Mário Bittencourt destaca a importância da torcida: “A gente depende demais dos torcedores continuarem se associando”
Em entrevista ao Boteco Tricolor, o presidente Mário Bittencourt falou sobre a importância da torcida do Fluminense na atual situação financeira do clube. De acordo com o “ge”, os clubes brasileiros perderam cerca de 270 mil sócios desde o início da pandemia. Mas, na contramão deste movimento, o Tricolor das Laranjeiras aumentou o quadro de sócios. Por isso, o mandatário aproveitou para convidar os tricolores a continuarem se associando.
“A importância da nossa torcida é continuar acreditando no projeto. Não especificamente de um projeto específico, pessoal, mas sim de um projeto de reconstrução. A gente depende demais dos torcedores continuarem se associando”, disse o presidente.
Mário Bittencourt comparou a situação do Fluminense a do Bahia, que fatura mais com sua torcida. De acordo com o mandatário, que mencionou uma conversa com o presidente do clube baiano, Guilherme Bellintani, o Tricolor de Aço tinha uma receita de cerca de R$ 50 milhões de reais por ano apenas com os sócio-torcedores.
“A gente entende que a dificuldade é para todos. A gente que não está tendo jogo. Nós estávamos prontos para lançar os novos planos de sócio-torcedor em Março de 2020, mas veio a pandemia. É fundamental que o torcedor continue acreditando nesta reestruturação. Eu sei que às vezes a gente fica ansioso, eu sei que a gente tem na nossa cabeça o clube grandioso que a gente é, dentro de campo e fora dele também. Pela história que a gente tem. Mas o clube precisa passar por esse momento. E nenhum clube vai conseguir passar por esse momento sem a torcida”, continuou o dirigente
Mário Bittencourt pede ajuda a torcida para sanar as dívidas
O presidente aproveitou para que, nos momentos mais difíceis, a torcida tricolor sempre abraçou o clube. Como, por exemplo, na Arrancada de 2009 quando os torcedores lotaram o Maracanã em todos os jogos na reta final do Brasileirão. Além disso, o presidente aproveitou para explicar um pouco mais sobre a situação financeira do Flu e afirmou que, com 60 mil sócios, o Fluminense sempre teria uma time competitivo.
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“Eu sei que é chato falar de dívida, eu sei que é chato falar de problema, mas tem aqui quando eu falo com o torcedor pelos canais oficiais do clube. Por isso que eu gosto de falar nos canais oficiais porque fica a palavra oficial do clube. Nós pagamos, por mês, cerca de R$ 5 milhões de reais só com dívidas do passado. Despesas fixas. No mês, nós temos que infelizmente pagar uma dívida de US$ 950 mil dólares da compra de jogadores feita em 2017 e que não foram pagos pela gestões anteriores e, se a gente não pagar, a FIFA nos condena com a perda de pontos no Campeonato Brasileiro ou com a retirada de uma competição sul americana. Nos pune duramente, impede de registrar e contratar jogador”, contou o presidente.
“Então, você imagina um clube com uma folha de 3, 3,5 milhões de reais por mês porque a gente gasta R$ 4,5 milhões de reais com dividas do passado. Porque a gente tem todas essas dividas gigantescas de R$ 200, 300 milhões de reais de curto prazo — fora esses R$ 4,5 milhões por mês — porque se não a gente perde seis pontos no Campeonato Brasileiro. Todos nós fazemos um esforço muito grande — quando digo nós, digo eles também (jogadores e comissão técnica). Imagina para um presidente, às vésperas da Libertadores com projeto de aumentar de 20 a 30% da folha, a minha dor de ter que pagar o equivalente a duas folhas salariais por jogadores que foram contratados na gestão e não foi pago, foram vendidos e também não foi pago. Se tudo nada disso acontecido, nós poderíamos ter um time três ou quatro vezes mais caro”, completou.
ST