Não é só do Flamengo… tem que ganhar de todo o sistema… e aí, é F

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Pois, é. Não se trata só de ganhar do Flamengo, tem que se ganhar do sistema todo, parceiro. O futebol brasileiro está uma vergonha no âmbito nacional. Imagina no regional então. O que vimos ontem no Maraca foi um time milionário topar com um time que ainda está se ajeitando, e tem muito mais a crescer do que o próprio rival, e fazer cera no final do jogo, com a devida conivência do árbitro do jogo. Ora, nada mais do que o “normal” para um Fla x Flu. Normal, não. Me perdoem. Comum. Nada mais comum para um Fla x Flu.

Gérson distribuiu catiripapos no meio de campo e só foi advertido depois do, sei-lá: sexto ou sétimo. Digão chegou e na primeira já tomou o amarelo. Coincidência? Pois, é. E nem vou entrar na discussão do pênalti, se foi ou não. Por que não cabe. Foi pênalti, ponto. Mas nem o VAR, nem o árbitro e nem ninguém da FERJ, comissão de arbitragem e pessoas relacionadas viram. Só os mais de 50 mil presentes no Maraca e depois os milhões espalhados pelo Brasil. Comum, em clássicos onde o time do lado de lá joga. E não é privilégio do Flu não. Alguém se lembra da bola que entrou 2 km e o árbitro de linha não deu, no jogo contra os portugueses? Ou a expulsão ridícula de Dodô, na final contra os monocromáticos? pois é… Alias, quantos “pois, é” nesse texto, não?

Já vimos árbitros comemorando gol de empate, após ignorar uma falta absurda de Réver no Henrique; já vimos árbitro ir conferir impedimento e voltar com uma falta, que não houve, e anular um gol tricolor (alias, se isso foi falta, o lance anterior teria de ser considerado tentativa de homicídio), e outros tantos despautérios. Todos os dias eu agradeço pelo Léo Feldman, árbitro de 1995, ter confirmado o gol de Barriga. Se fosse hoje, alguém duvidaria que inventariam mão, impedimento, perigo de gol e o escambau? Pois é, eu também não.

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O FERJão é isso aí que vimos ontem. Um careta lá no meio, com um apito na boca – me recuso a acreditar que ele seja árbitro de futebol – assistindo a cera dos jogadores do rival e de boa, lá, inerte quanto a isso. Assistimos também a aplicação de uma nova regra: se encostar nos jogadores do Flamengo, e roubarem a bola, o árbitro pode, ou não, dar a falta. Fica a critério do mesmo. Ah, mas se for ao contrário nunca será, talkei?Nada mais absurdo, num campeonato moribundo, apertado e vazio. Queremos ganhar? Sempre, mas não era mais como era antigamente. Uma pena, mas destruíram o querido Campeonato Carioca.

Alias, destruíram o futebol brasileiro como estávamos acostumados a ver, conhecer e amar. Hoje, o interesse comercial se sobrepõe ao esportivo sem a menor cerimônia. E ainda há quem ache natural isso, mas esse é assunto para um outro dia. Hoje, nos manteremos nisso, no sistema que sempre joga a favor de um, contra outros todos.

Tá certo que o Flu entrou desligadão em campo e, quando acordou, já estava 2 x 0 pros caras. E ainda precisou levar mais um para entender o que estava acontecendo de fato. Demorou para Odair conseguir arrumar a casa. Demorou um pouco a mexer no time. Mas vimos um time com brio e pegador, que não se satisfez com o resultado e foi até o final correndo atrás dele! A torcida reconheceu isso. Eu também. Vi um time guerreiro, que esbarrou nas limitações do início de ano, mas que tem muito a crescer ainda. Acredito que vá. Sem pilha. Estou vendo um treinador, a beira do gramado, que mostra que tem sangue nas veias. E sabe trabalhar.

E gostei, e muito, da entrevista do Odair. Ele estava puto pra cacete! Mostrou toda sua indignação pelo resultado. Queria ter vencido. Reclamou, de forma velada, da arbitragem ao criticar o time rival, pela cera e todo o resto. Mas ele tem que entender que aqui é assim. Tem que vencer o sistema também.

E o sistema, parceiro, é foda!

ST

Washington de Assis

foto: Merçon/FFC


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