LEONARDO BAGNO – À nossa casa

Tricolores,
O Campeonato Estadual acabou para o Fluminense. É fato que uma parte considerável da torcida não gosta da competição. Seja porque ela é organizada para o Fluminense não ser o campeão, seja porque o certame é de nível técnico muito baixo. Essa parte considerável da torcida preferiu tratar da sua vida, colocando o Fluminense de lado nesses três meses e meio do ano de 2019. Agora, vivemos outro momento e precisamos de todos nós.
O Flu inicia a sua caminhada na Copa do Brasil. Na verdade, já iniciou na partida contra a Luverdense no Maracanã. Todos os descontos devem ser dados para a torcida que não foi ao jogo. O Rio de Janeiro viveu, dois dias antes, uma tragédia por causa das chuvas. Inclusive, choveu direitinho no dia do jogo e durante a realização dele, o que afastou o torcedor do estádio. Até porque a cidade estava parada em vários pontos importantes dela e é notório que as imediações do Maracanã ficam alagadas em dias com chuva torrencial, o que foi o caso. Chegar ao estádio não era e não foi fácil para quem tinha/teve que passar pelas inúmeras ruas interditadas.
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Só que nesta quarta-feira, dia 17 de abril, às 21h30, o Fluminense entrará em campo contra o Santa Cruz, disputando a vaga para as oitavas-de-final da Copa do Brasil. Além de manter viva a conquista do bicampeonato, significará mais R$ 2,4 milhões para os nossos cofres. Mas não só isso. Significa muito mais.

O Fluminense acabou de firmar compromisso com o Estado do Rio de Janeiro e o Flamengo para a administração do maior estádio do mundo, o templo do futebol. Ainda que a nossa posição inicial seja de interveniente, posto que não possuímos a certidão negativa que nos dará a condição de firmar negócios com a Administração Pública, trata-se de um momento histórico para o nosso clube. Histórico e crucial.
E nós, tricolores, temos papel fundamental nessa questão. A nossa presença no estádio, agora, significa dinheiro direto na conta do Fluminense. Significa, também, força nos bastidores para o clube negociar melhores valores com fornecedores e patrocinadores. Significa, ainda, popular o que passou a ser, mais do que nunca, a nossa casa. A nossa casa? Ela realmente será a nossa casa?
A resposta é simples: depende de nós, pessoal. Se a gente não ocupar o espaço, pode ser que o tirem da gente na mão grande, com argumentos de que nós não estamos presentes e, por isso, não faz sentido usarmos o local como nosso. A imprensa, que não gosta do Fluminense, fará campanha natural pela nossa retirada se o cenário for esse. Ficaremos – e estamos -, como sempre, sozinhos.
Por outro lado, se ocuparmos o espaço, quem poderá dizer que o estádio não é a nossa casa? Povoando as arquibancadas nós demarcamos nossas fronteiras. Fazemo-nos presentes. Vivos, portanto. E precisamos dessa prova de vida mais do que nunca. Afinal, se a torcida do Fluminense fosse aposentada, o INSS já teria parado de pagar a nossa pensão há muito tempo justamente por falta de prova de vida. Tem jogador que atuou pelo Fluminense e sequer viu a nossa arquibancada com mais de dez mil pessoas. Claro que o clube tem culpa no cartório, mas a gente bem que podia passar por cima disso e voltar a ser participativo novamente. Ainda mais no momento crucial que nos encontramos.
O Maracanã está de portas abertas para a gente. Quarta-feira é dia, mais do que nunca, de entrar por ela. E permanecer. O Fluminense depende da gente. Nós dependemos do Fluminense. Façamos a nossa parte. Provemos que estamos vivos. Ocupemos nosso espaço. Não adianta dizer que a casa é nossa se nela não estivermos. À nossa casa!
Saudações Tricolores,
Leonardo Bagno
