VALEU A PENA? (MARIO NETO)
VALEU A PENA? (MARIO NETO)
Antes de entrar na questão de se valeu ou não a pena, estes dez dias de interrupção do Campeonato Brasileiro (por causa da data FIFA) para nós tricolores, não posso passar em branco a recepção que fizemos na volta do “monstro” Tiago Silva desde a sua chegada no aeroporto e o espetáculo que nós tricolores fizemos: mais de cinquenta e cinco mil torcedores lotaram o Estádio Mario Filho na última sexta feira. Já vi inúmeras despedidas ou apresentações de jogadores aqui e no resto do planeta, porém nenhuma chegou aos pés da apresentação do Tiago Silva. Um espetáculo de deixar os nossos rivais no Brasil todo com água na boca. Pena que a cobertura da imprensa em geral foi muito abaixo da festa. Passaram o recibo de que ficaram com inveja de tudo o que viram. Em suma, dificilmente verei outra festa parecida.
Bem, dito isso, entraremos no assunto da pergunta que fiz na manchete. Valeu para nós outros a interrupção do Brasileirão? Com estes dez dias de paralisação melhoraremos o nosso desempenho nesta competição? Espero que sim, que o nosso Fernando Diniz o aproveitou como esperamos. Veremos logo mais contra o Botafogo no Engenhão. Confesso que estou muito curioso por estas respostas. Corrigimos pelo menos cinquenta por cento das nossas falhas gritantes, no sistema de marcação no meio campo e na parte defensiva, claríssimos por sinal? Também espero que sim, porque eles foram gritantes. Nossa defesa, ou seja, o nosso sistema num todo, nos colocou entre uma das mais vazadas do Campeonato até então. Se não estou enganado estamos entre as quatro piores, o que é inadmissível para um time que venceu a Libertadores da América e a RECOPA há pouco tempo.
Somam-se a estes erros de posicionamento, mais claro impossível, as nossas falhas individuais e técnicas, principalmente em relação aos passes tanto longos quanto aqueles que considero bobos (de menos dois metros), o que não acontecia em 2023. Já entregamos alguns jogos ridículos, vide a partida contra o Corinthians, quando fizeram três gols na gente. Em seis partidas saímos na frente no marcador e entregamos o ouro em todas elas, em lances de contra-ataques, o que considero inadmissível. Está mais do que na hora de encontrarmos um esquema opcional, pois a maioria dos nossos adversários, quase todos, já estão carecas de saber como jogamos. Não temos mais ou quase isso uma saída de bola como outrora, que deixava os rivais sem saber o que fazer e por isso já falhamos demais.
Outra coisa está me deixando preocupado, talvez muito mais do que o jogo de amanhã contra o Botafogo: é a ausência (ficará de fora pelo menos em dez partidas, pode ser mais caso a Colômbia chegue à final da Copa América) do grande Jhon Arias, que além de ser o melhor jogador do time é insubstituível. Soma-se a isto o fato de quase todo ataque girar em torno dele. Marquinhos, Douglas Costa e John Kenedy são as opções que podem tentar fazer o que ele faz, ou pelo menos chegar perto disso. É esperar para ver no clássico “vovô”. Infelizmente não posso dizer que somos favoritos, caso haja um. Pelo que vem jogando até agora no Brasileirão é o Botafogo. Não posso fugir da realidade atual.
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