Além dos Gramados: A atuação das mulheres na formação dos atletas da base tricolor
O sucesso das categorias de base do Fluminense não se deve somente à captação de jovens talentos. Por trás do ótimo desempenho em campo, há muitos profissionais que trabalham para que a formação destes atletas seja a mais completa possível. Segunda feira, dia 8, foi o Dia Internacional da Mulher e, com isso, o diário Lance! destacou o protagonismo das profissionais que contribuem para que Xerém seja a potência que é.
Nesses bastidores em que se reforça diariamente o lema propagado no CTVL, como disse a psicóloga Simone Luz, ao ser questionada sobre:
“A partir do momento que a instituição tem como principal propósito “Faça uma melhor pessoa, para formar um melhor jogador”, percebemos o quanto há de importante no trabalho desenvolvido em Xerém. Todos os profissionais estão voltados para que os atletas possam assimilar os valores contidos no esporte para o seu crescimento e, ainda que o esporte de alto rendimento exija em performance e resultados, procuramos trabalhar a construção deste ser humano para que sua evolução seja integral e completa”, afirmou.
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Dentre as áreas de psicologia, psicopedagogia, nutrição e serviços sociais, são 12 mulheres que lideram a formação destes atletas. São elas: Emily Gonçalves, coordenadora de psicologia, que atua junto ao time profissional e já foi elogiada por Digão e Caio Paulista (relembre as falas dos jogadores clicando em seus nomes). Ainda no setor da psicologia, está Rossana Costa, que trabalha com Simone, e Shaiana Souza, psicóloga social. Além delas, Lucilene Dias é coordenadora de serviços sociais, contando também com as assistentes sociais Debora Menezes, Jackeline Santana e Rafaela Marques; a pedagoga Paula Cristina, a psicopedagoga Katia dos Santos e as nutricionistas Micarla Félix e Gabrielly Reis.
Simone ainda frisou a importância de proporcionar à garotada essa formação integral, lembrando que eles não são somente atletas, mas cidadãos inseridos em uma sociedade pautada por inúmeras questões sociais e políticas. Para além do Dia da Mulher, dia de reafirmar a luta por igualdade e justiça, é fundamental que esses jovens cresçam conscientes do mundo que os cerca:
“Temos um setor que trabalha em prol desta psicoeducação de forma geral, não só em relação com as mulheres, mas com todo o contexto social. Este setor psicossocial pedagógico, coordenado pela Assistente Social do clube, Lucilene Dias, abrange toda formação do atleta, desde sua estrutura familiar, dando todo suporte necessário, apoio e acompanhamento escolar, acolhimento e orientação dos valores com os quais este atleta, que se encontra inserido em uma sociedade, precisa desenvolver para sua autonomia tornando-se um cidadão organizado e bom.” ratificou Simone.
E ainda completou:
– Essa evolução tem nos trazido muito orgulho, porque, hoje, o número de profissionais envolvidos no entendimento do funcionamento do atleta de forma integral (mente e corpo) vem confirmar que o futebol atual vem se preocupando mais com o ser humano que pratica esporte de alto rendimento – deixamos de ver a máquina para cuidar da pessoa. Nosso trabalho, cada vez mais se aproxima de uma transdisciplinaridade, onde os saberes se encontram, conversam e se conectam na intenção de que esse atleta se tornará uma melhor e mais bem preparada pessoa.
Conforme acompanhamos ano após ano, esse trabalho vem sendo recompensado tanto fora, quanto dentro de campo. Acumulando títulos e revelações, as categorias de base do Fluminense são referência nacional e internacional em excelência. Recentemente, assistimos ao título do Brasileirão sub-17, que ainda bateu na trave na Copa do Brasil e na Supercopa. Já no profissional, na ótima campanha que levou o Tricolor de volta à Libertadores após 8 anos, ficou evidente a importância da base, de modo que as crias de Xerém se tornaram peças fundamentais, como Marcos Felipe, Calegari, Martinelli e Luiz Henrique, além de John Kennedy, Samuel, André e demais jogadores utilizados ao longo da competição:
– Estou no Fluminense Football Club com o futebol de base, desde 2015, junto a uma equipe de três profissionais e nossa coordenadora Emily Gonçalves, que fica com o futebol profissional. A psicologia do esporte já tem uma história dentro do futebol de base em Xerém iniciada com a psicóloga Teresa Fragelli, e nesse caminho continuamos evoluindo muito além das variáveis como concentração e motivação por exemplo. Agregamos ao trabalho, o desenvolvimento das qualidades humanas que propõe a ciência da psicologia positiva (trabalho iniciado desde 2011 com a Emily), a possibilidade de potencializar o desempenho do atleta através do autoconhecimento das suas competências emocionais – finalizou Simone Luz.
Por fim, deve-se destacar que, sobretudo nos tempos de pandemia, diversos atletas tricolores, não só os que vieram de Xerém, expressaram seu posicionamento frente à tudo que ocorre no Brasil, passando longe do estereótipo do jogador alheio à questões sociais, muitas vezes até buscando se envolver nessas causas, como foi o caso de Fred, quando arrecadou cestas básicas para doação.