Fala professor – Diniz avalia jogo contra o Madureira
Depois da vitória que deixou o Time de Guerreiros com os dois pés na semi da Taça Guanabara, e decidi sábado contra o Vasco quem será o primeiro colocado, o técnico Fernando Diniz conversou com a imprensa:
- Análise da partida
– A equipe fez uma boa partida, jogando com seriedade e essa é a diferença de domingo para hoje (quarta). A gente conseguiu jogar bem, fazer os gols e praticamente neutralizar todos as chances do Madureira. Então a equipe está de parabéns pela seriedade encarada na partida.
- Sustos do Madureira no início, mudança de atitude no 2º tempo e confiança pela vitória
– É claro que ganhar com uma vantagem grande de gols dá confiança e ao mesmo tempo que ter cuidado. O jogo foi só um jogo, a equipe jogou bem e é isso. Aconteceram coisas ruins no jogo mesmo ganhando de 4×0 e a gente vai procurar corrigir para chegar bem diante do Vasco e procurar fazer um bom jogo lá.
- Atuação de Yony e uma possível surpresa com o potencial do colombiano
– Saber exatamente o que vai acontecer a gente nunca sabe. Mas o que ele fez nos dois jogos diante do Athlético-PR me chamou muita atenção, então intuitivamente era uma coisa que aconteceria. Não estou surpreso, acho que ele está só começando e tem uma chance enorme de fazer muito sucesso no futebol brasileiro. E tem um futuro brilhante pela frente porque é um jogador com competências de excelência, inteligente, muito bom tecnicamente, então tem tudo para deslanchar. É jovem, assimila muito bem a informação, o idioma não tem sido um problema, eu estou muito feliz com ele e a tendência é de subir ainda mais e a gente espera que ele consiga de fato deslanchar aqui no Brasil.
- Aproveitamento nas bolas aéreas ofensivas. Instrução do técnico ou percepção da equipe?
– Não acho que o Madureira é frágil pelo alto, não. Não me lembro deles terem sofrido gol de cabeça na competição, ao contrário, é uma equipe bastante alta e estávamos até muito preocupados com o jogo aéreo deles, caso tivessem a oportunidade de subir. A gente tem treinado bastante, então não foi só nesse jogo, somos um time com uma boa estatura, com bons batedores e acabou surtindo efeito no jogo. Foi treino e encaixou hoje de fazermos dois gols de cabeça.
- Empolgação com o Mascarenhas
– Me empolgando não, mas está me deixando feliz com as atuações e a gente tem um outro grande jogador da posição, são dois jogadores do mesmo nível, o Marlon é um excelente jogador que concorre a posição. E estou muito feliz com as atuações do Mascarenhas, é um jovem que acredito ter, também, um futuro brilhante pela frente.
- Possível alteração no estilo de jogo contra equipes que ofereçam mais risco
– Para quem está assistindo parece muito arriscado, mas para quem está no treino sabe que é fruto de muito trabalho. Então o que você treina muito para fazer, acaba gerando uma certa tranquilidade para fazer no campo e o risco é muito menor do que as pessoas imaginam. É muito treino, os jogadores estão se dedicando e a gente tem procurado executar dentro do campo a maneira que eu gosto de jogar. O estilo deve permanecer porque é assim que eu joguei a vida inteira como técnico.
- Mas dá para jogar com esse estilo de jogo contra os rivais
– Para quem acompanha meu trabalho sabe que não tem o porquê mudar. Não é um jogo arriscado como as pessoas pensam, o jogador quando se sente desconfortável chuta a bola para frente e a gente vai tentar buscar a segunda bola depois. Quando for possível a gente vai jogar um jogo com mais inteligência, quando for mais arriscado para nós do que para o adversário a gente vai procurar fazer as bolas longas.
- Empolgação do torcedor com as vitórias e visão sobre o time
– É um trabalho que está no começo, o time precisa ser testado, mas por ele mesmo. O que mais agrada no jogo de hoje, e contra o Americano também, é a seriedade com que a equipe jogou. Jogando com essa seriedade a gente sempre vai ter um time competitivo independente do adversário e conforme os adversários nos exijam mais, a equipe tende a crescer. Não há motivo para empolgação, tem que ter o pé no chão, é início de campeonato, a equipe fez uma partida muito sólida, tanto na defesa, quanto no ataque, mas é só um jogo. E embora o Madureira, a Portuguesa, não tenham a tradição dos grandes clubes o importante, principalmente no jogo de hoje, é encarar com o máximo de seriedade que a gente podia ter encarado. Nós vamos encarar o Vasco da mesma forma, o resultado do jogo, o que vai acontecer, ninguém sabe, mas jogamos contra o Madureira como se fosse com os rivais.
- E o Ganso?
– Tem que acreditar (na contratação), a gente não sabe se de fato vai concretizar, o que eu sei é que o Fluminense tem o desejo de contratar, o Ganso também tem o desejo de jogar no Fluminense, só que há outros fatores envolvidos. Mas o desejo do Fluminense, o meu desejo particular e do Ganso também, é que a gente consiga reunir as nossas forças aqui no clube para fazer uma temporada muito boa.
- A construção do quarto é um sinal de colheita de fruto do trabalho
– Hoje colheu. O meu trabalho começou há 10 anos (tempo em que exerce a função de técnico) e aconteceu (passes producentes resultando em gol). Mas, como eu disse, não motivo para empolgação, a gente fez uma partida boa, fizemos 4 gols, um muito bonito (4º), mas o que tem que fazer é trabalho. O que me encantou hoje no jogo foi a seriedade, até acho que o aspecto defensivo da equipe me satisfez mais que a reposição ofensiva. O time foi sólido porque soube respeitar o Madureira da maneira que tinha que ser respeitado.
- Força máxima no sábado ou vai poupar
– Pode acontecer as duas coisas, repetir a escalação, como podemos poupar alguns jogadores. Vamos conversar internamente com os departamentos que estão envolvidos para depois tomar a melhor decisão, mas os dois cenários são possíveis eu ainda não sei o que a gente vai fazer para o jogo contra o Vasco
- Avaliação sobre o Marcos Paulo
– São jogadores (Marcos Paulo e João Pedro) com muito potencial e é preciso um cuidado, mas eles estão evoluindo a cada treinamento, são meninos muito dedicados e estou muito feliz com a presença deles. O João Pedro entrou muito bem no jogo contra o Volta Redonda e agradou, o Marcos Paulo embora tenha jogado menos deu para perceber que é um jogador de grande qualidade e um futuro promissor.
- Retorno de Digão e Dodi contra o Vasco
– Há a possibilidade. O Digão está tendo uma recuperação muito eficiente, mas depende muito do Dep. Médico, o Dodi também, mas a gente não sabe quantos dias eles ainda precisam ficar com o Dep. Médico, é para ser conversado internamente.
- Sequência de viagens e preocupação acerca do impacto aliado a maratona de jogos na condição física
– Não preocupa. O fato de você rodar os jogadores, nisso os três times do RJ têm vantagem pela manutenção do técnico, então o sistema tático e a maneira de treinar e de se trabalhar já estava instituído, ficando mais fácil para essa rodagem. Aqui tivemos um problema, os jogadores estão jogando de uma maneira totalmente diferente, então para dar entrosamento para 11, 12, 13, jogadores foi bastante trabalhoso. Talvez por isso a gente não conseguiu ainda rodar muito os jogadores, se a gente pudesse rodar e a gente tem muita qualidade também, com os jovens que são muito bons jogadores. Mas pela maneira de jogar a gente sente que falta ainda um pouco de treinamento para poder fazer essa rodagem com um pouco mais eficiência. As viagens preocupam, o calendário do Brasil, o calor excessivo aqui no RJ é um fator que deve ser levado em consideração, mas a gente está fazendo o melhor possível até o momento.