Odair fala sobre a paralisação e como será a retomada: “A principal diferença é conhecer o grupo de jogadores”
Odair Hellmann participou ontem de um programa da Rádio Globo/CBN, onde respondeu sobre como via elenco tricolor no seu retorno aos gramados. Dizendo estar preocupado com a situação, e por ainda não haver datas definidas, o comandante tricolor destacou que agora, pelo menos, ele já conhece seus comandados e que isso sim poderia ser um lado positivo. Confira:
– Essa dúvida é para todos nós que estamos passando esse momento. Claro que o futebol tem a sua situação específica, aí a gente não tem certeza de nada nesse momento. A parada ela vai interferir o “quanto”, “como”, nessa retomada. Vai ser retomado os estaduais? Vai ser retomado direto, para o campeonato nacional? Então isso tudo a gente está esperando, para que a gente possa ter um pensamento, um projeto, sentar e conversar com comissão, com a direção, com todos os envolvidos para que a gente possa fazer e replanejar o que tínhamos planejado na pré-temporada.
– Eu acho que o que a gente está acostumado com um pouco tempo de preparação, que a gente sempre tem para iniciar os trabalhos. Esse ano a gente teve sete dias e 10 treinamentos para iniciar no campeonato. Eu acho que isso, independente do quanto tempo vai ser retomado a volta, nós os profissionais do futebol não gostamos disso, não é o ideal, para apresentar um bom início, mas acho que a gente já tá acostumado com o que acontece aqui no nosso calendário. Com toda essa dúvida, ela dificulta qualquer coisa que você pensou porque não adiantou de você pensar. Isso porque não tem a data de volta.
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– Acho que a única diferença que tem, por exemplo, é a de que eu não conhecia jogadores do grupo do Fluminense em janeiro. E muitos chegaram, né? Muitos chegaram naqueles dias iniciais. Jogadores novos para se formar um novo grupo, um novo time, muitas saídas. Então o que tem de diferente, na retomada, é que a gente conhece o grupo. A ideia de jogo que nós tínhamos foi ganhando uma forma, claro que com coisas a serem corrigidas e evoluir. Mas acho que a gente já tinha criado uma boa identidade, de ideia de jogo. E eu conheço o grupo, conheço os jogadores, então só isso que traz benefícios para uma retomada independente do tempo que voltar.
– A parada pegou a gente no momento bom, a gente estava numa boa sequência de vitórias. Claro que tivemos a derrota para o Figueirense, mas tínhamos a oportunidade de fazer o jogo de volta em casa, no Maracanã, para buscar essa diferença e buscar a nossa classificação. Mas a gente vinha de bons jogos, de jogos de bom nível técnico. Falando especificamente da parte técnica e tática, a gente tava conseguindo um equilíbrio entre a parte defensiva e ofensiva, e com esse equilíbrio, que a gente constrói com a evolução dos jogos. Nós já tínhamos criado uma identidade, claro que buscando correções e evoluções, sempre no aspecto técnico e tático. Mas vivemos um bom momento.
– Eu penso também que, em relação a parte financeira, eu vejo muita dificuldade, para quem já tava com várias dificuldades iniciais de dinheiro, muito maior para clubes que tem uma condição estrutural financeira menor. Acho que todos perdem. Ninguém vai ganhar, todos nós perdemos. Não tem vitorioso nessa pandemia, todos nós vamos perder. Mas eu penso que fazer uma correlação com a sociedade, as pessoas que tem mais poder aquisitivo elas vão perder, mas elas vão passar por uma situação pouquinho mais equilibrada, no sentido financeiro nesse momento, do que uma pessoa, um trabalhador que não tem salário. E eu trago isso para o futebol. O time que tem uma dificuldade financeira, que já tinha dificuldade financeira antes, ela vai ser pior ainda.
Sobre Ganso/Nene:
– Desde o início, respondo essa pergunta em relação aos jogadores. Estou sempre aberto a visualização do que o campo nos mostra. Às vezes pensa numa teoria e a prática não dá resultado. São dois jogadores extremamente profissionais, sabem da sua importância dentro do grupo. Tive uma relação parecida com o D’Alessandro no Internacional, que em algum momento ficou no banco de reservas, porque a equipe tinha conseguido um encaixe e ele visualizou o todo. Eles também são jogadores desse nível intelectual e sabem a importância do todo. Eu estou aberto e já usamos muito os dois juntos, mais no decorrer das partidas. Mas no início do ano, o Paulo ficou fora do primeiro jogo, porque estava suspenso, depois buscamos um reequilíbrio muscular para ele. Também ficou quatro ou cinco partidas sem estar à disposição. Nenê iniciou bem, dentro do que tínhamos de ideia para equilibrar as características. Para nós no grupo, com tudo que trabalhamos, há muito respeito e objetivo visualizando o todo, o Fluminense, e não individualmente. Eles são muito profissionais e pensam no coletivo, respeitam a decisão, trabalham. Quando puder usar os dois juntos, vamos usar. Usamos pouco, mas podemos usar mais. Eles são importantes para nós e estão respeitando as decisões.
ST