Muita calma nessa hora

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Após oito jogos de invencibilidade, perdemos.

E perdemos jogando muito mal. Time apático, sem postura, parecia nem ter entrado em campo – talvez tivesse sido melhor assim.

Com razão, o torcedor ficou irritado. Reclamou, xingou e cobrou.

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Mas vamos lá, muita calma nessa hora.

Como disse o Odair depois da partida: não estava tudo certo quando estávamos há oito jogos sem perder e não está tudo errado agora.

Gente, OITO JOGOS sem perder. Um mês quase impecável do Fluminense e que nos colocou na briga pela vaga na Libertadores. Jogamos bem, jogamos mal, mas estávamos conseguindo resultados positivos e enquanto isso acontecia, a torcida estava em polvorosa nas redes sociais, falando até na possibilidade de um pentacampeonato brasileiro.

A imprensa, que nos colocava como “intrusos” e que nos excluía da briga pelo título, foi duramente criticada por todos nós que sentimos nosso orgulho centenário ser ferido. Nesse momento, seja por birra ou por terem dado o braço a torcer, eu vi a torcida defendendo o Odair, afirmando que não tínhamos chegado ali por sorte, mas por conta de um bom trabalho desenvolvido pelo técnico e por boas atuações do nosso elenco – que já não era tão ruim assim.

E aí, depois da derrota, parece que o cenário tinha ido de um extremo ao outro. Li comentários como “acordamos de um sonho”, “choque de realidade” e “agora é torcer por um meio de tabela”. Que com Odair no comando não íamos a lugar nenhum e que o nosso elenco era horroroso.

Foi UM jogo em que deu tudo errado. Ninguém entrou bem, com exceção de Dodi, Nino e Hudson, que fizeram uma boa partida dentro do possível. Odair errou na escalação e as substituições não surtiram qualquer efeito. Nenê e Yago foram desfalques importantíssimos também.

Pessoal, tem dias que jogaremos como o Bayern e tem dias em que nada vai funcionar. Tem dias que jogaremos mal, mas acharemos um golzinho, tem dias que não – e tem dias que o adversário o fará. E isso faz parte do futebol.

Não acho que seja motivo pra tanto drama. Sei que nos últimos anos fomos muito maltratados, passamos apertos completamente desnecessários, vimos gestões tenebrosas prejudicarem demais o clube. O receio de uma decadência no campeonato é legítimo, afinal, é a realidade que nos vem sendo injusta e cruelmente imposta ano após ano.

Mas 2020 não é um ano como os demais. Hoje vemos um campeonato muito nivelado por baixo, mais embolado do que nunca. O time que era considerado favorito vem sendo goleado e trocou de técnico; o líder acabou de perder seu treinador por problemas com a diretoria. Enquanto isso, o clima no vestiário do “intruso” é leve, estável, favorável a uma boa campanha.

A troca no comando do time representa uma ruptura. Sabemos que os clubes aqui não tem planejamento de futebol e que, normalmente, o técnico sucessor tem características muito distintas do anterior. Implementar uma ideia de jogo leva tempo.

Odair não é o melhor treinador do Brasil (nem dentre os brasileiros), longe disso. Mas acho que deve-se reconhecer o acerto da diretoria ao manter ele ali. Seja por não termos condições financeiras de bancar alguém melhor (e pra pagar a multa rescisória) ou por de fato acreditarem no trabalho dele, que é o que acredito ser. Estabilidade é muito importante e o time comprou a ideia dele.

Enfim, isso tudo pra dizer que entendo a frustração pela derrota, mas que não é o fim do mundo. Estivemos oito jogos sem perder, alguma hora isso aconteceria. Precisava ser como foi? Claro que não. Mas foi. E agora bola pra frente.

Se nem a gente acreditar, ninguém vai.

Foco no Palmeiras. Temos que pensar jogo a jogo.

ST


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