Flu x Audax – poupando ou testando? Ou os dois?

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Há quem diga que o Campeonato Carioca deveria ser disputado por aqueles jogadores que já se conhecem há mais tempo, tendo assim uma base para se formar um time mais sólido, que apresente consistência maior nos jogos. Podemos classifica-los como imediatistas? Tavez sim, mas aqui não rotulamos os tricolores, apenas vamos trocando ideias. Eu, por exemplo, já penso diferente.

Pegar um esquema que irritava monges tibetanos – na maioria dos jogos era assim -, inserir peças melhores com as que menos comprometiam, é coisa de maluco. Primeiro porque o treinador é outro, com outra filosofia de jogo. Segundo, ano novo, trabalho novo. E como qualquer novo trabalho, precisa passar pelos primeiros degraus para chegar ao centésimo, milésimo…ao topo. Nada mais natural, mas que requer paciência, perseverança, resiliência e trabalho. Muito trabalho.

Se entendemos que o principal campeonato do ano para o Flu é a Libertadores, precisamos entender que o Carioca é uma espécie de treino de luxo, onde iremos atravessar realizando testes, estreando os reforços, exaurindo nosso equema e esgotando nossas opções. Até aqui, dois jogos. Para muitos, já temos motivos para cornetadas à torto e à direito. Para outros tantos, é cedo para avaliar, E, finalmente, para os demais, já se é capaz de enxergar alguma evolução entre o primeiro desafio e o segundo.

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“Ah, Washington, mas foi contra o Bangu e o Madureira… não é parâmetro”, diriam alguns. Sim, e eles têm razão. Mas o Flu disputa o Carioca e esses são os adversários – que, aliás, são muito subestimados por muitos tricolores. Não podemos esquecer que do lado de lá tem 11 atletas jogando, muito provavelmente, o único campeonato com visibilidade do ano – quiçá o único do ano mesmo. E que eles vêm treinando há mais tempo. Desculpas? Não. Fato. Enquanto isso, do lado de cá, menos tempo para preparação, esquema novo, jogadores novos e muita expectativa. Quer conferir como isso pesa? Basta dar uma olhada para os lados. No paulista, por exemplo, todos os grandes tropeçaram, incluindo o Palmeiras – que se prepara para o Mundial. No mineiro, o todo-poderoso Atlético empatou, antes de engrenar duas vitórias.

Qual a lição que se tira disso?

Na minha visão, o início da temporada é mais propício para os menores vencerem os maiores. Por questões físicas, de pré-temporada, de novidades no elenco e por aí afora.

Conclusão disso tudo: primeira derrota, foi terra arrasada? Não. Primeira vitória, mil maravilhas? Também não.

Abel, até aqui, não vem insistindo em erros crassos, não evidencia nenhuma teimosia, ao contrário. Alterna esquemas táticos dentro das partidas – o que cobrávamos muito no ano passado de nossos ex-comandantes – testa atletas, faz seus experimentos, seguidos de suas observações. As consequências disso? O que estamos acompanhando hoje…

Contra o Audax, Abelão promoveu uma mudança geral na equipe. Por conta do clássico? Na minha opinião não. Por conta dos testes mesmo. De cara, duas estreias. Na sequência, estreias na temporada. Mais ainda, Calegari na direita, Pineida na esquerda, com Arias e Cano no ataque. Mais testes.

Fábio; David Duarte, Manoel e Luccas Claro; Calegari, Martinelli, Yago e Pineida; Luiz Henrique, Arias e Cano.

Pode funcionar? Claro que pode. Mas, mais do que funcionar, é trazer “dados” para Abel e sua comissão. Como será que Pineida se comportará na esquerda? Como será que Cano renderá iniciando os jogos? E Calegari? Martinelli de novo titular?

Óbvio que temos que considerar que nem todos os principais estarão ali. Nathan, por exemplo, Bigode, André, Felipe Melo… Mas, nada diferente daquilo que eu esperava nesse início de temporada. Terceiro jogo, terceiro teste. Só espero que Abel esteja anotando tudo direitinho para o próximo domingo já entrarmos com um esboço do nosso time para a Liberta. Pois ali, diante do milionário rival, será o verdadeiro teste para pegarmos o Milionário pela principal competição sul-americana.

E que vença o Fluminense!

ST

WdA

Imagem: Laboratório de Dexter/Divulgação

 


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