Flu perde ação contra blogueiro

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Numa decisão no minimo polêmica, o Fluminense perdeu uma ação, que movia contra o blogueiro Paulo Cezar de Andrade Prado, que publicou em seu blog, chamado “Blog do Paulinho“, palavras que associavam o tricolor à manobras escusas no STJD, o chamado Tapetão.

“Se nos últimos anos suspeitas de ações de bastidores do futebol pairam sobre a equipe (que passou a ser tratada pelos adversários como ‘Tapetense’), desde a vergonhosa ascensão da Série C para a Série A do Brasileiro, decidida numa canetada, até a provável conivência com a parceira, Unimed, no que seria a compra da alma do presidente da Portuguesa, Manuel da Lupa, que culminou no rebaixamento da Lusa e consequente salvação dos cariocas, mais uma vez encontrar-se-a razões para desconfianças. O Flu é enorme, porém, há anos,encontra-se gerido por pigmeus da moralidade, gente que não percebe o desserviço realizado à imagem do clube, ou, em percebendo, pouco da bola às consequências”

Após essa publicação fétida e mentirosa, o Flu ingressou com a ação, pedindo R$ 50.000,00 de indenização. O Juiz do caso, que curiosamente foi movido em São Paulo, entendeu não assistir razão ao tricolor e ainda alfinetou o clube, em sua decisão:

“No caso dos autos, considero que não houve qualquer excesso a justificar a retirada da reportagem do ar ou, ainda, a reparação dos danos alegados. A crítica feita pelo réu é absolutamente legítima”, escreveu.

“Como bem observa a petição inicial e a própria postagem questionada, o clube autor tem uma história fantástica e importância destacada no cenário futebolístico nacional. Mas essa história, para muitos torcedores e amantes do futebol, foi manchada pelo episódio referido na matéria, mais precisamente o acesso direto à Série A do Campeonato Brasileiro por um time que havia disputado (e vencido) a Série C no ano anterior”

“Bem faria o clube autor se lutasse por regras mais transparentes e justas no futebol nacional, ao invés de insurgir-se contra quem critica as distorções no cenário esportivo”

Em matéria publicada pelo site da ESPN, de forma extremamente debochada com o nosso clube, o jornalista Francisco De Laurentiis, inicia seu texto dizendo o seguinte: “Fluminense pode ser chamado de “Tapetense”. Ao menos é o que decidiu o TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo)”  trouxe a informação, e nos serviu de fonte.

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Mas vamos lembrar aqui os fatos:

Logo na terceira rodada do Brasileirão de 1999 (no dia 4 de agosto), o São Paulo goleou o Botafogo por 6 a 1 e, poucos dias depois, o alvinegro entrou com um pedido de anulação dessa partida, alegando que, em razão do bloqueio de seu passe, o atacante Sandro Hiroshi (que esteve em campo naquela goleada) teria atuado irregularmente. Esse pedido só foi julgado pela Comissão Disciplinar do TJD em 19 de outubro. Com isso, a Comissão Disciplinar tirou do São Paulo os três pontos daquela goleada e entregou-os ao Botafogo.

O time paulista ainda recorreu ao TJD, alegando que havia dezenas de outros jogadores com o passe bloqueado e, consequentemente, em situação tão irregular quanto a de Sandro Hiroshi. Em julgamento realizado no dia 3 de novembro, porém, o TJD apenas ratificou a decisão da primeira instância.

Posteriormente, o Internacional também ganhou da Comissão Disciplinar os pontos do seu jogo contra o São Paulo, em virtude da escalação irregular de Sandro Hiroshi. Igualmente ao Botafogo, o Internacional ganhou dois pontos, pois havia empatado o jogo contra o São Paulo. Com esses pontos, o Botafogo terminou o campeonato com média de aproveitamento superior à do Gama e acabou salvo do rebaixamento à Série B. O Internacional se salvaria do rebaixamento à Série B, mesmo se não tivesse ganho os pontos da partida contra o São Paulo.

Por sua vez, o Gama, que não estaria entre os rebaixados, se os resultados conquistados pelo São Paulo dentro de campo fossem mantidos, naturalmente não aceitou a situação e foi à Justiça Comum contra a CBF, que foi impedida de realizar o Campeonato Brasileiro do ano seguinte, sendo este organizado pelo Clube dos Treze e tendo o nome de Copa João Havelange.

Por não ter aceitado o seu rebaixamento à Série B em 1999, o Gama, com apoio do Sindicato dos Técnicos de Futebol do Distrito Federal e do PFL, entrou com uma ação na Justiça comum exigindo sua reintegração à Série A. Em junho de 2000, devido ao conflito de decisões entre STJD (contra o Gama) e a Justiça comum (a favor), com o processo ainda não tendo sido julgado em todas as instâncias, a CBF ficou impedida de publicar o regulamento do campeonato que deveria iniciar em seguida.

Um acordo com o Clube dos 13 foi a solução, e definiu que essa entidade organizaria um campeonato próprio, que mais tarde seria oficializado pela CBF, inclusive para definição das vagas brasileiras na Libertadores da América de 2001. Porém uma nova liminar obtida pelo Gama determinou sua inclusão no torneio. Com o temor de uma série de liminares de outros clubes, optou-se pela unificação das três divisões em um único certame.

Mais tarde, o Gama desistiu de dar prosseguimento ao processo. A FIFA, que havia banido o Gama (impedindo qualquer outro clube de disputar jogos oficiais contra o time brasiliense), também voltou atrás em sua decisão. Finalmente, a CBF ratificou oficialmente a Copa João Havelange como o Campeonato Brasileiro de Futebol de 2000. 

Onde entra o Flu nisso? Em lugar nenhum! O Fluminense iria iniciar o campeonato no módulo correspondente ao da série B, mas o Sr. Eurico Miranda mexeu os pauzinhos para que o Flu figurasse entre os times do módulo da série A. A razão? O Fluminense encontraria mais dificuldades para se classificar e seguir às finais do torneio. O Flu se classificou em 3° lugar geral, 3 pontos atrás do líder. Flamengo e Botafogo não se classificaram.

Em relação ao caso Lusa-Gate, que ninguém de veículos maiores tem coragem de falar, o Fluminense é acusado de ser beneficiado pelo erro da Portuguesa, quando de fato não foi. O Flamengo havia jogado no sábado e escalou André Santos de forma irregular. No domingo, o Flu precisaria mais do que sua vitória em Salvador para se safar, o que aconteceu. Mas o Coritiba não podia ganhar seu jogo diante do São Paulo e nem o Vasco do Atlético-PR. Veja a tabela abaixo:

O erro da Portuguesa, por si só, não seria suficiente para livrar o Flu do rebaixamento. O tricolor precisava vencer seu jogo. Ora, acusar o Fluminense de ter manipulado esses resultados é um absurdo.

De mais a mais, ao Fluminense bastava o erro do Flamengo no sábado. A grande questão é: se o jogo do Flamengo aconteceu no sábado e o da Portuguesa no domingo, por que diabos o julgamento seguiu ordem contrária? Primeiro foi julgado o caso da Lusa, depois o do Flamengo. Numa ótica simples, a Portuguesa sendo julgada depois do Flamengo, aconteceria o seguinte:

O Flamengo perderia seus pontos e seria ultrapassado pelo Fluminense. Depois, a Portuguesa perderia seus pontos e salvaria o Flamengo.

De toda forma, poucos comentam e falam a verdade. O que vale no mundo, atualmente, é a verdade que advém de uma mentira contada mil vezes, e bem contada.

ST


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