Em coluna, jornalista critica falta de oportunidades a Ganso
O jornalista Thiago Mendes, na coluna “Dois toques”, do jornal Extra, afirmou que “abrir mão de Ganso é estupidez colossal”. Ele critica a falta de oportunidades ao jogador, apontando justamente o levantamento que o próprio Extra fez, mostrando que Ganso jamais recebeu tão poucas chances de um treinador quanto de Odair Hellmann. O atleta entrou no decorrer do jogo contra o Atlético-GO, na última quarta-feira (16), pela Copa do Brasil, e ficou em campo por cerca de 30 minutos.
O jornalista também diz que Ganso é um jogador acima da média técnica do futebol brasileiro e defende que o camisa 10 tricolor tenha mais oportunidades para que consiga readquirir ritmo de jogo e atuar na sua melhor forma.
Confira abaixo o que disse Thiago Mendes:
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“Na última semana o “Extra” fez um levantamento que aponta que Paulo Henrique ganso jamais recebeu tão pouca chance de um treinador quanto de Odair Hellmann, nem mesmo em seu tempos de futebol europeu. Os dados contrastam que com a talvez desmedida esperança da torcida do Fluminense, que via no seu novo camisa 10 em sua chegada ao clube, em 2019, um ídolo em potencial, capaz de levar substancialmente o nível do time. Mas, pior do que isso, tais números evidenciam a subutilização de um jogador acima da média técnica do futebol brasileiro cujo julgamento externo ainda baseia -se no que um dia ele gerou como expectativa. O sarrafo para ganso sempre estará lá no alto, numa altura exagerada e inatingível, e esse é o xis da questão. Ele jamais voltará a ser o que foi no Santos em 2010 – e isso parece claro. Só que tal certeza não se reflete nas análises e ainda não foi capaz de gerar um entendimento sobre a importância que ele pode ter neste Fluminense atual.
No deserto técnico em que agoniza o futebol brasileiro, ter no elenco um jogador como ganso está muito mais para um privilégio do que um problema. Mas não espere dele muita “fumaça”, brilharecos enganosos e carrinhos transloucados na linha de fundo apenas para massagear o ego e o fanatismo do torcedor, sobretudo quando acionado perto do fim de um jogo. Estas não são, afinal de contas, suas principais características. Ganso precisa de sequência, enfileirar jogos como titular para adquirir ritmo, se tornar peça importante na engrenagem do Fluminense e desmistificar a conclusão prévia e preguiçosa de que se trata de um jogador pouco combativo. Seu jogo hoje baseia-se na organização de um sistema ofensivo, com passas verticais, toques de primeira que quebram linhas e imposição de cadência, virtudes úteis para um time que ainda derrape e mostra jogo após jogo profunda inoperância criativa.
Nenê, embora artilheiro do time do Brasil na temporada, não pode ser insubstituível. E a preciso que esse entendimento parta também da própria torcida tricolor, que persiste, num mundo cada vez mais polarizado, em estabelecer uma rixa ao colocar Ganso e Nenê em lados opostos. Ambos defendem o Fluminense, e enquanto a militância de “Nenezetes” e “Gansetes” acreditar que é preciso minimizar o futebol de um para enaltecer o talento do outro, quem perde é só o próprio Fluminense”.
ST