Entenda como o Fluminense ficou com 10% dos direitos de Praxedes

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A notícia de que o Internacional pode vender o volante Praxedes por € 7,5 milhões de euros (R$ 50 milhões) ecoou entre os torcedores do Fluminense. Os tricolores se questionaram como o Flu ficou com apenas 10% do jogador — embora tenha anunciado, em 2018, que manteria 50%. De fato, inicialmente o clube manteve metade dos direitos econômicos do atleta que assinou com o Colorado Gaúcho. Mas o Inter exerceu o direito de compra de 20% previsto em contrato. Além disso, o clube utilizou mais 20% para quitar uma dívida com os empresários do volante.

Praxedes saiu da base do Fluminense para o Internacional
Desde que se tornou profissional, Praxedes disputou 41 jogos e marcou um gol com a camisa do Inter (Foto: Reprodução/Sport Club Internacional)

Nascido em Itaboraí-RJ e revelado em Xerém, Praxedes nunca chegou a assinar um contrato profissional. O jogador tinha apenas um contrato de formação, assim como todos os outros jogadores que compõem a base. Nestes contratos, segundo o clube, existe uma cláusula onde o Fluminense possuiu o direito a assinar o primeiro contrato de trabalho profissional do atleta pelo prazo de três anos — conforme determina a FIFA para menores de 18 anos.

Entretanto, durante a gestão do então presidente Pedro Abad, os responsáveis pelos juniores entenderam que Praxedes — mesmo com passagens pela Seleção Brasileira de base — não tinha potencial. Por isso, o camisa 10 seria liberado pelo clube. Além disso, o jogador entrou em uma polêmica ao dar a entender que torcia para o arquirrival Flamengo.

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No entanto, em Dezembro de 2018, surgiu a oportunidade de fazer um acordo com o Internacional e manter 50% dos direitos do volante. Ou seja, o clube não vendeu Praxedes. Apenas abriu mão de uma metade dos direitos econômicos para manter a outra do jogador.

Negociações futuras envolvendo Internacional, Fluminense e os empresários de Praxedes

Como parte do acordo, o Internacional exigiu que houvesse uma opção de compra de 20%. Para exercê-la, o Colorado precisou pagar, de forma parcelada, R$ 500 mil reais ao Fluminense ao longo de 2020. Desde então, o Inter passou a ter 70% e o Fluminense continuou com 30%.

Contudo, o Fluminense ainda tinha uma dívida com a BRIO, de Arthur Cury — empresa que agencia a carreira do volante — pelo ex-volante Pierre que estava em execução na Câmara Arbitral da CBF. Então, para evitar ações judiciais, possíveis penhoras e até impedimento na inscrição de jogadores, a diretoria ofereceu aos agentes mais 20% dos direitos econômicos. Em troca, quitariam um débito de R$ 1,3 milhão de reais. E o Flu passou assim a ficar com os 10% que possui no momento.

Portanto, de acordo com o Fluminense, Praxedes não chegou a ser negociado. Mas, o atleta já rendeu um valor de R$ 1,8 milhões de reais por conta do direito de compra exercido pelo Internacional e pelo perdão da dívida com os empresários do atleta.

E, caso o Inter venda o jogador pela quantia apurada, o volante — que poderia ter saído sem custos em 2018 — ainda vai render mais R$ 5 milhões aos cofres do Flu. Totalizando R$ 6,8 milhões de reais desde que deixou Xerém.

ST


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Lucas Meireles

Jornalista formado pela UFRRJ, apaixonado por esportes e pelas boas histórias.