SOB A LUZ DO REFLETOR – Esperando o quê, Roger?

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Complicado entender os técnicos brasileiros. Quando um clube gasta um valor de dar inveja a qualquer trabalhador para contratar um técnico, espera-se um trabalho evolutivo, diferente, flexível e que, obviamente ganhe os jogos e títulos. Existe uma competição particular entre os técnicos, com suas variações táticas, escalações corretas ou não, treinamentos que deixem o time organizado, possibilitando que os jogadores rendam o máximo possível, entre diversas outras questões inerentes ao trabalho de um professor. O fato é que vem muito pouco desses pensadores do futebol.

Vamos ficar no nosso treinador para ilustrar. Roger não muda nada. Não faz absolutamente nada de diferente. Tem seus méritos sim. O Flu vem fazendo uma boa temporada e obtendo bons resultados nas competições em que está atuando, exceto o Carioca que ter sido vice não é lá grandes coisas. Roger iniciou o trabalho com testes, avançou meio enrolado, abrindo um buraco no meio de campo, só sanado após a derrota contra o Fla pela final do carioca. Ele não acordou para o erro, ele foi acordado com a derrota e a provável eliminação da Libertadores chegando. Melhorou muito nossas atuações. Tivemos grandes jogos como contra o River, contra o São Paulo fora e contra o Bragantino no Maracanã, mas em todos esses…todos sem exceção, Roger errou nos momentos  das substituições e por vezes em manter um posicionamento excessivamente defensivo.

Não basta acertar o time. Futebol não é assim. Acertou o time, mantém que vai ganhar tudo. Não! Futebol tem adversários que estudam seu time, sua tática e suas manobras. Assim como tem diferentes times e não basta você jogar da mesma maneira, contra o time A e repeti-la contra o time B.

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Roger não muda. Não muda o time titular, mesmo vindo de maratona, não muda as peças que troca e nem os minutos das substituições. Se eu fosse um técnico adversário já iria trabalhar com: Bom, o Flu vai tirar o Fred aos 15 do seg tempo e os 2 extremos lá entre 25 e 30 min. Nenê fica até os 40 e a última troca fica a critério do jogo. Vou trabalhar em cima disso. Eu duvido os últimos 5 jogos terem sido diferentes.

Roger troca 6 por meia dúzia, recua o time para sair no contra ataque e joga no famoso 4 3 3 ou na sua variação defensiva 4 1 4 1. Mata os garotos ajudando os laterais e precisa troca-los. Fred cansa e precisa troca-lo…Nenê cansa, mas ele não troca e assim caminha o Fluminense. É muito pouco para um bem remunerado profissional. Está dando certo? De certa forma sim, mas é óbvio que esse Fluminense engessado no seu esquema, engessado nas suas peças de sempre, vai começar a ter mais dificuldade, não só pelas fases mais difíceis dos campeonatos mata a mata, não só pela sequência da temporada e o desgaste natural de alguns atletas (até porque ele não poupa ninguém), mas também porque qualquer adversário que veja um jogo do Fluminense, já sabe o que vai encontrar pela frente. Tem zero surpresa, tem zero variação tática e tem zero ousadia.

Exemplo: Porque ganhando um jogo, como foi contra o Bragantino no Rio ou Cuiabá, não pode entrar o Calegari no lugar do Nenê, dando uma proteção maior no meio, Luís Henrique fecha por ali fazendo um 4 4 2 liberando o Kayke para não ficar se matando acompanhando o lateral ? Kayke só vai render depois do meio e no mano a mano, está sem confiança, tendo dificuldade de encarar adversários mais fortes do profissional. Precisa ter a oportunidade de pegar um bola com a defesa aberta, bagunçar o cara e criar boas chances para retomar melhores atuações. Mas ele entra perseguindo o lateral ate a quina da nossa área porque o Nenê, de 39 anos, ainda está em campo lá para os 35 do segundo tempo. Fazendo o que? Roger não quer saber de mexer no seu esquema. Está dando certo. Só vai faze-lo quando levarmos uma pancada.

A evolução precisa vir com as vitórias também. Esse papinho furado de time que está ganhando não se mexe, serve só para esperar uma bela derrota para aí sim mexer….”ah, agora que perdemos, podemos mexer!”. Não que tenha que mexer no time titular, mas precisa trocar mais rápido, precisa ter variações táticas para surpreender o adversário, precisa evoluir, evoluir e evoluir. Está esperando o quê, Roger? Ninguém quer perder ou esperar ser eliminado, para ver você se esforçando e evoluindo mais esse time. É uma luta diária, precisamos ser mais criativos e ousados. Não dá para jogar dentro da área, garantindo classificação e achar que a torcida não sabe das coisas, só emite “opinião”. Sabemos sim seu Roger, entendemos muito de Fluminense e esperamos que você aprenda rápido!

Toque Curto:

  • Belo gol do Nenê, jogador que tem grande utilidade ainda, mas precisa claramente jogar menos tempo. Não precisa fazer curso para enxergar isso.
  • Roger precisa entender que o Luís Henrique não é Caio Paulista e o Kayke não é o Biel. Os jogadores tem características diferentes, não adianta ele fechar os olhos e achar que vai ser tudo igual quando fizer as trocas de sempre. Não vai ser! Cabe a ele pensar em uma maneira de manter o ritmo do time, quando precisar colocar gás na equipe. Insistir que um jogador faça uma função que ele não tem a característica para…..não vai resolver.
  • Outra vez o Bragantino, espero um jogo mais corajoso dessa vez, até porque não podemos perder por 1 gol.
  • As críticas devem ser feitas, apesar da boa fase tricolor. Não adianta tampar os olhos e achar que está tudo uma maravilha porque passou de fase.

SDT


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