Ao Saudações, Martinelli fala sobre posicionamento em campo: “A versatilidade no futebol atual é uma arma”
Titular no meio-campo e dono de um passe refinado, Martinelli tem conquistado os tricolores. Desde que entrou no time, o volante tem sido responsável por atuar à frente dos zagueiros e comandar a saída de bola. Mas, na vitória por 3 a 0 sobre o Goiás, o jogador chegou mais no ataque e brilhou ao balançar as redes duas vezes. Em entrevista exclusiva ao Saudações Tricolores, o camisa 38 destacou a própria versatilidade em campo.
“É uma experiência importante. Acho que a versatilidade no futebol atual é uma arma, algo necessário. Isso amplia as minhas possibilidades no meio de campo. Na base eu jogava com mais frequência em uma função que me permitia pisar mais na área. Mas no profissional, aos poucos, isso também está acontecendo. Foi assim no jogo do Goiás”, explicou o volante.

GOOOOOOOOOL DO FLUMINENSE! Martinelli mais uma vez! Dia de artilheiro do garoto! Fluzão faz o terceiro ainda no primeiro tempo!
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— Saudações Tricolores (@STpontocom) February 1, 2021
Pelos profissionais, a titularidade veio após o afastamento de Dodi, que vinha sendo um dos destaques do Flu em 2020. No lugar do volante — hoje no Kashiwa Reysol, do Japão — Odair Hellmann e Marcão testaram Yago Felipe, Yuri, Hudson e André. Mas foi o Martinelli quem herdou a vaga. Embora atuasse mais adiantado na base, o camisa 38 se disse confiante com a função.
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“Encaro com naturalidade. É uma das funções que o volante faz em campo. Sempre procuro ter seriedade e entrar em campo com a cabeça boa, ciente das minhas funções. O Dodi é um grande jogador, que agregava ao nosso elenco. Mas seguiu o seu caminho. Procuro mostrar o meu futebol e sempre ser eficiente”, disse o jogador.

Transição da base para o profissional
Em 2020, Martinelli viveu uma ascensão meteórica no Fluminense. Há um ano, em Janeiro, o volante era titular do Sub-20 na disputa da Copa São Paulo de Futebol Jr. Em Agosto, o ‘Muleque de Xérem’ se destacava pelo time Sub-23 nos amistosos contra o Sub-20 do Botafogo. E, em Novembro, estreava pelos profissionais no empate em 0 a 0 com o RB Bragantino. O volante chegou a sofrer uma lesão na coxa após a partida contra o Athlético, mas retornou ao time contra o Sport. E, desde então, não saiu mais.
“Tudo acontece no momento certo. Sempre tive os pés no chão, trabalhei duro e aguarei minha chance. Mesmo quando me puxaram de vez para os treinos do profissional no meio do ano passado, sabia que eu não teria chances, não seria relacionado de uma hora para outra. Aproveitei sempre cada treino, cada conselho e observei bastante. Então, quando surgiu a chance, entrei com muita determinação. Felizmente colhi o que trabalhei e espero ter sempre essa regularidade”, disse o volante.

Nascido em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, o volante passou por Marília, Osvaldo Cruz e Grêmio Prudente antes de chegar ao Tricolor em 2017. No Flu, fez parte da geração que revelou, por exemplo, Calegari, Luiz Henrique, João Pedro e Marcos Paulo. Além de André, que já foi seu companheiro de posição e hoje disputa com Martinelli uma vaga no time.
“É muito bacana poder estar no elenco profissional com jogadores que cresceram e vivenciaram diferentes experiências na base. Vejo como algo natural, legal. Todos somos amigos, damos o nosso melhor e sabemos que, independente de quem atue, estaremos apoiando e preparados”, afirmou.
Conselhos de Marcão
Curiosamente, os dois últimos técnicos do Flu eram, assim como Martinelli, volantes que jogaram no próprio Fluminense. Odair disputou a Série C em 1999 por empréstimo do Internacional. Enquanto Marcão atuou entre 1999 e 2006, disputando 397 partidas e se tornando um ídolo da torcida tricolor.
Segundo o camisa 38, o próprio jogador costuma receber conselhos do ex-volante e hoje técnico do Flu. Principalmente em relação a marcação, ponto forte de Marcão durante a carreira como jogador.
“O Marcão é um cara muito bacana. Sempre procura ter atenção com os mais jovens, compartilha experiências. E, claro, nos treinos sempre procura nos orientar da melhor maneira possível. No meu caso, por ser da mesma posição, isso tem sido bastante proveitoso. É bem legal ter um técnico, com história dentro do clube, te auxiliando nos primeiros passos como profissional”, disse o volante.

O volante, que estreou enquanto Odair Hellmann ainda comandava o Tricolor, também comparou os trabalhos de Marcão e de seu antecessor no Fluminense.
“São dois grandes profissionais. Aprendi bastante com o Odair. Foi muito importante nessa transição da base para o profissional. O Marcão é um cara que se dá bem com todo mundo. E já está direto no clube. São estilos próprios, mas cada um me ajudou bastante”, afirmou o jogador.
O que a torcida pode esperar de Martinelli
Por fim, Martinelli mandou um recado para a torcida do Fluminense. O jogador, que em Dezembro renovou contrato até 2024, revelou o que os torcedores podem esperar dele enquanto vestir a camisa tricolor.
“Sempre (podem esperar) muito empenho, pés no chão e dedicação. O Fluminense tem muitos jogadores de qualidade, e uma categoria de base que sempre revela. Estou ansioso em poder jogar com a presença da torcida tricolor, que é bastante participativa nos jogos. O momento ainda é de todos nós nos cuidarmos e evitarmos aglomerações. Mas creio que esse momento será em breve. Muito obrigado aos torcedores pelo apoio que estão passando”, completou.
Com Martinelli novamente entre os titulares, o Fluminense volta a campo na próxima quarta-feira (03) diante do Bahia. O Tricolores entram em campo às 21:30h na Arena Fonte Nova, em Salvador. O Flu atualmente é o quinto colocado com 53 pontos e a cinco do São Paulo, que hoje abre o G4. Enquanto o Bahia está apenas na 15ª colocação, com 36.
ST
Lucas Meireles