Nem tanto ao céu, nem tanto ao Mar – Opinião – Pedro Rangel
Se quando estávamos invictos, subindo de produção e chegando no G4, falávamos que nem tudo estava às mil maravilhas, não podemos deixar que a derrota de ontem nos remeta à terra arrasada. Odair errou. E se tivermos uma visão do que se pode levar de positivo disso é que ele sabe que errou. E admitiu. “A responsabilidade é toda minha da derrota” disse o treinador, em coletiva ao final da partida.
A escalação do time sem Ganso, ou Marcos Paulo, no lugar de Nene soou muito estranho aos tricolores. A opção do treinador em deixar Michel Araújo com a incumbência de criar as jogadas se mostrou errada desde sempre. Caio Paulista mantido no time titular, mesmo com o retorno – e agora com 100% de condições físicas – de Luiz Henrique também foi alvo de críticas, além de não ter rendido o esperado. O Flu era previsível, lento e sem inspiração. Dodi voltou e não conseguiu render o esperado. E o time errou. Muito. Como há muito tempo a torcida não via.
E a mudança, essa variação tática, pretendida pelo Odair não funcionou. Sem inspiração na meiuca tricolor, os atacantes não tinham função lá na frente. Fred brigava como podia e Wellington Silva vinha buscar a bola na intermediária defensiva. E nosso atacante não rende fazendo esse tipo de função. Ele é jogador de velocidade, do passe na frente, do mano a mano. Ali no meio WS se transforma num burocrata, e simplesmente troca passes de lado.
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Odair percebeu que seu time estava fora do jogo. Tanto que trocou sua linha de frente. Ganso e Marcos Paulo, que deviam estar desde o início (pelo menos um dos dois) entraram nos lugares de Caio Paulista e Michel Araújo, respectivamente, e o treinador imaginou solucionar o problema de criação. Não conseguiu. Primeiro porque o Grêmio era dono do meio de campo. Segundo porque os dois entraram muito mal também. Luiz Henrique entrou no lugar de Wellington Silva e, no fim, Lucca ainda entrou no lugar de Hudson, e perdeu uma ótima chance de empatar. Odair tentou desfazer a variação tática do início. Não deu. O Grêmio foi superior do princípio ao fim do jogo.
E, conforme dito no início, não podemos tratar essa derrota como “fim do mundo”. É dolorida, sim, nos quebrou uma série invicta e nos tirou do G4. E da forma como jogamos, relembrando aquele “velho” Fluminense, traz mais incertezas ainda. Mas não podemos desistir, parar de acreditar. Podemos reclamar do jogo, mas não devemos por tudo a perder. O Flu inicia o segundo turno da forma que iniciou o primeiro. Agora é focar nos próximos dois compromissos dificílimos que teremos nas duas próximas rodadas: Palmeiras, já neste próximo sábado, e Inter, no final de semana que vem:
– É retomar os trabalhos nessa semana, retomar o padrão e continuar nossa caminhada. A gente fez uma parte muito regular e excelente em termos de padrão de jogo e resultado. Hoje tivemos um revés. Mas é o que eu sempre falo. Não está tudo certo quando a gente fica oito ou nove partidas sem perder, e também não está tudo errado hoje quando perdeu. É retomar o mais rápido possível e o mais rápido possível é no próximo treinamento e no próximo jogo para que a gente retome o caminho das vitórias – disse Odair.
A questão maior é se reencontrar, dentro daquilo que o time vinha produzindo de melhor e aprender com esse resultado ruim. Afinal, a questão não é como começamos os turnos. E sim como terminamos.
ST