Dirigentes de 18 clubes assinam termo para avançar a Liga – Fluminense ainda é ausência
A liga de clubes brasileiros ganhou mais um capítulo nesta sexta-feira, após o jornalista Rodrigo Capelo divulgar que dirigentes de 18 clubes assinaram um termo com a empresa Codajas Sports Kapital, liderada pelo advogado Flavio Zveiter, no qual se comprometem a avançar com os assuntos referentes à liga. No entanto, o Fluminense não consta entre os clubes que assinaram o documento, bem como Sport, Juventude, América-MG e Athletico-PR.

Desde junho de 2021, um dos assuntos mais comentados foi a intenção dos cartolas em fundar uma liga para a organização do Campeonato Brasileiro e para que pudessem vender suas propriedades comerciais. Naquele mês, ouviram propostas de representantes de três empresas, sendo uma delas a própria Codajas, que “venceu” a concorrência. A assinatura do termo não tem efeito vinculante, de modo que não cria nenhuma obrigação para os signatários no sentido de que, posteriormente, podem rejeitar tal proposta
No entanto, por outro lado, algumas obrigações foram geradas para os 18 clubes, sendo elas:
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- O comprometimento de que, nos próximos dois meses, não venderão nenhum direito de transmissão ou comercial relacionado ao Campeonato Brasileiro para o período posterior a 2024 – quando termina a vigência dos contratos atuais. Caso algum clube venda separadamente seus direitos de 2025 em diante, prejudicaria a negociação coletiva;
- Os clubes concordam em ceder informações necessárias para a realização de um “valuation” (valoração da liga de clubes a ser formada), o que determinará a entrada de um parceiro; e
- Concordam em ceder à Codajas o direito de cobrir propostas financeiras de concorrentes, por período pré determinado de um ano.
No que tange o segundo ponto, os dirigentes forneceram, sob sigilo, dados internos para que a Codajas faça o “valuation” mais preciso das propriedades comerciais envolvidas, principalmente dos direitos de transmissão.
Flavio Zveiter afirma que, ao lado de profissionais do mercado, como Ricardo For e Lawrence Magrath, conseguirá vender uma parte da futura liga para um investidor. A empresa afirma ainda que possui um acordo com a Advent International, uma companhia que investe em “private equity”, isto é, comprando participações em empresas consolidadas, tendo feito negócio parecido no futebol italiano. A liga foi avaliada em US$ 4 bilhões e, com base nisso, a previsão é de que a venda de 25% da liga para este parceiro gere US$ 1 bilhão, dinheiro que seria repassado para os clubes – que pagariam suas dívidas e se reestruturariam.
As ressalvas de Mario Bittencourt
Como mencionado, o Fluminense está entre um dos cinco clubes que não assinou o termo. Isso porque o presidente Mario Bittencourt tem ressalvas quanto ao tempo de duração da concessão das receitas para o investidor privado, que teria 25% das receitas do Brasileirão por 75 anos. O mandatário tricolor afirma que os clubes estariam desistindo de uma quantia elevada no futuro em troca de um “socorro” no presente. Contudo, sua assinatura é esperada nos próximos dias.
Além dele, Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico-PR, que é a figura principal contrária ao acordo. O dirigente não assinou o termo e afirmou nos bastidores que não o fará, pois busca alianças com cartolas da Série B para formar um grupo de oposição.
