Entre a agônia e o êxtase, eu sou é tricolor – Washington de Assis

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Meus amigos, a minh’alma tricolor sangra, é verdade. Mas ainda pulsa. Hoje vivemos o drama da corda bamba em duas frentes. Se pelo lado do Brasileiro a ameaça do rebaixamento espreita o Flu, tal qual urubu faminto em desenho animado, do outro a Libertadores bate à porta com um desafio indigesto. A qualquer torcedor isso seria de eclodir calafrios em regiões nada pudicas. Mas somos tricolores. E isso, não é ser “qualquer” torcedor.

As últimas partidas trouxeram um fio de esperança, um alento nesse deserto de angústia. Ainda que pese os resultados não terem sido dos melhores, percebemos evoluções. A zaga, outrora mais vazada que peneira de vender café, parece ter encontrado em Thiago Silva e Ignácio a solidez que faltava. Bernal, o argentino de raça, vem crescendo a cada jogo, mostrando que veio para ser o dono do meio campo. Serna, outra excelente novidade, já mostrou seu cartão de visitas e hoje traz a esperança que nos faltava.

Nossa torcida, entre a agônia de lutar contra o rebaixamento em meio à ressaca de dois títulos internacionais inéditos, e a esperança de ver dias melhores, mesmo cambaleante, não perde a singularidade de emocionar e fazer o Maracanã pulsar. Aquela magia está retornando cada vez mais às arquibancadas. Tá certo, nem tudo é para se comemorar. Mas não é esse o ponto. Refiro-me à união, à força, ao esplêndido espírito do “Time de Guerreiros”. Que, aliás, precisamos evocar, com as Bençãos de São João de Deus, a cada minuto de bola rolando.

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A hora é de união, de empurrar o time mesmo nos momentos de aflição. Esquerdinha, nosso jovem talento, precisa se sentir acalentado nas arquibancadas, tal qual uma criança que começa a dar seus primeiros passos. Natural cair, tropeçar. Mas, ao olhar para o lado, essa mesma criança encontra no olhar de seus entes queridos a força necessária para ficar em pé e seguir. Nosso lateral também precisa sentir essa força vinda de nossa torcida. Nossa parte é entender que cada erro é um passo em direção à maturidade. E Kauã Elias, outro diamante bruto, tem sede de gol e precisa do nosso apoio para brilhar, sempre.

E na Libertadores, meus amigos, a chama da glória ainda arde! Enfrentaremos o Grêmio, é verdade, mas não podemos nos curvar à sina de derrotados. A volta de Ganso, o maestro, e de Arias, o elétrico colombiano, injeta ânimo no ataque. E o que dizer da promessa de retorno do Rei da América, Germán Cano? Que volte a reinar e a balançar as redes inimigas! Não só nesse jogo. Mas em todos os restantes da temporada.

Não podemos, em hipótese alguma, abandonar, desistir. Nossa camisa pesa, tem história, e exige respeito. Que a paixão que nos une seja o combustível para superarmos esse momento turbulento. Lembrem-se: o Fluminense é enorme. Que venham o Grêmio, o Brasileirão e todos os desafios. Estamos prontos para a luta, para a glória, para o êxtase tricolor!

Aos desavisados, trago novas; aos incrédulos, eu garanto; aos céticos, convido-os para testemunharem: o Fluminense, mesmo cambaleante, ainda respira. E como todos sabemos, nos basta um sopro para transformarmos o impossível em corriqueiro.

Bom domingo a todos,

Washington de Assis


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