A LUZ DO REFLETOR – O Fla x Flu da Humilhação

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O que foi o jogo de ontem meus amigos? Acho que poucos tricolores esperavam o desenrolar da partida como ela se deu. Não estou falando da vitória, do gol nos acréscimos, mas sim de como aconteceu.

Semana passada a coluna deixou no ar uma dúvida: Viria o Abel para cima, contra esse estilo de jogo de posse de bola do Diniz ou seria o Abel de sempre, que venceu pelo Flu o Atlético do Diniz, jogando a bola para o adversário e matando o jogo no contra-ataque? Era impensável que o técnico da mulambada entraria jogando atrás, com uma maioria esmagadora de torcedores na arquibancada, com o apelo emocional da tragédia dos meninos e com o elenco de 100 milhões que possui.

Começou o jogo e o Flamengo não passava do meio de campo, todo acuado, esperando um erro do Flu para matar o jogo. As vezes ensaiavam uma pressão e o Flu recuava a bola, colocava no bobo e saia para o ataque. Essa supremacia não conseguia chegar ao gol rubro negro, parava sempre na intermediária adversária, com lentidão e falta de capacidade técnica, que convenhamos, o Flu ainda tem. A tática covarde poderia até ter dado certo numa roubada de bola que chegou a Bruno Henrique, travado providencialmente pelo Airton, ou num escanteio qualquer que o zagueiro Rodolfo fez nosso arqueiro trabalhar.

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No fim do primeiro tempo, eles tinham dois bons momentos e o Flu nenhum, mas era nítido que um time ficava com a bola tentava jogar futebol a qualquer custo e outro se acovardava, recuado, esperando o jogo acabar ou uma chance cair do céu.

Na volta para o segundo tempo, quando alguns pensavam que o Abel iria corrigir os erros e tentar jogar bola, o panorama foi o mesmo. Citado na coluna da semana passada, o antídoto para esse estilo de jogo do Flu é dar a bola e fechar a casinha. Cria dificuldades para qualquer time essa retranca, mas principalmente para um time que tem Danielzinho encarregado da armação das jogadas. Foi sacado para entrada de Dodi, que não é um armador, mas pior que o garoto não poderia ser.

Nada mudou muito e Diniz começou a ousar nas laterais com as entradas de Calazans e Caio Henrique. Flu ficou mais solto e ambos os times mais cansados. Porém o Flu permanecia calmo, colocando o Fla na roda, ainda sem a verticalidade necessária.

Diniz precisa achar um time e jogadas que consiga, com mais tranquilidade, transformar essa posse de bola e toques envolventes em chances de gol. O número foi muito baixo nos dois clássicos. A marcação alta é tão importante quanto a saída de bola no chão desde o goleiro. Quando roubada, a bola está a poucos metros do gol adversário e a defesa toda escancarada. Assim se deu o golpe final, não antes do gandula ter sumido do Maracanã. Que humilhação!

Diniz colocou o Fla na roda.

Aos 47 minutos, mais uma pressão na saída de bola do Fla, mesmo cansados estavam lá nossos guerreiros. Arrascaeta, o craque rival, tenta uma saída calma, sem dar chutão, mas ele não é treinado pelo Diniz. Caio Henrique rouba, Airton enfia, Speed toca e Luciano manda para a rede. 4 toques meus amigos, 4 toques de primeira e o Fla vê toda sua covardia ser punida pelos deuses do futebol.

Vitória maiúscula pelo jeito que enfrentou o todo poderoso e queridinho da imprensa. Pelo jeito que acuou os caras, pela coragem de sair jogando com “craques” marcando pressão, pela organização, pela disposição e também pela técnica.

Nosso estilo de jogo foi capaz de fazer um time que raramente jogou atrás, esperando adversários. Os caras amarelaram bonito.

Precisamos acalmar agora, repensar os erros e achar soluções. Nossa dupla de volantes está muito bem.  Airton parece estar entrando em forma. Nosso lateral direito, Ezequiel, é muito fraco. Luciano precisa ser mais rápido, algumas bolas que saímos bem lá de trás, demorou muito para definir um passe e acabou desperdiçando bons ataques. Danielzinho não dá. Jogador que sente a partida e é muito fraco fisicamente, não dá. Nosso trio ofensivo precisa estar mais próximo um do outro, sai coisa boa de lá, mas distantes como no primeiro tempo, não vão conseguir criar nada. Nossa dupla de zaga está bem posicionada e ganhando quase todas pelo alto. As entradas de Gilberto e Ganso, tendem a elevar muito o padrão técnico desse time.

Que venha o Vasco! A expectativa é óbvia: Vai jogar atrás acuado como sempre, resta saber se terão a mesma sorte de outrora.

 

 

Toque curto:

–  Não me recordo de nenhum clássico, onde o gandula tenha sumido, principalmente sendo ele do time dos milhões, do clube que tem dois times fortes, do queridinho da mídia….Que vergonha alheia!

– Airton e Bruno Silva fizeram um partidaço. Bem na saída de bola e na contenção. Muita experiência.

– E o Abel hein?! Os caras já tiveram todos os tipos de técnico, mas a torcida deles não esperava essa retranca toda, esse medo todo. Quando será que ele cai?

– Atenção tricolores, exames cardíacos em dia? Essas saídas de bola do Digão e do Rodolfo ainda vão matar um tricolor do coração. Mas vamos em frente!

 

SDT


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