Mais que um “Football Club”: Flu na História

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Que o Fluminense é gigante todo mundo já sabe. Uma história vitoriosa, repleta de conquistas, ídolos e títulos.

Falamos muito sobre história do Flu; e que tal falarmos sobre Flu na história?

No sábado passado, dia 9/11, foi relembrada a Noite dos Cristais , um marco na perseguição aos judeus na Alemanha nazista. Naquela noite, casas foram invadidas, lojas saqueadas, sinagogas destruídas e seres humanos tiveram suas vidas violadas da forma mais cruel. Tudo pelo fato de serem judeus. 

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Em 1942, em meio à Segunda Guerra Mundial e conforme a Alemanha de Hitler avançava na Europa, o Brasil de Vargas, que flertava com o fascismo de Mussolini, unia-se aos Aliados após ter embarcações bombardeadas pelos países do Eixo. No entanto, o país (que não entrava em uma guerra desde a do Paraguai) não tinha recursos próprios para tal. Assim, o governo lançou a Campanha Nacional de Aviação (CNA), a fim de angariar doações para a compra e construção da frota brasileira.

E o que isto tem a ver com a o Fluminense?

Enquanto o caos se instalava no velho continente, o tricolor, após o bicampeonato em 1940 e 1941, despontava no Campeonato Carioca, rumo ao tricampeonato. Fato curioso é que um dos grandes artilheiros da nossa história e destaque do FlaxFlu na final de 1941 foi Adolpho Milman (o Russo), argentino de origem judaico-ucraniana e naturalizado brasileiro. Um dos cinco jogadores não nascidos no Brasil a serem convocados para a seleção. O homem fez 149 gols em 248 jogos vestindo o manto e é o segundo maior artilheiro do clássico, com 13 gols, atrás de Hércules, com 15. 

Enfim, voltando.

Diante da campanha lançada pelo governo brasileiro, Marcos Carneiro de Mendonça, primeiro goleiro da seleção brasileira e nosso presidente à época, em gesto espetacular, colocava o clube na história e dava início a um movimento entre os tricolores. A arrecadação foi de 155 mil cruzeiros, o suficiente para a compra de um monomotor que seria doado para a Força Expedicionária Brasileira.

A aeronave foi batizada de Coelho Netto, em homenagem ao já falecido, ilustre tricolor e escritor membro da Academia Brasileira de Letras. O palco da solenidade foi o Estádio das Laranjeiras, que recebia autoridades militares e civis e via, sob aplausos, as hélices envoltas na bandeira Verde, Branca e Grená.

Ainda, o Flu abriu as portas do clube para que o exército treinasse em seu estande de tiros, além de organizar cursos de enfermagem que formaria pracinhas designados à guerra.

Hoje em dia, vivendo em uma sociedade em que os valores éticos, morais e, sobretudo, humanos, se encontram quase completamente afogados em um mar de preconceitos, ódio e falta de empatia, aquece o coração, principalmente desta judia tricolor que vos escreve, saber de histórias como essa. De um clube de futebol que se posicionou abertamente contra o nazismo. Não para ganhar um campeonato ou qualquer compensação financeira, mas por uma causa humana. 

Já dizia nosso profeta: Grandes são os outros, o Fluminense é enorme.

ST


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