Antecipação das eleições – mais um capítulo

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O presidente Pedro Abad vem formulando a proposta de alteração do Estatuto tricolor para que possa seguir com sua proposta de antecipar as eleições. As mudanças mais significativas que deverão ser feitas, para que tenha legitimidade, está no tempo de mandato presidencial. Isso em duas legislaturas pois não só a próxima deverá ser alterada – a ideia é que quem for eleito no início desse ano siga no comando do clube até o final de 2022 – somando aos 3 anos previstos os meses que restarem de 2019, mas como também a atual pois seria encurtada e não mais os 3 anos estatutários.

As correntes políticas:

E essa alteração já larga gerando conflitos na política tricolor. Hoje nós conseguimos identificar 5 correntes dentro do clube (em ordem aleatória): Flusócio, do presidente Abad e de seu antecessor, Peter Siemsen; Unido e Forte, coligação encabeçada por Cacá Cardoso e Diogo Bueno; Tricolor de Coração, dos agora alidados, Mário Bittencourt, Ricardo Tenório e Celso Barros; Pedro Antônio, e todos ao seu entorno; e, por fim, o grupo Esportes Olímpicos.

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A coligação Unido e Forte já se posicionou de forma contrária. Tanto Cacá Cardoso, em entrevista exclusiva ao nosso site, quanto Diogo Bueno já se manifestaram publicamente a respeito. Das quatro restantes, a corrente do Pedro Antônio já se posicionou ser favorável a antecipação, mas que o mandato seja até o final de 2019. As demais, Flusócio, Tricolor de Coração e Esportes Olímpicos pensam que a melhor saída para o Flu seja, de fato, a antecipação das eleições e o mandato até o final de 2022.

Os argumentos dos dois lados:

Os argumentos contrários dão conta de que caso isso ocorra de fato, seria “rasgar o Estatuto”, abrido um precedente perigoso para o futuro do clube. Além de, na visão deles, o Estatuto ter o remédio para o presidente que não queira seguir no comando do clube (a renúncia), fere gravemente o mesmo, pois existe uma cláusula que não permite a alteração no mandato presidencial vigente, como pretende o presidente. E que caso haja uma, ou qualquer, alteração agora, a mesma só terá validade na próxima eleição. E isso seria para que o mandatário não altere o Estatuto ao seu bel prazer.

Do outro lado, os argumentos favoráveis se baseiam nos seguintes pilares: essa cláusula, a que reza que a alteração no tempo do mandato, vem a proteger o clube de interesses pessoais e benefício próprio. Nesse entendimento, o presidente estaria abrindo mão de seu direito e não se beneficiando dessa mudança. Outro ponto argumentado é o de que se é possível convocar uma AGE (Assembléia Geral Extraordinária) para que seja votado o encerramento das atividades do Fluminense, também é possível convocar uma AGE para salvar o clube. Por fim, alegam que a vontade dos associados deve prevalecer, pois eles que aprovariam (ou não) essas alterações para, depois, decidirem quem é que vai comandar o clube pelos próximos 4 anos, aproximadamente.

Prazos para as AGE’s:

A proposta deverá ser apresentada em breve, para conhecimento dos sócios. Após, será convocada uma Assembléia Geral Extraordinária, que aprovará ou não essas mudanças propostas. Caso seja reprovado pelos sócios, o processo todo é arquivado e Pedro Abad seguirá no comando do clube até o final de sua legislatura ou, caso prefira, renuncie. Para ser aprovada é preciso que 60% dos associados compareçam às urnas e o resultado ser superior a 2/3 de votos favoráveis. Em caso de aprovação, será convocada nova Assembléia Geral só que agora para eleger o novo presidente e o vice.

O que se sabe, até o momento, é que os conselheiros seguirão até o final de seus mandatos, quando serão convocadas as eleições somente para o conselho.

Sócio-Torcedor vai poder votar?

Outro ponto que ainda não está claro é em relação aos associados e/ou sócios torcedores que ingressaram como sócios há pouco tempo. Nesse caso, eles somente teriam direito ao voto no final do ano e, caso as eleições fossem, de fato, antecipadas, não teriam ainda tempo suficiente de associação que os habilitassem para votar. O que está sendo estudado seria uma espécie de “antecipação de direito”. Assunto polêmico, que ainda não foi definido.

Pois se por um lado os torcedores teriam direito a voto lá na frente, do outro não é garantido que todos adimplissem com sua parte para, assim, estarem  habilitados. É esperada nova coletiva essa semana para a definição.

Vale lembrar que, mesmo contrários a essa proposta, a coligação liderada por Cacá Cardoso e Diogo Bueno afirmou que não irão buscar qualquer direito na justiça comum.

ST

Washington de Assis

 


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