(Mais uma) Noite de lições para Odair
O Fluminense ainda não conseguiu convencer a torcida, pois não vem jogando um grande futebol. A partida contra o fraco time do Botafogo nos deu uma falsa impressão de que tudo estava no caminho certo. Mas as coisas não são bem por aí. Contra o Flamengo, fomos dominados por 50 minutos. Quando Odair mexeu, o Flu melhorou. Aí veio a Sula e o grande baque, muito por causa de um meio campo estático, sem velocidade para o apoio, para fazer a recomposição, e sem criatividade no passe final. O Fluminense foi presa fácil para o Flamengo. Não conseguiu criar jogadas contra o La Calera. E levou 2 gols do Moto Club em menos de 15 minutos de jogo.
Há algum tempo, Odair falou sobre a rotação do elenco, mas que o time “mantinha um padrão de jogo”. Passados 10 jogos, boa parte da torcida tricolor não concorda com o treinador. O meio-campo não consegue imprimir a velocidade na saída de jogo e não cria para os homens de frente concluírem. Em 20 minutos, contra o Moto Club, precisou mudar. Segurou um pouquinho por causa do pênalti, mas se convenceu que a mudança de Ganso por Yuri era necessária, sobretudo depois do volante tomar um amarelo, com 30 minutos do primeiro tempo. Mesmo assim, faltou mobilidade.
A torcida é o maior bem de qualquer clube. Há bastante tempo, boa parte dela não concorda com algumas escolhas de Odair. Digão é um desses nomes. O capitão foi muito contestado no ano passado, apesar de ter subido de produção no final da temporada. E apesar de todas as criticas vindas das arquibancadas, segue no time titular, mesmo com Luccas Claro jogando bem e fazendo gols. E com Ferraz no banco. Se existe um momento para se testar uma escalação diferente, é no Campeonato Estadual. Se Odair quer encontrar a sua formação ideal, e trazer maior consistência ao seu trabalho, é agora. Difícil convencer a torcida que a melhor formação é essa, tendo tomado de 2 gols, do Moto Club, e em apenas 11 minutos de jogo.
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É necessário atenuar que o Fluminense tem um elenco melhor do que o ano passado. E que o trabalho tem que ser feito de forma certa. Mas algumas escolhas do treinador causaram, no mínimo, estranheza na torcida: escalou Miguel centralizado no ataque contra o Flamengo; pela Sula demorou em mexer (Henrique), e entrou com Matheus Alessandro, outro nome que não agrada tanto a torcida. Agora, o comandante repetiu o meio-campo, que jogou no Chile, no Maranhão. As convicções do treinador não estão representando um bom futebol, e isso gera desconfiança na torcida. Se continuar nesse caminho, poderá morrer abraçado com elas.
O Fluminense não se pode dar o luxo de errar muito. Odair tem que entender que o time tem boas condições para subir de produção. Só pelo pique dado no primeiro lance, Yago Felipe mostrou que tem vaga no meio. Ganso, sem uma perna, não pode ficar fora do time. E a dupla de zaga com Digão e Nino não tem velocidade – o segundo gol do Moto Club expôs isso de forma clara.
O bom treinador é aquele que dá condições para as características coletivas e individuais se sobressaírem. O time de ontem parecia que não foi treinado. Foi presa fácil nos primeiros minutos de jogo e levou 2 gols relâmpago – assim como acontecera contra o Flamengo. Não podemos mais perder tempo. É preciso um pouco de ousadia para escalar, e principalmente para mexer no time.
Ontem, ao que parece, Odair entendeu que o time necessitava de mudanças. Ia mexer com 20 minutos, se não fosse o pênalti. Independente das atuações sem brilho, ele está garantido no cargo e terá mais tempo para trabalhar – e para mudar a visão que boa parte da torcida já criou. Cabe ao treinador fazer as mudanças, e encontrar a melhor formação para o time. Uma zaga mais segura e protegida; um meio de campo mais móvel, que apoie mais, com mais agilidade, e que recomponha melhor. Precisamos de mais criatividade no passe final. Chega de perder tempo. O Flu não tem esse tempo.
ST!