Assembleia Geral – Fala presidente! – Pedro Abad recebe a imprensa após ter desejo atendido
Antecipação de eleição é aprovada e mandato de Pedro Abad se aproxima do fim. Sem quórum necessário para o impeachment e rejeitando a renuncia, presidente vê proposta ser aprovada pela grande maioria dos sócios. Ao fim do dia, presidente concedeu uma coletiva para os jornalistas presentes nas Laranjeiras. Confira:
- Avaliação sobre a AGE e o resultado
– A minha avaliação geral é que a reunião foi bem conduzida pelo Fernando (Leite, presidente do Cons. Deliberativo), como movimento político sempre tem uma ou outra intercorrência, mas acho que dentro do que poderia ser foi muito razoável, muito calma, a presença de sócios, se não é a mesma de uma eleição tradicional, é muito perto de todas as Assembleias Gerais que tinham por objetivo alterar o estatuto, então, fiquei satisfeito, foi muito bem organizado e parabenizo o pessoal do clube que se empenhou e estava aí, no sábado, trabalhando pesado e ocorreu tudo bem graças a Deus.
- Registros na Ata de Votação, Art. 10 (quórum mínimo de 60%) e a pouca presença de associados
– As objeções fazem parte do processo, todo mundo tem direito de fazer as suas, mas algumas não tem nenhum tipo de razão. A Assembleia que fez a alteração do estatuto para adequação ao Profut e, também, para a criação do Sócio Futebol teve um quórum muito parecido com essa, então isso não faz sentido, as outras eu ainda não li, deixei a condução totalmente com o Fernando, ele é o presidente da Assembleia, ainda vou olhar o registro da Ata para entender o exatamente que aconteceu, mas a gente tem entendimento que juridicamente o processo todo foi percorrido de forma perfeita e a gente entende que a Assembleia foi um sucesso.
- Satisfação com o resultado e projeção de data para a eleição
– O processo se desenrola de uma forma que tem que ser respeitada, o primeiro passo é registrar a Ata no Registro Civil de Pessoa Jurídica, depois de registrado a gente pode divulgar uma data já a partir da convocação. O pessoal trabalhou pesado para fazer essa Assembleia em tempo recorde, a gente precisa reorganizar o clube para fazer uma outra, então não pode ser num prazo extremamente curto tem que dar tempo aos candidatos montarem suas chapas, tempo para apresentarem suas plataformas, mas de qualquer maneira vai ser a forma mais célere que a gente puder fazer, o Fluminense precisa de estabilidade. Eu tenho a data que eu quero na cabeça, mas por respeito ao processo ela fica guardada por enquanto.
- Tempo de registro da Ata e do novo estatuto
– Tem dois atos diferentes, um é o registro no cartório do que aconteceu hoje e isso eu não acredito que leve um tempo desse (45 dias), normalmente a gente espera que seja bem rápido. Agora, o prazo até se fazer um novo pleito é preciso entender o calendário, tem que abstrair o carnaval para não diminuir o quórum, enfim, são variáveis que é preciso levar em conta na hora de montar. A partir de segunda-feira a gente começa a pensar se o que tem na minha cabeça é factível aqui e aí, registrando a gente bate o martelo, divulga e faz a própria convocação.
- Processos judicias podem atrapalhar o processo?
– Judicializar qualquer ato é um direito de qualquer cidadão, ajuizar uma ação tendendo a cancelar um ato, mas a gente entende que o processo foi seguido corretamente, dado que o prazo não é tão curto para o novo pleito essas questões são dirimidas durante o próprio processo, de qualquer jeito a Ata vai ser registrada e a partir daí a gente dá andamento, na justiça a gente tem um corpo jurídico muito competente e naturalmente é de se estranhar ir contra aquilo que os sócios deliberaram como desejo, o poder maior do clube é a Assembleia Geral e não há o que se questionar, o próprio Código Civil diz isso, ir contra a vontade dos sócios é muito esquisito. Deveria demonstrar um outro interesse, ainda escondido, para que não se siga aquilo que o sócio quer, aquilo que vai dar uma legitimidade maior ao processo de transição, enfim, eu tenho dificuldade de entender por que alguém faria isso, mas é uma possibilidade e se acontecer a gente vai tratar dela.
- Qual o sentimento do presidente?
– O sentimento é muito tranquilo, como eu disse na reunião do impedimento, a questão não é ser capaz ou não ser capaz de comandar o clube, a questão não é querer ou não querer, todas essas variáveis foram ultrapassadas, eu recebi o Fluminense numa condição extremamente crítica e a gente vem tentado aos poucos fazer com que o Fluminense saia dela. Eu acho que está bem claro que esse ano a gente está montando um elenco dentro do futebol bastante competitivo e gastando a mesma coisa do ano passado, as coisas vão evoluir, talvez a percepção disso não tenha ocorrido no tempo certo e criou-se um clima de instabilidade profunda e como eu falei também, mais importante do que as minhas convicções, daquilo que eu acho, é a paz no Fluminense. O Fluminense precisa de paz para seguir seja comigo ou com outra pessoa qualquer enquanto a gente não tiver paz, a gente não segue, então isso é muito mais importante do que eu penso. Minha sensação é de que eu estou trilhando um caminho justo, legítimo e que vai seguir a vontade dos sócios porque no final das contas eu estou aqui porque os sócios me colocaram aqui e eu tenho sempre que me referir a eles quando algo que diz respeito ao poder que me foi concedido vá ser alterado, é um processo natural típico da democracia e da representatividade.
- Vida política após a presidência
– Eu estou muito tranquilo porque é aquela história, quando a gente faz aquilo com correção de princípio, com honestidade e com vontade de ajudar não tem por que a gente sumir, esconder, eu particularmente pretendo continuar vindo ao clube e continuo indo para a arquibancada, eu sou de arquibancada, eu vim de lá e volto para lá feliz, foi de lá que comecei minha atividade política no clube, muita gente, mesmo, pedindo para eu ficar, então a minha vida continua. Nessa eleição, provavelmente, não serei conselheiro, falei que ia me afastar da questão eleitoral, então com certeza nesse mandato eu não vou ser conselheiro, é natural nesse tempinho precisar de um tempo para descansar porque a rotina aqui é muito pesada e eu tenho meu trabalho, a minha família, todo mundo sofreu muito com isso, então a gente dá um descanso e depois volta porque foram 10 anos de atuação política que não dá para jogar fora, ainda mais que todos esses anos foram levados com vontade, com amor, então não tem porque esconder, deixar de estar aqui.
- Baixo número de sócios que votaram é um indício de rejeição a AGE?
– É normal (baixo número de votantes), o pleito que elege o presidente tem mais apelo e é normal porque ali é quem você está realmente escolhendo, aqui (Assembleia Geral Extraordinária) é diferente e também porque a gente está em um período de férias e é um pouquinho mais complicado. Até por isso que a gente está com um pensamento de marcar o pleito, propriamente dito, para um momento bem adequado e acho que não (houve rejeição dos sócios a AGE), a votação do Sócio Futebol foi quando o Fluminense estava muito bem no Campeonato Brasileiro, em 2012, a torcida animada e foram 1.100 sócios votando, então é normal que essas Assembleias, que eu chamo de estruturais, tenham um quórum menor e é normal isso na história do clube.
- Quão blindada foi a Assembleia para não afetar os jogadores para o jogo de amanhã (contra a Portuguesa), a negociação com o meia PH Ganso e os interesses do futebol?
– Totalmente e nisso a gente dá graças a Deus ao Pedro (Antônio que viabilizou a construção do CT que fora batizado em seu nome como forma de homenagem) e gente tem uma blindagem total do elenco, eu já conversei com eles que isso não tem a menor relação com o que acontece dentro de campo, todos os atletas tem contrato com o Fluminense e não com o presidente, a gente procura sempre oferecer as melhores condições de trabalho para eles. Quanto a negociações de atletas é a mesma coisa, estou montando o elenco, está quase fechado faltando poucas coisas e é o que eu digo sempre, o contrato será feito com o Fluminense, qualquer jogador que venha sabe que tem contrato com o Fluminense, até porque numa eleição normal, que seria em novembro, já é a hora que os times estão se preparando, já estão fazendo pré-contratos, muda o presidente e não é nada demais. Em relação a negociação de atleta A ou B, eu só gosto de falar quando tudo está acertado, seja jogador chegando ou saindo, enfim, eu não gosto de comentar estágio de negociação porque futebol é muito dinâmico, as vezes as coisas acontecem hoje e no dia seguinte “desacontecem” não tenho nada para falar sobre Ganso, Nenê e quem quer que seja e nem sobre o Ibañez que são as perguntas que todo mundo quer saber. Negociação é negociação e quando estiver sacramentado a gente comunica.
- Mensagem para a torcida
– Vá ao jogo, amanhã a gente tem um jogo importante o time precisa ganhar esse jogo de qualquer maneira, é apoiar o time.
ST