Penhoras e bloqueios continuam assolando o cofre tricolor

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Fonte: Globo Esporte, por Hector Werlang e ST.com

Mesmo negociando 6 atletas nesta janela de transferências, Flu continua tendo problemas para colocar em dia os salário. Nem mesmo as vendas de Ibañez, Ayrton Lucas, João Pedro, Sornoza, Richard e Léo Pelé – que renderam aos cofres tricolores R$ 75,8 milhões – foram capazes disso. Mas o desconto de percentual de parceiros, de dívidas com empresários e pendências com outros clubes, algo feito no ato das transações, fez o número cair para R$ 37,9 milhões. Em 2018, só com penhoras e bloqueios clube teve seu cofre onerado em R$ 33 milhões.

Eduardo Paez, diretor financeiro do Flu, falou sobre o assunto em contato com o repórter Hector Werlang, do Globo Esporte, confira:

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 “- Esse dinheiro é usado basicamente para pagar as nossas obrigações. Há um volume de penhoras que nos maltrata bastante, o que o torna o nosso grande desafio para a atual temporada.”

O valor retido se restringe as seguintes situações:

  • R$ 25 milhões – A pedido da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, a justiça determinou o bloqueio de 15% de toda, e qualquer, receita do Fluminense. É uma execução fiscal, resultado da decisão do não cumprimento da decisão que penhorou o dinheiro da venda de Wellington Nem para o recolhimentos de impostos em atraso, Peter Siemsen era o presidente à época;
  • R$ 8 milhões – Ações trabalhistas de ex-jogadores e ex-funcionários, e cíveis de empresários e fornecedores. Ao todo, são cerca de 20 penhoras.

Soma-se ainda às penhoras, o Ato Trabalhista (R$ 1,2 milhão/mês) e o Profut – Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro –  e Pert – Programa Especial de Regularização Tributária – (R$ 700 mil/mês). O valor de quase R$ 2 milhões/mês é referente a renegociações de dívidas.

Assim sendo, o Flu continua tendo problemas em regularizar os salários de jogadores e funcionários. A CLT (carteira de trabalho) de dezembro/18, 13º, férias e do mês de janeiro/19, junto com os direitos de imagem de novembro e dezembro/18 e janeiro/19, permanece em aberto.

Ainda de acordo com Eduardo Paez, o presente e o futuro do Flu – em relação as despesas – já foi reestruturado, flutuando entre “ficar um pouco no azul ou por pouco no vermelho”. O grande problema é o passado, e o clube corre para cumprir o que foi acordado e, assim, evitar juros e novas penhoras.

O diretor financeiro Tricolor, ainda evidenciou que a penhora de 15% pode chegar ao fim. Vem sendo discutido na justiça se o Flu já pagou tudo o que devia. Mesmo havendo alguns atrasos, o pagamento de impostos, do Pert e do Ato Trabalhista estão em dia. Já em relação ao Profut, o dirigente informou que o atraso está dentro do máximo permitido por lei, um limite de três meses.

Foto: Reprodução

Ainda no caso da penhora de 15%, no dia 17 de dezembro o ministro Sergio Kurina, que é o relator do processo no Superior Tribunal de Justiça, analisou um pedido Tricolor para liberação para usar verbas bloqueadas para quitar os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2018 do Ato Trabalhista. Além disso, usaria a verba para quitar os meses de agosto e setembro (vencidas) e outubro e novembro (por vencer) do Profut. Fazendo assim com que o clube confessasse, à época, que estava em atraso com o cumprimento de suas obrigações.

Vendas da “Era Abad”:

  • Ibañez – Saiu para a Atalanta-ITA por R$ 17,2 milhões (4 mi de Euros). Flu tinha direito a 70%, mas devia ao PRS – clube gaúcho que revelara o jovem zagueiro – e pagou R$ 389.483,88. Sobrando assim, R$ 11,6 milhões (67,4 % do valor original);
  • Ayrton Lucas – vendido para o Spartak Moscou-RUS rendeu R$ 15,3 milhões para o cofre do Reino do Laranjal (Tricolor tinha direito a 50% da negociação que custou aos cofres do time russo 7 milhões de Euros, ou R$ 30,5 mi). Como o clube houvera antecipado R$ 5 mi com Carlos Leite, o empresário do lateral, apenas R$ 10,3 milhões foram para o cofre;
  • João Pedro – Negociado com o Watfor-ING, pode render ao clube até R$ 44,6 milhões (10 mi de Euros) com o cumprimento de metas. Por enquanto recebeu R$ 11,1 milhões (2,5 milhões de Euros) referente a 1ª parcela da venda, que representa 25& do, possível, montante. As metas são quatro bônus de 1 milhão de euros pelo desempenho no Flu; um bônus de 1,5 milhões de euros ao obter a licença para jogar na Premier League; dois bônus de 1 milhão de euros pelo desempenho no Watford;
  • Richard – Rumou para o Corinthians. Fluminense não revelou qual o percentual que tinha adquirido quando negociou com o Atibaia-SP. Clube paulista pagou R$ 4 milhões e o valor recebido pelo Tricolor foi usado integralmente para pagamento de dívida com o empresário Giuliano Bertolucci;
  •   Junior Sornoza – Também negociado com o Corinthias, Flu recebeu R$ 6 milhões (clube tinha direito a 60%). Como o clube ainda tinha pendências com os equatorianos do Independiente del Valle (devia R$ 2,6 mi)  apenas R$ 3,4 milhões entraram para o cofre tricolor, representando, efetivamente, um pouco mais de 30% pelo valor no qual o meia fora negociado;
  • Léo Pelé – Se destacou no Bahia, clube que jogou em 2018 cedido por empréstimo pelo Flu, e foi negociado com o São Paulo por R$ 3 milhões. Time de Guerreiros tinha 50% dos direito e recebeu R$ 1,5 mi;
  • Gustavo Scarpa – Flu recebeu 1,5 mi de Euros (R$ 6,7 milhões) pelos 40% que tinha direito e para, enfim, encerrar a disputa judicial. Mas um dívida, inicialmente de R$700 mil, com empresa Nato & Zola Sports Agency referente a intermediação na contratação do meia Marquinho, em 2016, que estava na Udinese, fez o clube ter  R$ 920.529,39 bloqueados na Justiça. Sobrando assim, R$ 5.779.470,61 ao Tricolor ou 85% do montante original.
  • Douglas – Mais um que foi negociado para o Corinthians. Flu detinha 63% dos direitos e recebeu R$ 4,6 milhões. Equipe paulista ainda pagou 50% dos salários de Junior Dutra, que foi repassado por empréstimo ao Flu;
  • Luan Peres – Estava no Flu por empréstimo, pertencia ao Ituano. Time de Guerreiros recebeu R$ 2,1 milhões (500 mil euros);
  • Wendel – Foi para o Sporting-POR, que o comprou por R$ 29,1 milhões (7,5 mi de Euros). A princípio Flu tinha 90% dos direitos, mas na prorrogação de contrato anterior à venda, o responsável que levou o volante para Xerém pediu sua parte a título de ”comissionamento exclusivo”. Com isso o Tricolor recebeu R$ 24,03 milhões,que representa mais ou menos 80% do montante original. Valor está discriminado no balanço financeiro, da época, e já há o desconto do IOF e as taxas da FAAP (Federação das Associações de Atletas Profissionais) e Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol);
  • Henrique Dourado – Vendido por R$ 8 milhões para a vítima da Barrigada. Flu tinha 50% dos direitos. Valor apresentado no balanço financeiro também já apresenta os descontos do IOF e as taxas da FAAP e Fenapaf;
  • Richarlison – Segundo informações do balanço financeiro negociação com o Watford-ING foi a seguinte:  R$ 23 milhões (6,25 milhões de euros) no ato da venda e R$ 23 milhões (6,25 milhões de euros) no dia 5 de agosto de 2018, resultando em um total de R$ 46 milhões. O Fluminense tinha 50% dos direitos, então, deveria receber R$ 23 milhões. Em setembro de 2017, formalizou a antecipação da segunda parcela no fundo inglês Star Fund GP S.a.r.l.. e, já com os desconto dos juros, valor foi de R$ 22 milhões (5,98 milhões de euros). Corre na justiça uma reclamação do América-MG (R$ 7,2 milhões) e do Real Noroeste-ES (R$ 10,5 milhões) a falta do repasse dos percentuais, que ambos julgam ter direito a receber.

ST

 

Imagem: Globo Esporte

 

Foto : (Divulgação / STpontocom)

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