Mais uma vez, de novo, outra vez – os erros que estão virando teimosia
Marcãonismo é, no mínimo, curioso. Mesmo sem nunca ter apresentado um futebol convincente – salvo uma apresentação com muita garra contra o Flamengo – o estilo de jogo do Marcão pontua mas desagrada. Mais uma vez encara duas derrotas seguidas, e mais uma vez expondo o óbvio ululante, talvez a pior coisa para um treinador notar. É tão nítido, tão claro, tão evidente que, por incrível que possa parecer, foge à percepção da comissão técnica. Ou, caso nossos amigos não compreendam dessa forma, podemos passar para teimosia. Que o que me parece estar acontecendo.
Hoje, na gélida Reykjavik, a capital da Islândia, pôde-se ouvir pela manhã comentários sobre o jogo do Fluminense. Lá, na cidade dos vikings, onde apareceu a versão origunal do grito do “Flu, Flu, Flu… e ai vira bagunça”, o dono do estabelecimento humilde, que vende iscas para pesacadores, já sabia que o Flu vai sempre jogar num 4-3-3 inefetivo, com atacantes fazendo vezes de meiocampista e traz a fórmula para segurar as poucas coisas boas que temos no time. A velocidade de Luiz Henrique. Sem John Kennedy, suspenso, a entrada de Abel, com a ida de Fred e Bobadilla para o banco, foi motivo de risadas, dentre os amigos que conversavam antes do embarque para a pescaria.
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Como pode um treinador se boicotar tanto assim. A ida de três jogadores idênticos, para um mesmo jogo, não tira a opção por mudança, caso seja preciso? Pois, mais uma vez, tirou. Ao precisar pressionar e fazer algo diferente, Marcão colocou duas torres na área, tumultuando mais ainda a entrada da grande área advsersária, facilitando a marcação e o corte. Nossos laterais eram os responsáveis pelos cruzamentos. Mas como montar um esquema assim com o lado direito acertando um em cada vinte e o esquerdo nesse mesmo nível. Será que o óbvio não é tâo ululante assim, no CTCC?
O fato é que hoje o Fluminense não está na Libertadores. Primeiro porque não tem a pontução, lógico; segundo porque não tem jogado nada que justificasse sua presença no seleto grupo; e terceiro, mas não menos importante, não tem futebol. Ontem a lentidão de se rodar a bola de um lado para o outro foi de dar sono em monges tibetanos. A previsibilidade dos passes, as ações tricolores, eram tão óbvias, tão transparentes, que só um time muito desligado deixaria se envolver. Para termos uma pequena ideia, o time do Ceará, com um a menos desde os 30 minutos do primeiro tempo, quase ampliou o placar em três oportunidades – uma delas uma defesa muito difícil de Marcos Felipe. Mas e aí? O que fazer? É terra arrasada já?
Não é bem terra arrasada, mas está começando a ficar. Um time sem ideias e sem esquema tático funcionado corretamente, não vai à lugar algum. Esse esquema, Marcão, já é sabido que não funciona lá na Islândia. E no Recife, terra do Sport, nosso próximo adversário, também. Assim como em Porto Alegre, Caxias do Sul, São Paulo… Todo mundo, acredite, já sabe como o Flu joga e sabem como fazer para não deixar o mínimo que o time é capaz de fazer quando joga o seu máximo acontecer. Portanto, fica a dica: tire um atacante e coloque um homem de meio. Nonato ou Martinelli ao lado de André e Yago, com Jhon Árias jogando flutuando entre os homens de frente, Luiz Henrique e Jhon Kennedy são os titulares. Deixa Fred no banco. Ah, e não leve mais a trinca de centroavantes (além do Fred, Boba e Abel), porque você MATA uma das oportunidades de mudar seu ataque. Se Biel ainda não tiver condições, que se leve o Matheus Martins.
Ainda temos 10 jogos pela frente. Ou muda alguma coisa, ou os resultados serão os mesmos. E aí… começa a agonia pelos 45 pontos e uma vaguinha de consolação na Sula; Pouco. Muito pouco para esse elenco que hoje pode até ser desequilibrado e carecedor de peças de reforço. Mas que pode produzir mais.
ST
Washington de Assis