#EleiçõesNoST – Entrevistado: Rafael Rolim: “Não queremos mais do mesmo. É hora de mudar o modelo”

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O Saudações Tricolores começa hoje, sua cobertura das eleições presidenciais do Fluminense. O portal, fará uma série de entrevistas com os candidatos e, posteriormente, os que forem efetivamente concorrer ao pleito, serão convidados a participar de uma live em nosso canal no YouTube com integrantes da nossa equipe de reportagem.

O primeiro pré-candidato que será apresentado será Rafael Rolim. Advogado de 43 anos e que também é Subprocurador-Geral do Estado do Rio de Janeiro, tem uma relação com o Flu que vem desde as arquibancadas. Concorrendo pela primeira vez, o carioca tem como a sua principal bandeira de campanha transformar o clube em SAF (Sociedade Anônima do Futebol).

Rafael Rolim Pré-Candidato
Rafael Rolim – Foto: Arquivo Pessoal

“Trabalho com diálogo e transparência com os sócios e a torcida, desde o primeiro dia da campanha. O mecanismo jurídico para atrair grandes investidores é a Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Pela nossa percepção de mercado, nenhum grande investidor vai aportar dinheiro num modelo associativo desprovido de governança, transparência e mecanismos de controle, como é o caso do nosso clube hoje. E com uma dívida próxima de 1 bilhão de reais e aumentando, temos que enfrentar de frente esse problema. O maior risco é fazermos uma SAF sem transparência com os sócios e torcedores. Na minha visão, é aí que mora o nosso grande risco.”

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Na última eleição (2019), Rolim foi convidado para ser vice-presidência jurídico de Ricardo Tenório, que veio a ser derrotado por Mário Bittencourt. Desde então, ele passou a acompanhar mais de perto a política do clube. Entretanto, diferentemente dos outros candidatos, Rolim não tem nenhum grupo político (e nunca fez parte da vida política do Fluminense. Segundo o próprio, é hora de mudar totalmente o modelo associativo que vem sendo implementado no tricolor carioca, trazendo mais investidores e melhorar a transparência com os associados. Perguntado sobre os erros e acertos da atual gestão, Rafael comentou:

“É difícil até responder essa pergunta, na medida em que pretendo romper com o modelo associativo e trazer investidores para o clube. O maior erro, na minha visão, foi esconder dos sócios e da torcida a situação financeira do clube e todos os desdobramentos que isso gera, como, por exemplo, a venda prematura e por valores abaixo de mercado dos jovens da base e a perda de jogadores importantes na reta final da Copa do Brasil. O acerto, para ser honesto, foi a contratação do Fernando Diniz, que, aliás, pretendo manter no clube, dando condições para que fortaleça o elenco.

Até o momento, além do atual mandatário e de Rolim, há outros dois pré-candidatos para o cargo de presidente da instituição. Ademar Arrais e Marcelo Souto também estão no páreo. Rafael comenta que, o motivo de ter três candidaturas mostra que algo não está correndo bem nas Laranjeiras.

“Importante é sabermos o motivo de termos três candidaturas de oposição no Fluminense. Me parece um claro sinal de que as coisas não andam bem no clube. Falta de transparência, ausência de valorização da base e péssimas negociações chamam a atenção de todos. O importante, agora, é que haja alinhamento de ideias para a ruptura do modelo associativo. O movimento proposto pela minha candidatura não prega mais do mesmo e tenho certeza que é o sentimento da maioria dos sócios tricolores.” 

Rafael Rolim lançou sua pré-candidatura à eleição do Fluminense — Foto: Claunir Luiz Tavares / Divulgação
Rafael Rolim — Foto: Claunir Luiz Tavares / Divulgação

Nos últimos dois anos, o Fluminense voltou a ficar na parte cima da tabela do Brasileirão e consequentemente, conquistando vagas para a Libertadores. Entretanto, o jejum de 10 anos de um título de maior expressão (nível nacional e internacional) é uma das principais cobranças do torcedor. Rafael comenta que voltar para o topo envolve a conquista de taças de grande porte. E que, ao mesmo tempo, para conseguir montar um elenco forte e manter as promessas, novamente, tocou na tecla da necessidade de investimentos.

“Voltar para a prateleira de cima do futebol brasileiro, na minha visão, é ganhando títulos expressivos. Para mantermos os jogadores que se destacaram e qualificarmos o elenco como um todo, precisamos de aporte de recursos financeiros por parte de investidores. Precisamos, portanto, trazer “dinheiro novo” e, tão ou mais importante, saber gerir com profissionalismo esses valores. O mercado brasileiro de futebol sofrerá uma grande mudança nos próximos anos e temos que estar preparados para acompanhar essas mudanças.”

O setor dos Esportes Olímpicos é alvo de muitas críticas por ser uma área que gera prejuízo ao clube. Perguntado se há um plano para que passem a ser autossustentáveis, Rafael defendeu a separação do clube social dos esportes olímpicos e a realização de projetos incentivados.

“Claro. A ideia é separar o futebol do clube social e dos esportes olímpicos, permitindo, por um lado, uma atuação profissional e perene na condução de um negócio milionário, que é o futebol. De outro lado, assegurar ao clube social e aos Esportes Olímpicos um olhar exclusivo da diretoria do clube associativo, incrementando o número de sócios e a qualidade dos serviços prestados a eles. Obter e, acima de tudo, manter a Certidão Negativa de Débitos (CND) são imprescindíveis para o fomento-os Esportes Olímpicos, por meio de projetos incentivados nas respectivas áreas. A ideia não é apenas formar os atletas das modalidades esportivas, mas fazer com que possam competir em alto nível com a bandeira do Fluminense.”

Outra área do clube que começa a ganhar mais destaque é o Futebol Feminino, que vai para a sua quinta temporada desde a retomada da modalidade no Flu. Rolim também afirma ter planos para transformar o setor também em um SAF.

“O futebol feminino está crescendo no país e tem um grande potencial de progresso. O Fluminense tem que ter um olhar próprio para o futebol feminino, sempre tendo em mente que deve disputar títulos. Assim como o futebol masculino, a ideia é migrar o futebol feminino para o modelo SAF, garantindo a ampliação das receitas e a sua expansão. Temos que saber trabalhar também o crescimento do público feminino nas nossas arquibancadas. Será um grande desafio!”

As eleições no Fluminense serão realizadas na segunda quinzena de novembro. Para registrar a sua chapa, cada pré-candidato precisará recolher 200 assinaturas de sócios do clube – sem contar a modalidade sócio-futebol.

ST


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