O 1º x 2º tempo….

Compartilhe

O placar elástico de ontem não escondeu as dificuldades do time (no primeiro tempo) – mais um gol tomado no começo de tempo (já são 7 no total, 3 do Flamengo, 2 do Moto Club, 1 do Madureira e outro do Boavista). Marcos Paulo, mais deslocado para esquerda, deixou o lado direito desbalanceado, e o time meio torto em campo. A grande dificuldade do time em defender bolas vindo pelo alto, mais uma vez ficou clara. Mas a equipe se acertou depois do susto inicial e conseguiu construir, com paciência, uma goleada.

O primeiro tempo foi de dificuldades para o Flu. Até o pênalti sofrido por Wellington Silva, Yago variava muito de posição e o meio-campo não conseguia fazer as transições ofensivas com rapidez. Mesmo assim, o Flu dominou o 1º tempo por completo – e o gol do Madureira no começo ajudou nessa parte. O Tricolor Suburbano recuou as linhas defensivas e tentou a todo jeito reduzir os espaços. Estava difícil penetrar na defesa. Só foi possível nos minutos finais do primeiro tempo, quando o Flu “acordou”: Passou a pressionar mais em cima e conseguiu construir a vitória com 3 gols em 7 minutos.

Veio o segundo tempo e, com ele, as mexidas de Odair. Ficou clara a mudança de postura do time com as trocas no meio-campo. Quando Miguel entrou no lugar do Yuri, mudou-se a mentalidade: um meio-campo leve, com toques rápidos e pequenas triangulações. Húdson recuou, assim como Yago, que fez uma boa partida – sobretudo após passar a jogar como segundo volante. E Miguelzinho deu alegria à meiuca tricolor, desfilando seu talento por ali. Ele ainda é um garoto, e tem muito a evoluir, mas já mostrou – e continua mostrando – que pode “ser gente grande” e fazer bonito dentro de campo. Sua visão de jogo é afiada e o toque é refinado: deixou Húdson na boa para marcar o 5º gol e fechar o placar. E já tinha dado um belo lançamento para Marcos Paulo, alguns minutos antes.

Você conhece nosso canal no YoutubeClique e se inscreva! Siga também no Instagram

Ontem, o time não estava jogando bem mas Odair conseguiu corrigir, com as mudanças, as principais deficiências. Marcos Paulo rendeu bem nas duas posições – quando jogou como um 10 no primeiro tempo e como um 9 no segundo. O ataque teve mais mobilidade com a saída de Evanílson, e a entrada do Pacheco, e a vitória não foi maior por detalhes.

Como o próprio Odair falou na coletiva, ainda há ajustes para se fazer. Ele parece ter achado a dupla do meio-campo (Húdson e Yago). Com mais leveza e mobilidade, o Madureira foi empurrado para trás e o Flu teve domínio completo no segundo-tempo. A trinca deve fechar com Nenê, que mesmo com 38 anos, vem se destacando no começo da temporada com seus gols.

Os números de Odair não são ruins. Mas a vergonhosa eliminação na Sul-Americana pesa – e muito – na avaliação de boa parte torcida. Suas escolhas (para o 11 inicial ou para mexer no time) também foram bastante criticadas. Mas é preciso enaltecer o treinador quando ele acerta. As mexidas de ontem melhoraram o time e deram esperança aos mais animados. Quando é para se criticar, milhares aparecem jogando pedras. Quando é para se elogiar, “não fez mais que a obrigação”. O trabalho tem menos de 50 dias e é muito difícil incorporar ideias em tão pouco tempo.

Acredito, e espero, por dias melhores, e que Odair tenha tirado (valiosas) lições na tarde de ontem. A dicotomia da dinâmica da equipe no 1º e no 2º tempo ficou muito exposta. Quarta-feira já tem jogo decisivo novamente e todos os caminhos levam os tricolores ao Estádio Mário Filho.

Vista sua camisa, tricolor!

ST!


Compartilhe