Não precisava ser assim… Mas, a vaga é nossa!
Flu foi ao Recife carimbar a sua passagem para as oitavas de final da Copa do Brasil. Com uma vantagem de dois gols, construída no jogo de ida, o tricolor entrou em campo querendo impôr seu ritmo de jogo. Mas nem deu tempo de trocar três passes, pois o time deles veio para cima, até de forma atabalhoada. Antes dos 2 minutos, Pipico, a esperança no ataque do Santinha, tentou cavar um pênalti – ridículo, diga-se de passagem – nessa pressão “abafa de todo jeito”.
A saída de bola, marcada sob pressão, rendia dificuldades e o Flu não conseguia construir as jogadas. Até os 10 min, o Flu chegou duas vezes na frente, mas ambas sem perigo. Em contrapartida, a defesa se comportava bem – ainda que com alguns momentos mais complicados – mas sem comprometer. O time deles precisava do resultado e estava mais pilhado. Já o Flu, começava a querer colocar a bola no chão e ditar o ritmo de jogo. Era, pelo menos, o que Diniz orientava, aos berros, na lateral do campo.
Aos 12 uma jogada de videogame no ataque tricolor. Caio Henrique acha Everaldo, que dá um toque para Yony. Colômbia devolve de primeira para Everaldo achar Luciano, que entrava livre. O artilheiro tricolor tira a bola do goleiro e tinta da trave.
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O Flu conseguiu acalmar as coisas dentro de campo. A pressão inicial não se manteve e o tricolor já comandava as ações no meiúca. O time deles apelava para as pequenas faltas, evitando a evolução das jogadas do Diniz. Mas o jogo caminhava bem. As jogadas começaram a sair e o Flu começou a ir atrás de seu gol. Luciano começava a se destacar na criação. Allan também compunha bem por ali. Aos 27, Bruno Silva lança bem Luciano que avança e invade a área. Se livra de um, mas bate fraco no centro do gol.
Mas numa saída de bola equivocada, os caras chegaram. Airton se atrapalha e perde a bola. Augusto domina, invade e solta uma bomba no travessão. Mostrou ao Flu que não estava morto não. Na sequência, o tricolor chega com Everaldo, que recebe de Luciano e manda uma bala, mas por cima do travessão. Jogo com alternativas e o Flu melhor, mas com o Santinha valente e esperto no jogo. Aos 38 quase Flu de novo. Numa falta cobrada curtinha, Everaldo cruza e Yony, do terceiro andar, quase guarda de cabeça. E pro primeiro tempo deu. Mas antes de encerrar, Everaldo ainda arrancou num contra-ataque alucinante, que obrigou o goleiro a sair de carrinho aliviando o perigo. Vale salientar que, em duas jogadas mais agudas do Santinha, foi anotado impedimento de forma equivocada. Erro de arbitragem prejudicando o time deles.
O segundo tempo começa e o time do Santa Cruz querendo repetir a pressão do primeiro tempo. Mas quem voltou mais ligado foi o Flu, que chegou levando perigo, por duas vezes, com Yony. Na terceira, Yony mata para Allan invadir a área e cruzar rasteiro para trás. A bola passa por Luciano e Bruno Silva bate por cima. Já o time deles, não conseguia mais imprimir o “abafa de qualquer jeito” e o Flu foi dominando o jogo, juntamente com a chegada da chuva.
E o jogo tinha esse desenho mais consolidado. O Flu com maior domínio e o Santa Cruz querendo incomodar, mas sem saber como. Aos 12, Everaldo recebe pela canhota, espera Yony passar e serve ao colombiano. Ele centra rasteiro, a bola dá uma pipocada, e Luciano não pega em cheio, mas quase anota o primeiro do Flu. O goleiro deles se estica todo e tira no canto direito baixo. Flu seguia melhor. Na sequência, a melhor chance deles. Uma pancada à lá Roberto Carlos, do meio da rua, numa falta cometida pelo Airton. Rodolfo voa na bola, que explode no travessão após desvio. Na volta, Nino divide com Pipico, que cabeceia pra fora. Primeiro grande susto do Flu.
O jogo começa a ficar mais aberto. O time de Recife não tinha outra alternativa senão buscar o gol, e com isso, começar a dar espaços. Numa jogada dessas, Caio Henrique vem pela canhota e acha Gilberto, que solta a bomba para a grande defesa do goleiro deles. Na sequência, eles vêm bem pela direita, e Pipico cruza com perigo, mas ninguém chega para concluir. Segundo mole da defesa tricolor. Ferraz, um monstro na zaga, alivia a jogada na sequência, num toque simples, de cabeça, aliviando para escanteio. Isso tudo, antes dos 25 do segundo tempo.
O time do Santa Cruz mostrava força dentro de casa. Se não ia pela técnica, ia na vontade. E o Flu tendo a sua mercê os contra-ataques, sem conseguir marcar. Yony ainda tentou, mas foi desarmado na entrada da área. Everaldo arrancou e tocou para Yony achar Gilberto. Ele entra na área e corta para a canhota fuzilar. O goleiro espalmou para escanteio. E na sequência da jogada…
Augusto arranca pela canhota e é derrubado com falta. Na cobrança, a bola resvala no Airton e fica na medida para Jô, de voleio, anotar o gol deles e trazer dramaticidade ao jogo, pelo menos pelo lado tricolor. Mas nem deu tempo de entender a nova realidade. Logo na sequência, um apagão no Fluminense. Se aos 29 eles chegaram, aos 30 empataram a disputa, marcando o segundo deles no jogo. Augusto, mais uma vez pela canhota, invade a área e Rodolfo opera um milagre, tirando a bola dos pés do atacante. Mas, na sobra, Pipico guardou o segundo deles.
Diniz estava enlouquecido na lateral do campo. Impressionado com o teto preto que o time estava vivendo naquele momento. O treinador sacou Yony e colocou Pedro no jogo. A vantagem que o Flu tinha trazido foi tirada em campo. O jogo parecia pesar mais para os jogadores. O estádio dos caras vindo abaixo. A questão era manter a cabeça no lugar e jogar bola. O Flu tinha mais time, mas não estava mostrando a mesma vontade do time da casa.
E aos 38, impressionantemente, a pressão deles era incrível. Um Flu apático, letárgico, sem reação estava naquele momento em campo. Diniz gesticulava muito, aos berros, tentando corrigir a bagunça que o time estava. Flu tentava chegar pela canhota, com Everaldo e Caio Henrique querendo mostrar um sopro de sobriedade, em meio ao caos desse momento do jogo. Mas sem resultado. Caio Henrique sai exausto para a entrada de Léo Artur. Allan cai para ala. A galera no limite físico. E fim de papo. O jogo, por mais incrível que possa parecer, foi para as penalidades.
Cabia ao psicólogo Diniz colocar a cabeça da galera em ordem. Esfriar os ânimos e buscar a tranquilidade para que seu time pudesse buscar a classificação. André Carvalho, preparador de goleiros, passava as últimas informações para Rodolfo. E a história dos pênaltis foi assim:
Pipico – bateu mal, a bola passou embaixo do Rodolfo, mas entrou – 1 x 0
Luciano – almanaque – bola para um lado, goleiro para o outro – 1 x 1
Charles – “fieldgoal” – isolou por cima do gol – 1 x 1
Gilberto – péssimo, jogou a chance de passar a frente fora – 1 x 1
Marco Martins – RODOLFO SALVA – 1 x 1
Pedro – o craque bota o Flu na frente – 1 x 2
Queirós – bateu bem e fez – 2 x 2
Airton – teve a chance de manter o time na frente e fez – almanaque – 2 x 3
Se perdesse, acabava…
William Alves – ACABOU – RODOLFO!
Numa das piores partidas sob o comando de Fernando Diniz, todo o mérito para o valente time de Santa Cruz que jogo futebol e aproveitou as falhas do Flu e fez um grande jogo. Vida que segue. assim como o Flu, na Copa do Brasil. Mais R$ 2,4 milhões para os cofres do Flu!
ST