Gum, Eterno!

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Pois é. Chegou ao fim a ‘Era Gum” no Fluminense. Depois de 414 jogos e quase dez anos, o zagueiro encerra um ciclo de muitas histórias. Umas vitoriosas, outras nem tanto, mas uma coisa a gente tem que reconhecer. Gum vestiu a camisa tricolor na essência. Vestiu a alma tricolor em cada jogo e nunca, jamais, se omitiu. Nunca foi unanimidade nas arquibancadas – mas afinal de contas quem é? Ou foi? – mas sempre mostrou orgulho ao entrar em campo, ostentando as cores verde, branco e grená.

Oitavo jogador que mais vezes vestiu a camisa tricolor, Gum ajudou o Flu a conquistar dois brasileiros e um carioca. Participou também da arrancada histórica de 2009 e entrou no coração da torcida naquele ano. Com a cabeça enfaixada foi dele o gol que garantia a classificação do Flu na sula, em 2009, contra o Cerro Porteño, no Maraca. Até os 47 do segundo tempo o Flu perdia. E ele brigou pela bola e balançou as redes do adversário. Aquele resultado já nos servia, mas Alan ainda teve um tempinho para guardar mais um.

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É claro que o Flu vai seguir sua vida. É claro que a rotina do clube vai se manter. Mas eu confesso que será diferente chegar no CT, daqui a uma semana – mais ou menos – e não o encontrar lá, no meio da rapaziada, aquecendo, treinando ou até mesmo num encontro fortuito antes ou depois das atividades. Perdoem-me meu sentimentalismo.

É que o Gum representou um escudo contra tudo o que de ruim rebuçou sobre o Flu nesse ano. Foi dele a voz no vestiário quando o time perpassava em agonia e em egos intumescidos, eivados de pedantismo, que muitas vezes tiveram a audácia de se sobrepujarem a camisa que vestiam e, que em momentos de cerração, se esqueciam de onde estavam.

Foi dele a voz que se insurgiu quando os mimados poltrões esbravejavam arrogância e mitigavam a torcida o direito de torcer por um time de guerreiros, alcunha que o mesmo ajudou a forjar com suor, sangue e lágrimas. Não consigo imaginar esse ano que passou sem presença de Gum no elenco. Não imagino essa galera chegar ao quarto mês de atrasos salariais e não se perder, sem a presença dele lá. Tá certo que Júlio César e Digão também foram fundamentais e ajudaram a segurar a barra. Mas nosso capitão não era ele por coincidência.

Gum, hoje, está sendo cobiçado por Grêmio e Santos. E não me espantaria se pintar outro grande da série A a se interessar por ele. Isso porque, no meio do futebol, profissionais como ele estão em extinção.

Sei que muitos amigos aqui vão concordar com esse texto e outros tantos não. Sei que muitos sentirão a falta dele no time e outros tantos comemoram a sua partida. Mas sua história está escrita com força num dos clubes mais tradicionais do globo terrestre. Quando falam da história do futebol, é preciso falar do Fluminense. Quando falarem da história do Fluminense, será preciso falar de Gum.

ST

Washington de Assis

“Amei essa camisa, me entreguei mais do que eu poderia, no limite físico e mental. Guardei fé, esperança e caráter, e hoje talvez seja meu último jogo. Já me emocionei, já chorei. Saio hoje com sentimento de amor ao clube e dever cumprido”

Gum, 2009-2019                                                                                


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