Renato valoriza classificação, detalha ajustes táticos e exalta liderança de Thiago Silva no Fluminense
Após a vitória por 2 a 0 sobre o Bahia, no Maracanã, que garantiu o Fluminense na semifinal da Copa do Brasil (agregado de 2 a 1), Renato Gaúcho destacou a força coletiva, explicou as escolhas táticas e reforçou a importância de gestão de elenco em meio ao calendário apertado. O técnico também fez questão de enaltecer a liderança de Thiago Silva, autor do gol que abriu o caminho da classificação.
Logo de início, Renato pediu reconhecimento ao trabalho do grupo e ao nível dos adversários superados até aqui no mata-mata. “Em primeiro lugar nós temos que valorizar bastante a nossa classificação. Muita gente critica o meu grupo. Nós pegamos nas oitavas o Internacional, que é uma potência do futebol brasileiro, e eliminamos. Depois pegamos o Bahia nas quartas, eliminamos. Então, acima de tudo, é dar os parabéns para o meu grupo. Continua acreditando. Nós estamos andando em três competições. E não é nada fácil.”
O treinador contextualizou a preparação da equipe após a Data Fifa, quando optou por equilibrar descanso e trabalho específico. “Nós tivemos agora a parada FIFA. Eu dei quatro dias de folga para o grupo, porque eles precisavam, até porque a gente estava numa sequência direta da Copa do Mundo. E tivemos a oportunidade de treinar quatro, cinco dias, principalmente a parte tática. Tivemos tempo durante a semana para treinar bola parada, jogadas ensaiadas. Nós fizemos bastante isso na última segunda-feira e o gol, inclusive, saiu da bola parada.”
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Do outro lado, Renato antecipou a estratégia do Bahia e desenhou os ajustes que destravaram o jogo no segundo tempo. “Nós sabíamos que o Bahia iria jogar hoje numa linha de 4-5-1, iam se defender bem, como eles costumam fazer. Por isso treinamos bastante a parte tática, a maneira para quebrar a linha deles. Não quebramos tanto no primeiro tempo; mudamos a nossa maneira de jogar no segundo. Conseguimos achar os espaços que a gente treinou e fizemos os dois gols.”
A gestão do elenco, segundo o técnico, é chave para sustentar desempenho em maratona de jogos. “Tem muitos clubes no Brasil que levam vantagem no momento porque jogam uma vez por semana. A gente vem numa sequência a cada três dias disputando jogos decisivos em três competições, fora o desgaste que a gente trouxe da Copa do Mundo. A gente precisa, de vez em quando, de tempo a mais para treinar, porque a cada três dias… no dia seguinte o pessoal faz gelo, massagem; dois dias depois treina só 10, 15 minutos; no terceiro dia já está em campo de novo. Então fica difícil. Por isso eu mudo a equipe para não perder ninguém, procuro dar oportunidades para todo mundo. É necessário fazer essa mesclagem no grupo, porque senão ninguém aguenta.”
Renato também salientou a superioridade tricolor nos dois confrontos, inclusive no duelo em Salvador. “Hoje o Fluminense, mais uma vez, foi superior ao Bahia nos 90 minutos. Eu já tinha gostado da minha equipe lá em Salvador. Na minha opinião, fomos melhores que o Bahia lá também. Medimos força com um grande clube do futebol brasileiro e eliminamos.”
Em tom autocrítico, o treinador voltou ao tema da concentração como fator determinante nos mata-matas. “Meu grupo está de parabéns pela concentração, pelo foco durante os 90 minutos. Quando eu perco, eu falo para vocês que o que mais cobro é o foco. Quando um ou dois não estão focados, a conta chega. Em muitos jogos no Brasileiro, na Copa do Brasil e na Sul-Americana a gente tomou gols porque nem todos estavam focados. Hoje o pessoal ficou focado o tempo todo, foi o que mais cobrei nesses dias — e deu no que deu.”
Por fim, mesmo evitando individualizar elogios, Renato abriu uma exceção para exaltar o capitão. “Eu não gosto de falar de ninguém individualmente, nunca. Mas me dá prazer ver o Thiago jogar. Foi um monstro de novo, jogou muito, é um líder. Quando eu falo que ele ainda merece disputar uma Copa do Mundo, não falo à toa. Hoje ele deu mais uma aula de futebol.”
Com a vaga garantida entre os quatro melhores da Copa do Brasil, o Fluminense segue vivo em três frentes e reforça a convicção de Renato na combinação entre trabalho tático, rodízio responsável e mentalidade competitiva. A noite no Maracanã confirmou um time ajustado, intenso e, sobretudo, concentrado — com a experiência de Thiago Silva como farol dentro de campo.