LEONARDO BAGNO – Boa sorte, Fluminense
Tricolores,
Hoje começamos o nosso caminho em 2019. Um caminho que promete ser mais árduo do que o de 2018. Nosso time, até o momento, impressionantemente não tem um meio de campo criativo formado. O único jogador com essa característica é o Daniel – que antes era Danielzinho, mas, a pedido do jogador, retiraram o “zinho” do nome dele (agora vai?). O Caio Henrique, que diz ter habilidade para jogar avançado, já declarou que gosta mesmo é de jogar vindo de trás, na “volância”. E o outro que desenvolve essa função no elenco é o improvisado Luciano, pois é atacante. Ou seja, o Fluminense inicia o seu ano como terminou 2017: sem ter um meio de campo criativo decente. E isso é incompreensível, revoltante e absurdo. Como pode um time do tamanho do Fluminense não ter dois meio-campistas de criação no elenco? Há mais de um ano!
Que não me venham falar em Ganso. Ganso é pouco para o que precisamos. Não que eu ache o jogador ruim ou que não seja tudo isso que dizem dele por aí. Gosto dele e estou torcendo por um desfecho positivo. É que se trata de um jogador que já passou por cirurgia nos dois joelhos e, apesar de muito habilidoso e diferenciado para o futebol que é jogado por aqui, não tem ímpeto de jogador que não aceita a derrota. Muitas das vezes ele parece alheio ao jogo e ao resultado deste quando dentro de campo. Precisamos do Ganso e de mais dois jogadores para compor o time titular e o elenco. Ficar somente com o Ganso não será suficiente para enfrentar 2019.
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Além disso, iniciaremos o Carioca com um time praticamente reserva porque estamos impossibilitados de inscrever novos jogadores por conta de uma decisão judicial descabida e inédita, proferida pela Justiça Comum do Espírito Santo, em razão de uma dívida que o Fluminense tem por conta da contratação do Richarlison. Decisão esta que existe há duas semanas e nada – ou muito pouco – foi feito pelo Fluminense para revertê-la. Surpresa nenhuma aqui.
Só para não deixar passar em branco, iniciamos 2019 com salários atrasados. E isso é a base de tudo. Sem dinheiro, como poderemos exigir algo dos profissionais que estão dentro do clube? Muito preocupante.
De positivo temos duas coisas: 1) o esquema desenvolvido pelo Diniz, amadurecido por conta de suas passagens anteriores por outros clubes, que tem tudo para tornar o nosso time um pouco mais competitivo; e 2) a união dos jogadores e Comissão Técnica, falando a mesma língua e trabalhando, humildemente, como um elenco de qualidade limitada deve fazer (muito suor para chegar em algum lugar).
A torcida, por sua vez, voltou a sonhar grande. Voltou a se mobilizar, ainda que virtualmente, depois da notícia de que o Fluminense está tentado as contratações de Ganso e de Nenê. Fica fácil perceber que a torcida do Fluminense exige do clube aspirações compatíveis com o seu tamanho e história. Discurso de contenção de despesas para ajustar os gastos do clube à sua realidade é necessário, porém insuficiente. Ninguém torce para o Fluminense e espera comportamento de Olaria – com o merecido respeito ao time suburbano. Daí a importância de a gestão saber equilibrar as ações, cortando custos no que é desnecessário e investindo somente no que é imprescindível. Não adianta um vôlei forte com um futebol atrofiado. Ninguém, ou quase ninguém, é Fluminense por conta do vôlei. Não adianta uma piscina geladinha para os dias de verão com um bar molhado no seu centro, com atendimento de excelência, se o futebol está capenga e desnorteado. Ninguém, ou quase ninguém, é Fluminense por conta da estrutura do clube.
O Fluminense existe para ser campeão em tudo o que faz. Do futebol à bocha. Sendo que o primeiro está na frente de todos os demais. Doa a quem doer. Hoje, iniciamos a nossa jornada. Dias tortuosos despontam no horizonte, mas com possibilidade e expectativa de melhora. Boa sorte para todos nós. Que o Fluminense consiga ser, em 2019, Fluminense. Nos vemos no Maraca!
Saudações Tricolores,
Leonardo Bagno