E agora? Quais os próximos passos

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Abad não quer mais seguir no comando do Fluminense. O mandatário entende que chegou a hora do clube ter paz e, para isso acontecer, compreende que sua saída será necessária. Ontem em entrevista após a sessão que votaria o impeachment – não teve quórum – o presidente informou que vai convocar uma reunião com as principais lideranças políticas do clube, inclusive oposição, para juntos discutirem a melhor saída para a antecipação das eleições.

Inicialmente já terá que partir com uma mudança radical no estatuto, que prevê eleições a cada três anos. E para isso acontecer, uma assembléia geral terá que ser convocada. Mas, até mesmo antes disso, o presidente pretende formular de forma consensual, com as demais forças do clube, uma proposta concreta e fundamentada para apresentar nessa assembléia geral.

Mesmo com toda essa intenção de trazer esse consenso entre todos, caso não se chegue à uma conclusão, Abad relatou que poderá trazer a sua própria proposta, usando a prerrogativa do cargo, e apresentá-la para apreciação da assembléia geral. Mas a missão não é tão simples assim.

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Fernando Leite, presidente do Conselho Deliberativo,  já havia se posicionado contra a antecipação das eleições, assim como Cacá Cardoso – que em entrevista exclusiva ao nosso site, disse ser um defensor do cumprimento estatuto. Já o grupo Tricolor de Coração, capitaneado por três dos principais nomes da política atual, Mário Bittencourt, Ricardo Tenório e Celso Barros, em reunião aberta, se manifestaram a favor. E essa divergência pode não ter um consenso imaginado pelo presidente.

Concomitante a isso, um outro pedido de impeachment foi protocolado ontem, pelo próprio grupo Tricolor de Coração, que reuniu cerca de 55 assinaturas. E esse pedido ainda seguira todo o trâmite regular, qual seja: recepcionado pela mesa diretora do CDel; remetido a comissão de Assuntos Disciplinares; citação do presidente; apresentação da defesa; apreciação da comissão; elaboração de parecer (favorável ou contrário); reenvio ao CDel; agendamento da sessão. E isso deve levar alguns meses.

Ainda em relação ao que pretende Abad, as barreiras para esse acerto prometem ser deveras complicadas. Isso porque o Estatuto é a constituição do Clube. E alterá-lo somente porque o presidente não quer mais seguir no cargo, e entende que quem deve decidir quem fica com o poder do clube sejam os seus sócios, até porque isso é óbvio, abre um precedente perigosíssimo. Isso porque, no entendimento de muitos, já existe o remédio no próprio Estatuto: a renúncia.

O fato é que o Estatuto tricolor se mostra ultrapassado e obsoleto. É muito permissivo em vários aspectos aos mandatários. Faltam cláusulas que estabeleçam, de forma evidente, quais os mecanismos de governança, faltam previsões de controles mais claros e severos e, por fim, uma divisão maior de poderes, descentralizando a gestão do  clube, que hoje é concentrada na caneta presidente.

As lideranças ainda não se manifestaram, após as declarações do presidente. Por enquanto analisam a declaração e ainda vão se posicionar. O receio é que haja uma divergência tamanha, que os que se sentirem prejudicados procurem a justiça. E isso pode se transformar num tiroteio de liminares.

Vamos acompanhar tudo de perto, torcendo para que o Flu fique sempre em primeiro lugar nas decisões de todos que compõem a política tricolor.

ST

 

 


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