Herança maldita – no fechar das cortinas da gestão Abad, uma bomba prestes a estourar

A gestão Pedro Abad está chegando ao seu fim, de forma melancólica. Daqui a 10 dias o Flu conhecerá seu novo presidente. E quem assumir, seja Mário Bittencourt ou Ricardo Tenório, terá que lidar com uma bomba que vai explodir nessa sexta-feira. O Fluminense não tem dinheiro para pagar a parcela do PROFUT e pode sofrer as sérias consequências, se for excluído do programa.

De acordo com a reportagem, assinada pro Rafael Oliveira e Caio Blois, o tricolor terá que pagar, até hoje, algo em torno de R$ 14 milhões, e o clube não tem esse valor. Ainda de acordo com a matéria, o jurídico do Flu já se movimenta para tentar minimizar os efeitos da inadimplência, buscando uma nova composição ou algo do gênero.

Contudo, a APFUT, órgão responsável por centralizar as informações do programa, não tem por hábito excluir de imediato os clubes inadimplentes, nem imprimir qualquer outra sanção, sem antes se reunir com os mesmos para discutir novas possibilidades.

Ambos os candidatos disseram ter uma noção do que vão enfrentar, mas esbarram na falta de transparência do clube no assunto. Veja o que disseram ao Jornal Extra:

Mário Bittencourt

“Como todos sabem o Profut envolve débitos tributários (CSLL, PIS, COFINS e IR) e Previdenciários.

Apesar dos seus mais de três anos de vida, o Profut ainda é uma novidade para muitos gestores dos clubes brasileiros. Ao menos dezoito clubes estão inadimplentes, entre os da série A e B.

O Fluminense é um deles. Evidentemente que preocupa a sua exclusão, pois, não só não haverá o alcance da CND, bem como a dívida fiscal retorna com força e avidez: valor original atualizado, acrescido de multa e juros.

Tomei conhecimento que o departamento jurídico do clube está trabalhando para não só impedir que tal aconteça, mas para parcelar o atrasado em um novo REFIS. Torço para que aconteça, pois um revés será mortal às pretensões do Fluminense.

Se isso não for obtido antes da eleição posso garantir que será nossa prioridade logo na primeira semana de trabalho”

Ricardo Tenório

Minha preocupação com as dívidas e com a enorme dificuldade de ter as informações corretas me fez escolher logo as indicações para vice jurídico e vice financeiro. No último balanço publicado pelo Fluminense, os auditores sinalizaram problemas com o Profut. Diante disso, pedi ao Rafael Rolim, indicado para ser o jurídico, que examine a situação. (Rafale Rolim, que assumirá a pasta jurídica, em uma eventual gestão de Tenório, afirmou que resolver essa questão, pagando as parcelas pendentes do Profut, será ação prioritária. Ele afirma ainda que, paralelamente, deve manter a tentativa da diretoria atual de negociar o parcelamento da nova dívida contraída com impostos não pagos).

Mas o que é o PROFUT?

A Lei do Profut foi criada no governo Dilma Roussef, para socorrer os clubes brasileiros que estavam se sufocando com débitos tributários (CSLL, PIS, COFINS e IR) e Previdenciários. Ela permite aos clubes o parcelamento, em até 240 meses, de dívidas tributárias e, em até 180 meses, de dívidas de FGTS. Além disso, o clube que adere – e cumpre os parcelamentos – consegue uma redução de 70% das multas, de 40% dos juros e de 100% dos encargos legais. Contudo a lei impõe aos beneficiários uma série de obrigações adicionais, sendo todas elas positivas e saudáveis, a saúde financeira do clube. Dentre elas a redução obrigatória do prejuízo anual –  a no máximo 5% da receita do ano anterior (a partir do ano 2019)  – e a limitação dos gastos com futebol profissional a 80% da receita anual.

ST

Fonte: Jornal Extra, por Rafael Oliveira e Caio Blois