LEONARDO BAGNO – Falta Nense neste Flu
Todos nós sabemos das nossas dificuldades. Se alguém perguntar para uma tricolorzinha que brinca sossegada na pracinha, no auge da tranquilidade de quem torce para um time ocupante do G6 e que possui os próximos três jogos seguidos no Rio de Janeiro contra times absolutamente vencíveis, ela responderá de bate-pronto que a questão financeira é determinante para não conseguirmos contar com jogadores de alta qualidade técnica nem com uma comissão técnica experiente que não erre em pontos básicos, como a escalação de um goleiro que não pode agarrar nem para completar a pelada de confraternização de final de ano de empresa, por exemplo.
Contudo, ainda assim, o Fluminense precisa entrar em campo semanalmente para defender as suas cores. Em outras palavras, o mundo não para por causa dos nossos problemas e precisamos saber lidar com eles para fazer nosso futebol ser minimamente competitivo e honrado.
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Aqui entra, a meu ver, o maior mérito do Odair: ele não só mantém o grupo focado, mesmo com questões salariais sérias, como faz os jogadores, em sua grande maioria, comerem a grama para, na vontade, diminuir a diferença técnica que temos dos adversários, que conseguem contratar jogadores mais caros e melhores.
Além disso, o esquema tático armado por ele é consciente das nossas limitações, o que me desagrada como torcedor, mas apresenta, indubitavelmente, resultado. E resultado, queiram vocês ou não, é o que mais importa quando o juiz aponta para o meio de campo, encerrando a partida. E sempre será. Quem perde esse foco pode acabar saudoso de um time que baila em campo e sai dele derrotado, sempre de um a zero, com uma posse de bola espetacular e inúmeros chutes a gol, ainda que todos sem direção certa. Exatamente como o nosso do ano passado, por exemplo.
Mas deixemos 2019 para lá. Vamos com 2020 que está muito melhor.
Quando o Fluminense entra em campo para brigar pela bola como se um prato de comida fosse, dá sempre alegrias. Sempre foi assim ao longo de toda a sua história. Um Fluminense aguerrido é digno de conquistar grandes feitos, que são sempre irritantemente minimizados pela imprensa especializada que, em sua imensa maioria, deposita apenas na sorte os resultados positivos obtidos.
Não há de ser nada. Até porque é engraçado ver os rostos pávidos dos comentaristas no dia seguinte, tentando encontrar explicações inexistentes, já que jamais terão a coragem de dizer para todo mundo ouvir o óbvio: o Fluminense é o Fluminense. Enorme como nenhum outro consegue ser.
E assim chegamos ao título do texto. Que falta faz o “NENSE” neste Flu! Que alegria seria empurrar esses jogadores, que têm jogado com tanta vontade, para a vitória nos nossos jogos. Poder mostrar para eles não só o nosso tamanho e importância de estarem vestindo uma camisa pesada como a nossa, mas de mostrar para eles, especialmente, que estamos juntos. Que eles, mesmo limitados, estão nos representando dentro de campo e que, justamente por isso, podem realizar conquistas inacreditáveis para os outros. Para os outros. Porque o tricolor sabe que o Fluminense, quando cisma de ser o Fluminense, é foda.
Né, Abel?
Saudações Tricolores,
Leonardo Bagno