ESTE É SÓ O COMEÇO (MARIO NETO)

ESTE É SÓ O COMEÇO (MARIO NETO)

Logo mais contra o Palmeiras no Mario Filho seria apenas mais um jogo, talvez pela briga de uma das vagas para a Libertadores do ano que vem. Mas por conta do destino e também pela nossa incapacidade de jogar um futebol apenas na média geral dos nossos rivais, alguns como disse anteriormente com elencos inferiores ao nosso, não o fizemos até agora. Não temos saída, de hoje até o final deste Brasileirão, de vencer ou vencer de qualquer maneira para não passar vergonha de cair para segunda divisão, depois de tudo que fizemos em 2023. Não há nenhum tricolor que eu conheço que não esteja preocupado da cabeça aos pés com esta nossa posição.
Assim como em 2009, o ano da nossa histórica e impressionante recuperação que nos deixou todos de queixo caído, sem saber o que dizer, quando demos a volta por cima, quando nos davam como liquidados no início do returno do Brasileirão (menos de um por cento de chances, precisávamos de 24 pontos nas oito rodadas finais sem depender de ninguém para sobreviver, o que aconteceu com a volta do Fred), agora precisamos urgentemente de uma série de vitórias pois desta feita 24 pontos não vão nos salvar. Numa conta sem quebrar muito a cabeça, dependemos apenas de 32 pontos neste returno, o que significa um aproveitamento quase três vezes maior do que conseguimos até o momento.
Por ter passado por este sofrimento entre outros casos parecidos e de ter perdido várias noites de sono, estou muito longe de jogar a toalha. Tenho consciência de que com o futebol do turno não dá, mas como já mencionei temos elenco para mudar o rumo no navio. Depois de um longo tempo, nove partidas sem vitórias nem em casa nem fora, tomando gols em todos os jogos com uma das defesas mais vazadas do campeonato, a vitória contra o Cuiabá lá no Mato Grosso sem levar gols pode ter sido uma luz que começou a surgir no fim do túnel, mais ou menos parecida com a virada espetacular contra o Cruzeiro, naquela época (2009) que foi o início de tudo da nossa permanência da divisão de elite.
Amanhã pegamos o Palmeiras em casa, temos que fazer a nossa parte de qualquer maneira, pouco importando que o nosso adversário esteja muito melhor em tudo, sem dúvida, inclusive voltando a se impor neste campeonato. Mas mesmo com toda esta vantagem temos que vencer e ponto final. Novamente volto a 2009, nestas mesmas circunstâncias ou até melhor, o Palmeiras era o líder absoluto, sobrando no Brasileirão com oito pontos de vantagem sobre o segundo colocado, e o vencemos com autoridade, um a zero gol do Fred.
Daí em diante foi a nossa redenção no Campeonato. Não perdemos mais e só empatamos o jogo final contra o Coritiba, que significou o fim das minhas noites sem fechar os olhos. Vencer ou vencer não tem jeito, seja lá como for. Não preciso falar do reencontro com o Tiago Silva, uma atuação segura e precisa, que realmente muda qualquer defesa, o que já era previsto. Mas no meu entender o que mais melhorou o time foi o retorno, depois de uma grande atuação na Copa América, do Jhon Arias, seguramente o jogador mais importante da equipe, agora junto com o Tiago. Duas coisinhas para terminar: a primeira delas e fundamental é que os tricolores não esmoreçam como aconteceu em 2009, mais de 60 mil torcedores e todos os jogos no Mario Filho. A outra é muita calma nesta hora, esqueçam a vaia nos noventa minutos, depois desabafem ou não.
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