Série ídolos: Félix, um dos maiores

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Na semana passada o Sportv reprisou os jogos do Brasil na Copa do Mundo de 1970. Tudo que eu sabia dessa Copa eram de histórias que ouvi do meu pai, um vídeo ou outro de lances específicos e coisas que lemos por aí.

Vendo esses jogos, notei certo desprezo dos comentaristas por Félix, nosso goleiro. A todo momento reforçando que era uma titularidade contestada e que falhava muito – como se estivesse ali por ser o “menos pior”. De fato, o arqueiro falhou em alguns dos jogos daquela Copa, mas e quantas vezes não nos salvou também?

Por isso e por saber do grande goleiro que foi no Flu, a série de ídolos dessa vez será sobre ele. Aproveitar o contexto para valorizar a posição.

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Félix Mielli Venerando, nascido em 1937 em São Paulo, se profissionalizou aos 15 anos, quando jogava pelo Juventus (SP). Depois atuou pela Portuguesa (SP), onde ficou até 1968, quando veio a pedido de Telê. Chegou em Laranjeiras já com 30 anos, razão pela qual muitos acreditaram que sua carreira se encaminhava para o fim.

Não podiam estar mais errados.

O primeiro título viria só no ano seguinte, mas Félix já começava a sentir um pouco do que vinha pela frente ao ser eleito o melhor jogador em campo na sua primeira partida vestindo a nossa camisa 1, contra o Botafogo.

Campeão carioca em 1969, 1971, 1973 e 1975, brasileiro e mundial em 1970, brincava que, no Flu, “era campeão ano sim, ano não.

Sobre o campeonato nacional, hoje Brasileirão, é importante destacar o papel decisivo do goleiro, principalmente na fase final. Em entrevista, conta que um dos jogos mais marcantes de sua carreira foi contra o Athlético, quando defendeu falta cobrada por Sergio Lopes. Defesa esta que nos garantiu a classificação e a chance de brigar pela taça.

No quadrangular, enfrentamos nada menos que o Cruzeiro de Tostão, Brito, Fontana e Piazza, o Palmeiras de Ademir da Guia e Leão (reserva de Félix na seleção), e Atlético MG do atacante Dario.

Além dos grandes adversários, precisávamos também lidar com a ausência de Flavio, artilheiro da equipe, que havia sofrido um estiramento muscular no jogo contra o Palmeiras, o que o deixou de fora das demais partidas. Mas o tricolor preocupou-se a toa, afinal, Mickey, seu substituto predestinado, seria decisivo nos jogos finais.

Nesta partida contra o time celeste, Félix pegou tudo e não deixou passar nada pelas traves tricolores – passava nem o coronavírus. Foi o grande destaque do jogo e saímos do Mineirão com o grito de campeão na iminência de ser ecoado por milhares de torcedores. Na última rodada, contra o Atlético-MG no Maracanã, precisávamos somente do empate para finalmente soltar o canto. E assim se deu: 1×1 e a taça levantada pelo capitão Denílson.

Ao final, enquanto torcida, elenco e dirigentes comemoravam eufóricos, o goleiro disse: “Desde que vesti a camisa do Fluminense, vivo a dar voltas olímpicas. Já fui campeão carioca, campeão mundial e agora sou também campeão do Brasil.

O goleiro ocupou a posição por uma década, tornando-se então o único jogador a atuar com mais de 40 anos pelo Flu. Tinha como características a frieza, a agilidade e a leveza de suas defesas – que, por também ser bem magro – lhe renderam o apelido de “Papel”. Participou de 319 jogos e levou cerca de 260 gols.

Félix é um dos grandes goleiros da nossa história e fez questão de passar a história adiante ao “batizar” outros atletas, como Paulo Victor e Ricardo Berna.

Façamos o mesmo!

ST!


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