini Ferraz divide a bola com Rodrigo Caio (lance normal), e Léo Santos anota o gol, e voltaram com uma falta(!!!) absurda a favor do time do lado de lá da força. Nada mais evidente do que o VAR chegou para fazer no Brasil.
Ele, ao invés de equalizar lances polêmicos, e acabar com a subjetividade desses lances, ou seja, acabar com a famosa “interpretação” do árbitro, tirou essa subjetividade de dentro de campo e a colocou numa sala isolada, com 4 pessoas que analisam, ao bel prazer, aquilo que deve ou não ser anotado pela marionete, ops, pelo árbitro que está em campo. O propósito do VAR não era esse… Mas aqui no Brasil, estão consolidando o favorecimento a determinados clubes e prejudicando outros. O Flu é um grande exemplo de prejuízo.
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No jogo contra o Goiás anularam um gol – o que seria o último de Everaldo com a camisa tricolor – sob a argumentação de que Luciano estaria impedido e atrapalho o goleiro; contra o Santos a bola pega nitidamente na mão do zagueiro, dentro da área, e o jogo segue; já contra o Bahia, a bola pega quase no ombro de Gilberto, que estava meio de costas e de lado, e o tal do VAR dá o pênalti. E se puxar pela memória teremos mais lances. Mas. para o nosso ponto de vista, serve.
Resumindo a ação do VAR até aqui. Quando há um lance polêmico, ou pelo menos pela interpretação dos caretas da salinha seja assim, os caras chamam a marionete, ops de novo, o árbitro de campo que coloca a mão no ouvido. Se o lance for desfavorável ao time “A” eles voltam no tempo, tal qual o DeLorean de “Doc Brown”, até acharem algo que justifique, ou que tente justificar, uma infração que beneficie o tal time – lembra do lance do Ferraz, citado acima? – ou seja, se for lance contra, e de forma óbvia – aquele que tem que marcar de tão claro que é – eles vão voltando o video-tape até achar algo que justifique alguma anotação, falta, impedimento, perigo de gol, um esbarrão e afins, para que se possa marcar alguma coisa a favor do time preferido. Quando não, ou ignoram ou deixam para lá (aquele lance com o CSA é uma prova contundente do que falamos aqui).
E não para por aí. A questão do acréscimo de tempo então ficou ainda mais à disposição deles, sem critério nenhum. É só parar para pensar um pouco que fica claro que essa parte também está ao bel prazer da arbitragem. Ora, imaginemos um lance que ocorreu aos 15 minutos de jogo. Mas o VAR e a marionete, ops outra vez, o árbitro de campo demoram 4 minutos para decidirem o que fazer. Aí acham um lance aos 13 que foi “irregular” – dependendo a favor de quem e quando – e anotam a falta ali, naquele momento do jogo. O que deveria acontecer? O acréscimo de tempo deveria levar em consideração, também, em qual minuto o jogo retroagiu para seguir em frente. Ou seja, nesse caso acima, deveria ser acrescido ao final os 4 minutos de demora da decisão mais os dois minutos em que o jogo correu mas não valeu de nada = 6 minutos de acréscimos em apenas uma polêmica. Se tiverem mais duas, seria mais ou menos isso também.
Hoje, o que vemos pelos gramados brasileiros, são acréscimos de tempo em que não fazem o menor sentido em relação ao tempo parado pela (1) cera e (2) VAR. Isso somando, em alguns casos, poderia chegar a 15 minutos. Alguém já viu algum acréscimos nesse magnitude que não tenha sido ocasionado por falta de luz ou algum outro incidente mais grave? Nem eu.
O que deveria acontecer seria o seguinte: jogo parado, o lance é revisado pelo VAR. Foi anotado uma falta, no tempo de jogo, aos 25 minutos. Demorou 5 minutos para recomeçar. O que fazer? Dar esses 5 de acréscimo lá na frente? Não. Recomeça o jogo com 25 minutos. Simples para caramba à beça, não? Eles não voltam no tempo para revisar? Então que seja assim. Naquele exato momento em que acharam uma infração, que o jogo recomece ali, naquela cronometragem. Ah, mas aí o jogo poderia demorar mais do que 2 horas ao todo, e as televisões teriam que alterar grade de programação… Vão fazer isso? A toda poderosa mãe do queridinho da mídia? Pois é. Também duvido.
O que a CBF deveria ter feito era, obviamente, ter testado o VAR em categorias de base do futebol brasileiro. Nós temos tantos campeonatos bons, de nível técnico alto – sobretudo em suas fases finais – e o VAR poderia muito bem ter sido implementado ali para, só depois de avaliado e ter suas evidentes falhas corrigidas, ser implementado nos profissionais.
A intenção da FIFA ao promover o VAR era trazer uma equidade maior nas decisões da arbitragem. Por isso é que ele só pode ser usado em 4 momentos. No texto original do protocolo aprovado pela Fifa, “assistência por vídeo procura detectar erros claros e óbvios em situações que possam modificar o resultado de um jogo”. São elas.
- Gol;
- Pênalti;
- Cartão vermelho direto;
- Confusão de identidade;
Ou seja, aquela falta no meio de campo que o juiz deixou passar, 40 segundo antes do lance de pênalti, não está no protocolo. Mas aqui a utilizamos a torto e a direito. Não, corrigindo, só usamos a torto porque a direito não usamos não. O futebol brasileiro padece com a utilização do equipamento que, por mais incrível que pareça, teve um primeiro relatório favorável. Claro, os erros crassos favorecem somente a um ou outro time. Os demais, quando de enfrentam, não tem tanta polêmica assim.
Precisamos evoluir no quesito VAR no Brasil. Porque se não, só “VAR” interessar a quem não quer justiça naquilo que acontece em campo. Não é isonomia que queremos? Então defendam o real propósito do VAR e fiquem alertas quanto ao que vem sendo feito até aqui. Precisamos de mais coragem para falar sobre isso e mais representatividade dos 18 clubes que se sentem prejudicados no campeonato Brasileiro.
ST
Washington de Assis