Queda de rendimento do “meio para frente” reflete no coletivo – Flu deixa o G6

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Um início de segundo turno pior do que o início do campeonato sempre foi algo que os tricolores temiam, dado ao histórico de queda de rendimento na segunda parte da competição. E após um mês de outubro invicto – e, para alguns, praticamente irrepreensível -o Flu de Odair voltou a apresentar alguns traços de lentidão na transição, pouca criatividade no ataque e deixou o G6 do Brasileirão. Claro, nem tudo está perdido assim como também é claro que a equipe precisa passar por mudanças.

Após conquistar a torcida, com sua entrega e dedicação nos jogos, Michel Araújo caiu de produção desde o seu retorno – após ficar afastado por dores musculares – e não conseguiu ainda repetir as boas atuações de antes. Ontem, por exemplo, deslocado para a canhota, o meia uruguaio sumiu no jogo. Talvez, se Odair tivesse optado pela entrada de Luiz Henrique por ali, a velocidade no ataque seria outra. Nene, que faz seu primeiro jogo após o retorno por lesão, não conseguiu distribuir as jogadas como deveria – muito por falta de opção na frente – não conseguiu encontrar quem dialogasse com ele na meiuca tricolor. O voluntarioso Felippe Cardoso, que apesar de muita raça peca na parte técnica, não dava opções no ataque e também não se achava no papel de pivô. E a queda de rendimento dos homens de frente deve abrir o leque de Odair para o jogo que vem:

– Quanto à mudança ou não, fica a critério da semana de trabalho, dos jogos. Vamos sempre tentar buscar a melhor equipe e repetir o primeiro turno. A avaliação é de cada semana para estabelecer uma equipe forte e o melhor padrão possível – disse o treinador, em coletiva após o jogo. E é bom ele pensar no retorno de Calegari.

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Julião teve muitas dificuldades em segurar um improvisado Gustavo Scarpa – que já atuou na ala por aqui também – e sofreu o jogo inteiro. Se ele já não consegue entregar muita coisa na frente, o balanço defensivo do volante-ala é melhor. Calegari pode dar uma segurança maior pela direita, quando o Flu encarar o ensaboado ataque colorado. No meio, aguardemos o retorno de Yago – muito embora eu acredite que não deva ser aproveitado, observando o recente histórico na volta dos jogadores infectados. O meia-volante, ou meio-campista, estava conseguindo, finalmente, ajudar na transição ataque defesa e aparecia com frequência para dialogar com os homens de frente. Caso não tenha condições, e Odair for manter a trinca no meio, que o ataque seja formado por Luiz Henrique pela direita, Wellington Silva pela canhota e Lucca centralizado. Já deu tempo para ele readquirir a forma, imagino. E queremos ver do que ele é capaz, com mais tempo em campo – muito embora, nas duas oportunidades que teve, não causou uma boa impressão. No primeiro jogo, diante do Grêmio perdeu uma chance clara e ontem desperdiçou um contra-ataque promissor. Não dá para Felippe Cardoso ser titular no time.

Odair sempre valoriza quem vem bem na equipe e sempre mantém os jogadores quando o time rende. Pois bem. São dois jogos sem pontuar, o time estacionou nos 32 pontos e perdeu seu espaço na cobertura nobre da tabela. E o pior, contra dois adversários, difíceis – é bem verdade que o são -, mas remendados e com competições durante a semana, coisa que o Flu não tem mais. Não há tempo para lamentos e nem se pode abaixar a cabeça. Mas precisamos escalar o que temos de melhor. E não foi o caso. Em nenhum dos dois jogos passados.

Como já disse na análise anterior (jogo contra o Grêmio), não podemos imaginar que seja terra arrasada a cada derrota e nem devemos achar que está tudo às mil maravilhas em caso de vitórias. Mas se o Flu realmente quiser seu lugar ao sol, e se classificar para a Libertadores 2021, vai ter que apresentar um futebol melhor do que vem apresentando. E essa melhora, ao meu sentir, passa por mudanças na linha titular da equipe.

ST


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