SOB A LUZ DO REFLETOR – A Bipolaridade Tricolor

Depois de umas férias a coluna volta com todo vapor para falarmos da bipolaridade do Fluminense. No sábado passado, o tricolor enfrentou o tricolor paulista (Tricolor de fato só tem 1, o resto tem que ser caracterizado) no Maracanã, com a expectativa de começarmos a subir na tabela, após a boa vitória no Uruguai, contra o Peñarol, no jogo de ida da Sula. Como muitos jogos, o Flu jogou melhor e perdeu. Já na terça agora, pagamos o Peñarol pelo jogo de volta em casa e não demos chances ao adversário, passando de fase para quartas de final. Será que é coincidência a boa fase na Sula contrastando com a zona de rebaixamento no campeonato Brasileiro? É mero acaso?

Diniz tem grandes qualidades e um estilo de jogo que encanta, mas comete alguns erros clássicos, que são facilmente identificados por aqueles torcedores que não o idolatra acima de tudo, que tenta enxergar o jogo sem se preocupar se o técnico vai ser mandado embora ou não. A começar com a postura mais cautelosa da Sula x um time todo aberto no Brasileiro. É nítido que o técnico toma precauções na competição internacional, que não vemos na competição nacional. Já tinha sido detectado isso no confronto contra o Nacional, quando no jogo da volta, lá na Colômbia, o Flu recuou e neutralizou o adversário, saindo nos contra-ataques, que foram desperdiçados nas finalizações ou no último passe. Agora contra o Peñarol, tivemos menos posse de bola que o adversário, mas conseguimos grandes chances de gols, encontrando as redes em três oportunidades. Será que não é possível levar essa cautela para o Brasileiro?

É preciso entender a diferença entre cautela e retranca. Cautela é estudar o adversário, posicionar bem a equipe para evitar contra-ataques, recompor mais rápido, saber alternar a marcação alta com o recuo total para proteger a defesa e não se atirar feito doido para cima dos adversários. O Fluminense comete muitos erros citados acima no Brasileirão e vem levando gols sistematicamente. Situação piorada com o VAR sempre contra e erros individuais, sejam dos atacantes perdendo gols ou do arqueiro falhando. Fernando Diniz poderia pensar em levar algumas situações da Sula para o Brasileiro, quem sabe não ache um equilíbrio melhor nessa competição?

Me incomoda as escalações do nosso técnico. Não é preciso se esforçar muito para achar vários erros cometidos por ele na temporada, como a insistência com três volantes, mesmo jogando em casa e tendo derrotas seguidas. Ou a dupla de ataque Pedro e JP, que dificilmente dará certo. Diniz muitas vezes acerta por falta de opções, quando Bruno Silva e Airton se machucaram e Allan virou único volante de ofício, ou quando JP se contundiu e Pedro ganhou a companhia do Yoni e Marcos Paulo.

Aos poucos, o elenco se encorpa e gera preocupação quanto ao time que nosso técnico pretende escalar. Allan, Bruno Silva, Daniel, Ganso, Nenê, Marcos Paulo, Nem, João Pedro, Pedro…….desses 9 ele deve escalar 6. Não acredito que tire o Caio da lateral esquerda. Um time com Nenê e Ganso correrá sérios riscos defensivos, principalmente na recomposição. Pedro e JP parece claro que não funciona. Allan por muitas vezes fica sobrecarregado na contenção, mas Bruno Silva tem dificuldade em sair jogando e o sistema de jogo impõem que a bola passe muitas vezes pelos volantes. São questões que nosso treinador é pago para resolver e precisa ajustar para equilibrar o time.

Marcos Paulo pode rodar nessa história toda. É uma pena se acontecer, pois é a melhor opção para desequilibrar uma partida com um drible ou uma jogada mais genial, principalmente contra retrancas. O garoto tem muito a dar e já estava na hora dos gols saírem. No meu time seria titular. Ganso e Allan não podem sair desse time. Pedro ou JP, a critério do treinador, assume a 9. Yoni é de uma importância tremenda no esquema. Perturba o adversário, se mexe toda hora e está sempre tendo oportunidades. Dessa forma, temos: Allan, ???, Ganso, Marcos Paulo, Yoni e Pedro (JP). Na minha visão o Nem é banco (a não ser que esteja voando baixo, que eu acho difícil) e Daniel disputa a vaga com Bruno Silva. Nenê? Sinceramente não sei. Problema para o Diniz, mas eu deixaria no banco para substituição de um desses, se estiverem jogando: Marcos Paulo, Ganso ou Daniel.

É preciso voltar a ganhar urgente no Brasileiro. Não tem mais tempo de ficar esperando, esperando e esperando…..uma arrancada, tem que ser agora! Que Diniz esteja iluminado nas decisões que precisam ser feitas.

 

Toque curto:

–  Muriel falhou, mas temos um goleiro. É nítido que é melhor do que os outros, mesmo com dificuldades em jogar com os pés. Treino pode ajudar.

– Não é mimimi, mas o VAR está extrapolando todos os limites, coisa de maluco!

– Que atuação do Igor Julião barrando com justiça o Gilberto. Bola dentro do Diniz!

– Pedro está precisando de uma boa atuação para crescer. Desde que voltou, apesar de alguns gols, não é o mesmo!

SDT