Mário revela ter pago “Mais de R$ 100 milhões em dívidas” e planos para aumento de investimento em 2021 e 2022
O presidente Mário Bittencourt, em entrevista concedida ao programa “Os Donos da Bola”, da Band Rio, comentou que o Fluminense conseguiu pagar algo na casa dos R$ 100 milhões em dívidas, ao longo dos 15 meses de sua gestão. O mandatário tricolor aproveitou o momento em que foi indagado sobre folha salarial e capacidade do clube investir no futebol, para fazer a revelação:
A folha salarial e a classificação
– Eu não chamaria de segredo (a classificação comparada ao poder de investimento). Tem uma situação muito óbvia no futebol brasileiro, que é a diferença financeira muito grande de meia-dúzia de clubes para os restantes. Há um grande “bolo”, com inúmeros clubes com dificuldades em investimento, e uma nata, com 5 ou 6 clubes. Ah, e sem falar uma outra coisa: uma coisa é o que o clube gasta, a outra é o que realmente ele pode gastar, pois tem uns 3 ou 4 que estão gastando muito mais do que poderiam. Mas tem uns 3 ou 4 que estão ai realmente muito bem organizados financeiramente. A diferença de investimento é brutal. Eu não considero segredo, considero como uma obviedade. Quando você tem poucos recursos, quando você tem dificuldades em comprar jogadores, tem que absorver jogadores que vem de graça, que vem emprestados, que estão se recolocando no mercado, às vezes num momento em que não estão bem, e você traz e e gera uma oportunidade, o que chamamos de “aposta”, uma das grandes soluções é você tentar manter o trabalho. A continuidade do trabalho. Se com dinheiro já difícil (montar um grupo), imagina sem dinheiro. A gente ficou muito triste com as eliminações que a gente teve, na Sul-Americana e na Copa do Brasil. Mas a Sul-Americana foi em fevereiro, e se você olhar o time que entrou em campo e o que a gente tem hoje, é completamente diferente. Era um início de trabalho, a gente não tinha um elenco formado. A eliminação da Copa do Brasil também foi dolorosa, foi duríssima, mas também é resquício do momento que a gente veio. Também teve a questão da covid. Tínhamos atletas infectados naquela partida, terminamos o jogo com jogadores com febre. E apesar de tudo, decidimos por manter o trabalho. E se olharmos hoje a tabela e buscarmos os clubes que mais trocaram de treinador, veremos onde esses clubes estão.
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– Nós trabalhamos inteiramente com os pés no chão. A gente sabe que o campeonato é muito difícil, que tem oscilações, até os mais poderosos financeiramente tem oscilações. Odair, inclusive, falou sobre isso outro dia. A colocação de agora ela é bacana, ela é legal, G4, mas o que me importa é a colocação lá no final do campeonato. Não adianta sermos G4 agora e terminarmos em 10°. A gente tem essa consciência, temos esse pé no chão. Já estamos trabalhando com o olho em 2021, já estamos planejando 2021 em razão de nossa dificuldade financeira. Já estamos olhando o mercado, pois não temos dinheiro para comprar jogadores. E porque não temos? A situação deixada no clube é muito difícil, é aterrorizante eu diria. Só de processo FIFA, envolvendo compra de jogadores de gestões anteriores, que hoje montam R$ 25 milhões. E a gente vem pagando com muita dificuldades esses acordos, pois senão perdemos pontos, como ocorreu com o Cruzeiro, e porque ficamos impedidos de registrar jogador. Gastamos muito dinheiro com a dívida. Mas, para deixar o nosso torcedor esperançoso, já temos um projeto para 2021 e 2022 de fazermos um aumento gradativo de folha, justamente porque estamos conseguindo pagar dívidas. E já pagamos, para vocês saberem, em 15 meses de gestão, mesmo com os 5 de interrupção (por conta da pandemia) nós já pagamos algo em torno de R$ 100 milhões. Tomara que, se estivermos na Libertadores, a gente já possa melhorar o investimento e termos um time ainda mais forte.
ST
