Ih! Oswaldo tá vindo aí….
A contratação de Oswaldo Oliveira não deu a impressão de que teria sido 100% planejada. O que se passa aos torcedores é de que o treinador teria sido a terceira ou quarta tentativa da diretoria, após a saída de Fernando Diniz do comando do clube. Abel Braga e Dorival seriam os primeiros alvos, mas por motivos singulares declinaram do convite. E aí veio o nome de Oswaldo. Mas o que se pode esperar do novo treinador tricolor?
Vejo muitos cometários nas redes sociais de insatisfação e desânimo com a chegada dele no comando do clube. E outros tantos criticando a forma da diretoria agir, pois teria demitido o Diniz sem ter alguém apalavrado. Em relação à primeira crítica, de fato o treinador não tem vindo de grandes trabalhos. No primeiro semestre esteve no Urawa Reds, do Japão, e passou por Atlético-MG, Sport, Flamengo, Palmeiras e Santos sem grandes conquistas, é bem verdade. Quanto ao segundo, seria ético ou correto, que a diretoria procurasse algum treinador pelas costas de Diniz? Pois é… é complicado mesmo. Mas e o nosso estilo de jogo? Como será o Oswaldo no Flu?
Com Fernando Diniz o Flu, pela primeira vez em muitos anos, teve um estilo de jogo diferente, fora da caixinha. Tá certo, futebol é resultado e o clube se vê numa situação delicada na tabela do Brasileiro e precisa reagir imediatamente, caso não queira ir para a série B. Alias penso que já passou um pouco da hora de reagir. Estamos correndo atrás, e muito do prejuízo. Mas, pombas, com Diniz o time finalizava mais de 20 vezes por partida e a bola não entrava. Quem é capaz de acreditar que o time jogando por uma bola ela entre? Pois é. Coisas do futebol.
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A pressão feita por Celso Barros para a demissão de Diniz ficou evidente nas palavras do próprio treinador, quando na sua coletiva em um hotel na Barra, agradeceu apenas ao Mário e Angioni, e fez questão de ressaltar a conduta de Pedro Abad e Fabiano Camargo (ex-vice de futebol). Quanto ao atual vice apenas disse que não ficaria magoado ou chateado porque isso ele ficaria somente com as pessoas que ele gosta e que gostem dele também. Ficou claro, não?
Demitir técnico faz parte do futebol, muito embora eu acredite que essa cultura esteja ultrapassada – com grandes provas pelo mundo afora – e que a falta de identidade de um clube, ao procurar o substituto, se faz refém de mercado, de pressão da torcida, de pressão da mídia e de todo o resto, também fica exposta em momentos assim. Pois se pararmos para analisar: o que nomes como Abel Braga, Dorival Júnior e Oswaldo Oliveira têm em comum? Somente a letra “a” no nome. Pois dentro de campo são estilos, se não completamente, muito diferentes de jogo e de modelo de treinamento. Fato.
Oswaldo vai chegar num clube onde o elenco estava, e ainda está, unido em torno de uma filosofia de trabalho que todos gostavam muito e que todos RALAVAM muito. Quantas foram as vezes que chegamos no CT e tivemos que aguardar por mais de hora, porque o Diniz havia estendido o treinamento. Foram inúmeras as vezes que isso ocorreu. O cara treinava para caramba, não tinha moleza com a galera. E o que acontecia? Eles reclamavam? Alguém ficava de chinelinho? Nunca. Todos de dedicavam ao máximo, porque acreditavam naquilo que faziam. E por mais que Diniz exigisse muito de todos os jogadores, o Departamento Médico sempre estava vazio… era uma lesão ou outra de cunho muscular.
O que o novo treinador terá de fazer será conquistar a confiança da galera novamente e aproveitar aquilo que Diniz deixou de bom. A filosofia de trabalho duro e sério, mantendo o estilo de jogar futebol com toques e com posse de bola. Jogador gosta de jogar bola e não de ficar correndo atrás da bola. Eles querem que ela fique nos seus pés, para poderem jogar. Oswaldo é experiente, saca muito de futebol também. Mas é preciso se atualizar. As coisas mudaram e muito, dentro do Flu desde sua última passagem, há mais de uma década atrás. E mudaram muito no futebol.
Particularmente, era um dos que aprovava o trabalho do Diniz, gostava do que ele conseguia imprimir em campo. Mas o grande e evidente problema era que os resultados não lhe trouxeram condições para permanecer no cargo. Eu penso que futebol seja muito mais do que apenas o “resultado”. Um time jogando bem, como era o caso do Flu, finalizando muito nas partidas, aproximam mais da vitória do que com a bunda colada na parede, brigando pela segunda bola lá na frente. A grande questão é que Diniz não conseguiu um mínimo de resultados que colocassem o Flu numa posição mais tranquila na competição nacional e, assim, poder brigar na Sula. Ao contrário. Flertamos sempre com o Z4 e agora estamos mais do que afundados por lá. Uma pena que as bolas não entraram contra o CSA.
Agora é sacudir a poeira e dar a volta por cima. Afinal, gostando ou não da saída de Diniz, da chegada de Oswaldo e de todo o resto, somos ou não somos Fluminense?
ST