Zubeldía elogia Soteldo e comemora os três pontos conquistados fora de casa: “Devíamos uma vitória como visitante”

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O Fluminense venceu mais uma no Brasileirão e segue numa sequência de seis vitórias consecutivas sob o comando de Luis Zubeldía. O tricolor superou o Grêmio por 2 a 1 na última terça-feira (02) pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro. Após a partida, o treinador argentino celebrou os três pontos conquistados fora de casa, os primeiros desde sua chegada.

“Era importante ganhar aqui, principalmente, não só pela possibilidade de terminar mais acima da tabela, mas porque devíamos uma vitória como visitante. Desde que cheguei aqui não ganhamos como visitantes. Até fizemos boas partidas, mas sempre digo que para ganhar de visitante precisa ser contundente e defender bem. Dependendo do perfil da equipe com e sem a bola ou uma mistura. Creio que tivemos isso, fomos contundentes. Geramos três grandes chances de gol, as de Soteldo, de Everaldo e uma de Serna. De quatro grandes chances, convertemos duas. No primeiro tempo foi disputado, não tivemos tantas chances. No segundo tempo precisamos defender sem a bola. Tivemos um chute no travessão. Mas não permitimos que jogassem de forma cômoda, bloqueamos bastante os setores. Isso explica porque vencemos como visitantes”, disse Zubeldía.

Um dos grandes nomes dentro de campo na vitória foi Yefferson Soteldo. O venezuelano aproveitou a vaga como titular após Canobbio cumprir suspensão e teve sua melhor atuação com a camisa do Fluminense desde sua chegada ao clube, em junho, marcando os dois gols. Zubeldía aproveitou para elogiar a atuação do atacante.

“Creio que Soteldo fez um trabalho bastante completo porque, por um lado fez os gols e, por outro lado, cuidou da bola. Além disso, se sacrificou muito defensivamente, às vezes armava uma linha de 5, roubava a bola. Então, fez uma partida bastante completa”, afirmou Zubeldía.

“Em 90 minutos pode mudar a história, a exemplo do Soteldo. Hoje, fez dois gols em um cenário muito difícil. O futebol te dá essa possibilidade de reverter situações”, completou Zubeldía

Confira outras respostas na coletiva de Luis Zubeldía

Fez a escolha certa ao ir para o Fluminense e não o Internacional?

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– São coisas da vida. A verdade é que não penso muito no que poderia ter sido. Quando o Fluminense me chamou, em dois minutos chegamos a um acordo com o Mário (Bittencourt, presidente). Se falou muito pouco sobre a parte econômica. Em dois minutos, tudo se resolveu. Isso significa que a oportunidade estava ali e eu gostei. O mais importante é que a equipe está funcionando, estamos conseguindo resultados, que é o que todos queríamos. E que estamos acima, vendo se podemos entrar na Libertadores de maneira direta, além da Copa do Brasil.

Qual é o Fluminense que você encontrou quando chegou depois do Renato?

– A temporada começou com o Mano, e creio que ele disputou uma rodada do Brasileirão depois de passar um 2024 difícil. Conseguiu que o Fluminense se mantivesse na elite. Depois, foi o trabalho do Renato, que foi muito bem também. Por que digo isso? No Brasileirão, estavam entre os dez primeiros. Na Copa do Mundo, (Fluminense) foi o quarto, competindo muito bem, dando várias pancadas em equipes importantes. Na Copa do Brasil, foram à semifinal. Creio que o que estava sendo feito, em termos de resultado, era bom. Enquanto jogo também, porque a equipe era protagonista. Ele se foi pelos motivos dele, eu herdei a equipe e sempre declarei que o grupo era muito bom. Havia variedade de jogadores, perfis diferentes, e isso para mim é muito importante. Pela experiência que tenho, é importante ter bons jogadores e variedade se acontecem lesões, para poder ter alternativas.

Qual a diferença dos treinadores estrangeiros e brasileiros?

– O Grêmio tocou o céu com as mãos com o Renato (Gaúcho), e é um treinador brasileiro. Mano está fazendo um bom trabalho, competindo entre as primeiras dez posições. Eu não colocaria bandeiras em treinadores. Para mim, é muito importante a cultura do clube e o perfil do treinador. Não importa a bandeira, mas o perfil do treinador. Considero que o Mano tem o perfil para estar no Grêmio, e o Renato também.

Como trabalha o desejo da vaga na Libertadores no elenco sem perder o foco na Copa do Brasil?

– É algo que aprendemos no futebol, sobretudo ultimamente. O mais importante não é o que passou nem o que vem no futuro, mas a partida imediata. O treinamento seguinte. O descanso seguinte. O hoje. Parece uma frase de livro de autoajuda. Aqui é assim: ninguém tem memória. O queremos saber é como o Fluminense se saiu na última partida, como o Fluminense foi contra o Grêmio. A nossa mentalidade é essa. Qual é o próximo jogo? Grêmio? Vamos. Aí é onde entra a parte de bons jogadores, boas alternativas, que eu não escolhi. Mário e sua diretoria, junto a Mano Menezes, quando armaram o elenco, e com Renato, na metade do ano, disseram “trago esse jogador, esse, esse”. Assim, entre todos, se armou um bom elenco. A mim resta a tarefa de colocar e tirar de campo, e competir bem. Não é um trabalho extraordinário, é a realidade pensar no próximo jogo. Agora vem o Bahia. Depois, temos a semifinal (da Copa do Brasil). Tenho que atender essa partida imediata. O torcedor, o presidente, eu. Todos querem a partida imediata. Assim, vamos pensar no Bahia.

Fato de Renato ter feito rodízio durante o ano ajuda a manter time titular frequentemente?

— É uma boa pergunta para uma reflexão mais profunda. Evidentemente esse cansaço que alguns times têm nós não estamos percebendo nos nosso jogadores. Creio que tem coisas que ajudam que isso aconteça. Primeiro que estamos ganhando. Isso mentalmente te dá mais energia. Segundo, estamos correndo bem no campo. Isso gera uma capacidade de dosar a energia. A recuperação tem sido boa, tenho opções quando tenho que trocar por lesões, expulsões ou o que seja. Eu não rotaciono muito, porque a minha ideia é de que para consolidar um time o ideal não é mudar muito. Mas entendo que no processo de Renato quando você tem muitos jogadores novos você precisa ter todos bem até que você defina os onze. Eu, com um panorama mais claro, tendo passado mais de 70% da temporada, já sabia quem poderia jogar, quem não, poderia tomar decisões baseadas no que se passou. Porque tenho uma amostra de partidos. Esse processo para Renato é injusto. Porque ele recebe jogadores, tem que incorporar e ir avaliando. Colocando um, outro e outro. Eu já tenho um panorama, quem se adaptou, quem não. Quem era o Serna, se Canobbio está adaptado, Everaldo passando por um processo sem gols, críticas, o preservei, depois coloquei. E isso tudo graças à temporada se passando. Ao processo de Mano e ao de Renato. Então, o que eles faziam estava bem. Os jogadores estavam em um processo diferente onde eu posso decidir por um onze enquanto as coisas funcionam bem. Como funcionaram, mantive uma estrutura. Se as coisas funcionam, mantenho uma estrutura. Não gosto de mudar muito. Mas entendo que no início da temporada isso pode acontecer muito, sobretudo quando você tem muitas novas chegadas.

Expectativa para os jogos em casa na reta final da temporada

– Certamente esperamos um Maracanã se não lotado, cheio. A equipe vem muito bem nesses últimos jogos do Brasileirão. Seria muito bonito ter o melhor cenário com nossos torcedores no Maracanã. E com certeza depois ir com tudo para os jogos com o Vasco que também serão no Maracanã, também com nossos torcedores sempre empurrando. Hoje, apesar de terem sido poucos ingressos, se escutava muito. É sempre muito bonito ter o grito do torcedor.

Qual foi o ponto de virada do Fluminense?

Se você analisa cuidadosamente o calendário depois da Copa do Mundo, o que aconteceu é que o Fluminense teve uma tabela muito complicada. Enfrentou quatro ou cinco equipes muito fortes. Voltando da copa do mundo, em seguida enfrentando com essas quatro equipes, isso que vivi agora nessa ultima etapa. Mas, claro, tendo a Copa do Mundo nas costas, era muito difícil mudar o “chip” e sair bem nessa situação. E, ainda assim, tirando esse bloco de quatro partidas negativas, creio que a equipe recuperou a confiança e pôde escalar de volta no Brasileirão, se classificar às semifinais da Copa do Brasil e não passou na Sul-Americana por um gol. E ficou de fora para o campeão, não foi para qualquer.


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