Wellington Silva fala sobre gol, elogia primeiro turno do Flu e diz que objetivo é trabalhar a cada jogo
Herói da vitória sobre o Fortaleza no último sábado, que levou o Fluminense ao seu segundo melhor turno do Campeonato Brasileiro na “era pós-Unimed”, Wellington Silva é só sorrisos. Em entrevista ao Grupo Globo por videoconferência, o atacante não precisava nem falar, bastava o semblante para expressar a alegria em dose dupla: pelo momento do clube e pessoal. Recuperado de uma lesão na coxa esquerda, ele voltou a jogar depois de um mês e em grande estilo: estufando a rede do Castelão após entrar no segundo tempo. E com direito ao seu primeiro “gol de sorte”.
Fluminense na frente! Na insistência de Wellington Silva, o Tricolor sai na frente no Castelão!
— Saudações Tricolores 🇭🇺 (@STpontocom) November 1, 2020
Fortaleza 0 x 1 Fluminense
📽️: Premiere pic.twitter.com/3gUF5ONR8d
“Tentei chutar cruzado, a bola bateu no calcanhar, sei lá onde. Não consegui chutar muito bem, o Gabriel (Dias) puxou a minha camisa, me desequilibrou um pouco. Mas a bola bateu nele e entrou, matou o goleiro. Futebol tem que ter sorte às vezes. Vejo muito gols com a bola batendo em um, no outro e entrando. Já pensei: “Por que nunca acontece comigo?” Dessa vez tive essa sorte, chegou o momento de acontecer comigo (risos). Para mim, é uma alegria muito grande poder ajudar, retribuir o que o clube sempre fez por mim – comemorou o cria de Xerém, que chegou a 15 gols pelo clube, o quarto em 2020.”.
A “maré mudou” não só para Wellington Silva, mas também para o Fluminense. Depois das eliminações precoces na Copa Sul-Americana e na Copa do Brasil, o time engatou uma arrancada no Brasileirão, está há oito jogos invicto e se consolidou no G-4, zona de classificação para a Libertadores de 2021, que é a meta da diretoria. Na entrevista, o atacante apontou o momento da “virada” tricolor e destacou o trabalho do “Papito” Odair Hellmann, mas ligou o alerta contra a empolgação:
Você conhece nosso canal no Youtube? Clique e se inscreva! Siga também no Instagram
“A equipe veio crescendo durante o campeonato. É muito difícil se manter lá em cima, são muitas equipes jogando bem, trabalhando forte. Temos que aproveitar esse momento cada dia mais. Cada semana tem um jogo e não pode ficar com muita euforia.”
Veja outras respostas de Wellington Silva
Meta pré-brasileiro?
“Nosso objetivo é trabalhar a cada jogo. A gente sabe que é difícil, o Brasileiro tem muitas equipes qualificadas, ainda mais fora de casa não é fácil ganhar. Em casa se pode jogar bem, mas é difícil manter uma sequência. A gente não falava em ficar no G-4, em ser campeão ou rebaixado. E conseguimos fazer uma campanha muito boa até aqui, estar entre os seis melhores. É uma felicidade muito grande ver o trabalho dando certo.”
Momento da virada
“A Copa do Brasil, quando a gente foi eliminado, foi um momento muito difícil para a gente. Nos criticaram muito, pegaram no nosso pé, mas não tiro a razão, a gente tinha o resultado e poderia ter feito algo a mais. Foi muito difícil, mas o Papito falou que quanto mais a gente ficasse pensando nisso seria pior, que desses momentos difíceis pode melhorar. Isso ajudou muito, a gente botou na cabeça de trabalhar ainda mais, fortalecer, e graças a Deus nós conseguimos virar a chave rápido. Foi muito desse jogo dolorido, dessa eliminação, que a gente conseguiu crescer, evoluir para o Brasileiro.”

Concorrência no setor
“É muito difícil jogar, temos muitos jogadores de frente, com chance de estar jogando, então quando entra tem que dar o melhor, dar a vida. É uma briga muito sadia, todo mundo se respeita. Tem que respeitar as decisões, é claro que jogador quer estar sempre jogando, mas só podem escalar 11. É uma dor de cabeça grande ter um elenco com muitos de uma mesma posição. Tem que respeitar cada companheiro, todo mundo merece oportunidade. Não pode ser egoísta de pensar só na gente, e sim entender que todo mundo merece jogar. Papito leva o grupo muito bem, todo mundo tem um carinho muito grande por ele.”
Relação com Odair
“O Papito é muito gente boa, apesar de ser treinador ele é muito ser humano, daqueles que chamam o jogador e conversam, é muito importante esse diálogo. Estou com ele há quase três anos, gosto muito dele. (…) Cada treinador tem a sua filosofia, seu jeito de treinar, escalar, e em cada equipe vai com seus métodos, suas ideias. Papito é um cara do bem, se tiver que falar ele vai chamar o jogador e conversar, nunca vai fazer nada sem antes falar com você. É um ser humano muito bom, não tenho nada a reclamar. Espero que possa continuar crescendo nos jogos e que nossa amizade seja para sempre.”
Texto: GE
Foto de capa: Lucas Merçon/FFC